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Barra de Punaú - por Arilza Soares

terça-feira, 19 de março de 2013

MAXIXES E MAXIXADAS - CINCO DELICIOSAS RECEITAS BEM NORDESTINAS






Tem quem não goste, mas eu adoro maxixe! Na casa da minha mãe até hoje o maxixe faz parte da cardápio. Lá, não  se faz um bom cozido sem maxixe. E no feijão com legumes preparado por Dona Angelita, o maxixe também é peça fundamental. Mas, fui conhecer outras formas de preparar o maxixe viajando por esse sertão nordestino."Qual a casa de um típico sertanejo que já não tenha preparado "maxixe com carne de sol?" Pergunta a escritora/pesquisadora  Marlice Nunes no seu livro sobre "História da Gastronomia do Rio Grande do Norte". Segundo a autora, ela encontrou registros desse prato em todas as regiões que pesquisou. "Ensopadinho de maxixe", "maxixe com coco" "maxixe com charque", maxixada nordestina" e ate "maxixe recheado" são pratos deliciosos preparados com esse legume tão rico de nutrientes.






O maxixeiro é uma planta rasteira, da família das Cucurbitáceas, como as abóboras, o pepino, o melão. É ótima para ser plantada em solo de clima quente ou para ser conduzida em cercas. Super produtiva, rústica, seus frutos com em média 5cms, tem casca verde, são ovalados e possuem espinhos moles, não pontiagudos, com sementes achatadas. De origem africana, o maxixe foi introduzido no Brasil pelos escravos, e já na época do Brasil  colônia, era um ingrediente típico da culinária no Nordeste, onde é largamente consumido. 






De baixo valor calórico o maxixe contém cálcio, e outros minerais como o fósforo, ferro, sódio e magnésio que servem para manter o equilíbrio dos líquidos corporais e auxikiar na contração muscular. Possui também vitaminas A, C e do complexo B, além de ser boa fonte de zinco, mineral muito importante para o funcionamento dos tecidos do corpo. Como elemento fitoterápico é indicado para evitar problemas na próstata, na diminuição dos índices de colesterol, na cicatrização de ferimentos internos e externos.









Ao comprar maxixes escolha os frutos firmes, com cor uniforme e espinhos inteiros. Evite frutos amarelados, que por serem mais velhos tornam-se fibrosos com sementes duras e sabor alterado.
Em temperatura ambiente, os frutos murcham e amarelam rapidamente, podendo nser mantidos no máximo por três dias, sem que ele perca a qualidade. Na geladeira, devem ser colocados na parte mais baixa, acondicionados em sacos plásticos, até por uma semana. Se houver formação de gotículas de água no interior da embalagem fure o plástico com um garfo.







O maxixe é consumido tradicionalmente na forma cozida ou refogada. Contudo, para aproveitar todos os seus nutrientes, o maxixe deve ser consumido cru, cortado em rodelas, temperado com azeite, limão, cebolinha e pimenta - em forma de salada. Para isso quanto mais verde o maxixe melhor. Se consumido cru o fruto deve ser previamente descascado, raspando o fruto com uma faca ou retirando uma casca bem fina.
O maxixe é  delicioso e nutritivo quando é cozido no caldo do feijão. Também é ótimo para ser usado em conservas e  picles.



 MAXIXES E MAXIXADAS 
CINCO RECEITAS BEM NORDESTINAS








1 - ENSOPADINHO DE MAXIXE



INGREDIENTES


  • 6 a 8 maxixes
  • 1/2 cebola pequena picadinha
  • 1 dente