Nessa minha última viagem ao Nordeste saí em busca de minhas origens e parti rumo ao sertão. Da janela contemplando a caatinga um turbilhão de lembranças e sentimentos vieram à tona. Era época de seca, e apesar de nunca ter vivido ali, aquele cenário me era muito familiar. Foram tantas eram as histórias que ouvi do meu avô, tantas as músicas do mestre Luiz Gonzaga, que ouvi e cantei com meu pai, tantos os relatos que lí sobre os costumes, as crenças e tradições do povo que vive nesse lugar, que literalmente viajei no tempo e no espaço!
O meu imaginário da caatinga é povoado das histórias do cangaço de Lampião, Maria bonita e Jesuíno Brilhante, dos milagres do Meu Padim - Padim Ciço Romão Batista, da Canudos de Antonio Conselheiro, das imagens de Euclides de Cunha em "os Sertões", dos personagens Fabiano e Sinhá Vitória de "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, Diadorim e Riobaldo do "Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Ufa! Ainda bem que tinha muita estrada pela frente, porque as lembranças jorravam...
O meu imaginário da caatinga é povoado das histórias do cangaço de Lampião, Maria bonita e Jesuíno Brilhante, dos milagres do Meu Padim - Padim Ciço Romão Batista, da Canudos de Antonio Conselheiro, das imagens de Euclides de Cunha em "os Sertões", dos personagens Fabiano e Sinhá Vitória de "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, Diadorim e Riobaldo do "Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Ufa! Ainda bem que tinha muita estrada pela frente, porque as lembranças jorravam...
Aquela terra seca a perder de vista, aquela vegetação rala de galhos espinhosos e retorcidos e os poucos animais que avistei, me dava a dimensão do valor do homem sertanejo que sobrevive em área tão adversa e o exato sentido da expressão "O sertanejo é antes de tudo um forte". Pedi várias vezes para descer do carro, com intuito de fotografar, mas na verdade eu queria pisar aquele chão, para ver e sentir o calor escaldante, o cheiro,as formas e todas as cores daquele bioma tão peculiar e único no mundo. Me emocionei muito e pude perceber, com muita alegria, que mesmo sendo bicho do litoral eu era também um bicho do mato, um bicho de alma sertaneja!
O BIOMA DA CAATINGA
O nome Caatinga vem do tupi-guarani e quer dizer Mata-Branca. Pesquisadores acreditam que esse nome é uma referência à cor esbranquiçada dos troncos das plantas durante o período seco.
A caatinga abriga centenas de animais, plantas e invertebrados nos seus 844.000 quilômetros quadrados ( aproximadamente 11% do território nacional) Nele vivem mais de 25 milhões de pessoas nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais.
A importância da Caatinga se revela pelo fato de este ser o único bioma exclusivamente brasileiro, com muitas espécies de fauna e flora não encontradas em nenhum outro lugar do planeta. Na flora já foram registradas cerca de 1000 espécies, mas estima-se que a flora desse bioma comporte até 3000 tipos de plantas. Já a fauna é mais pobre, em comparação com outros biomas. Foram identificadas 223 espécies de répteis e anfíbios, 148 de mamíferos e mais de 500 aves, num total de 867 espécies de animais.
A FAUNA E A FLORA DA CAATINGA
1 - EXEMPLARES DA FAUNA
2 - EXEMPLARES DA FLORA
A importância da Caatinga se revela pelo fato de este ser o único bioma exclusivamente brasileiro, com muitas espécies de fauna e flora não encontradas em nenhum outro lugar do planeta. Na flora já foram registradas cerca de 1000 espécies, mas estima-se que a flora desse bioma comporte até 3000 tipos de plantas. Já a fauna é mais pobre, em comparação com outros biomas. Foram identificadas 223 espécies de répteis e anfíbios, 148 de mamíferos e mais de 500 aves, num total de 867 espécies de animais.
A CAATINGA EM DOIS TEMPOS
1 - ESTIAGEM
2- INVERNADA
O clima semi-árido da caatinga apresenta duas estações: uma quente e seca e a outra quente e com chuvas. Muitas vezes a estação da seca se prolonga, o que provoca sérios danos a população. Mas com as primeiras gotas d’água, a paisagem muda rapidamente – as árvores se cobrem de folhas e o solo fica forrado de pequenas plantas cujas flores coloridas e de extrema beleza contrastam com a paisagem seca de antes.
NAS TERRAS FÉRTEIS DO BIOMA
1- Flores cultivadas na Serra da Ibiapaba-Ceará
2 -Algodão de Fibra Colorida da Paraíba
3 - Uvas cultivadas na região de Petrolina- Pernambuco
No meio da aridez, o visitante de repente pode se deparar com as terras férteis das chamadas ilhas de umidade e dos brejos, que quebram a monotonia das condições físicas e geológicas dos sertões. Nelas, é possível produzir quase todos os alimentos e frutas peculiares aos trópicos do mundo. Essas áreas normalmente se localizam próximas às serras. No Ceará, por exemplo, boa parte das flores produzidas e exportadas para a Europa e Estados Unidos pelo Brasil é cultivada na região da serra da Ibiapaba. Em Pernambuco, na região de Petrolina, o grande cultivo de uvas, dentre outras frutas tropicais características de climas frios, é o que chama a atenção. Na Paraíba, o algodão que brota da terra vem em diversas cores, graças a uma tecnologia desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa).
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DO BIOMA CAATINGA
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS: 1. LAJEDO DA SOLEDADE/RN
2´PEDRA DO INGÁ/PB 3. SERRA DA CAPIVARA/PI 4. SERE CIDADES/PI
Esse rico e desprezado bioma nordestino reserva também registros que remontam à pré-história. Há na região sítios arqueológicos com gravuras (em Ingá, na Paraíba) ou pinturas rupestres (Serra da Capivara e Sete Cidades – ambas no Piauí), Lajedo de Soledade (Rio Grande do Norte) e fósseis de dinossauros e outros animais que viveram antes mesmo do homem (em Souza e São Rafael, na Paraíba, e na Chapada do Araripe, no município cearense de Santana do Cariri).
ECORREGIÕES PROPOSTAS PARA O BIOMA DA CAATINGA*
1. CAMPO MAIOR- 2.2 CHAPADA DE IBIAPABA E 2.3 CHAPADA DO ARARIPE
-3.DEPRESSÃO SERTANEJA SETENTRIONAL - 4. PLANALTO DA BORBOREMA
- 5.DEPRESSÃO SERTANEJA MERIDIONAL- 6.DUNAS DO SÃO FRANCISCO -
7. CHAPADA DIAMANTINA - 8. RASO DA CATARINA
- Região do Campo Maior: localizado quase integralmente no Piauí e sudoeste do Maranhão. Essa região sofre inundações periódicas nas planícies sedimentares.
- Região composta pelas Chapadas do Ibiapaba e do Araripe.
- Depressão Sertaneja Setentrional: vai da fronteira norte de Pernambuco, estende-se pela maior parte dos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará e prolonga-se até uma pequena faixa ao norte do Piauí. É a área mais seca da Caatinga.
- Planalto da Borborema: abrange partes do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. O relevo com altitudes superiores delimita a região.
- Depressão Sertaneja Meridional: corresponde à maior parte do bioma. Representa a paisagem típica do Sertão Nordestino. Distingui-se da Depressão Sertaneja Setentrional por apresentar maior regularidade de chuvas e maior ocorrência de corpos de água temporários.
- Dunas de São Francisco: localiza-se no centro-oeste do bioma. É caracterizado pelas dunas de areias quartzosas.
- Região da Chapada Diamantina: localiza-se no centro-sul do bioma e corresponde à parte mais alta da Caatinga. É a região de menor temperatura.
- Raso da Catarina: localiza-se no centro-leste do bioma. Caracteriza-se pela caatinga arbustiva de areia muito densa.
*Divisão proposta para o Bioma Caatinga - lançado por ocasião do 53º Congresso Brasileiro de Botânica.
A CAATINGA
Vídeo produzido pela TV Educativa de Alagoas sobre esse importante bioma. Aqui a história de amor de uma família que lutou para construir a primeira reserva de Caatinga em Alagoas.
S.O.S. CAATINGA!
A Caatinga, esse patrimônio brasileiro, e por que não dizer mundial, encontra-se bastante ameaçado. Segundo estimativas do Ministério do Meio Ambiente, cerca de 70% da caatinga já foi alterada pelo homem e menos de 1% de sua área está protegida em unidades e parques de conservação. Esses números conferem à caatinga a condição de ecossistema brasileiro menos preservado e um dos mais degradados do mundo.
FONTES:
- Pesquisas Google : Site Wikipédia
- Inara Leal -"Ecologia e Conservação da Caatinga" - Editora: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
- Site: www.acaatinga.org.br -Associação da Caatinga
- Mauro Pichorim - Pesquisa realizada pela Fundação Boticário e FUNPEC ( Fundação de Pesquisa e Cultura) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
- Imagens Google
- Edição de fotos: Site Pic Monkey
VÌDEO:
- TV Educativa de Alagoas - Enviado ao You Tube por
"chrischrisduat" em 22/05/2009
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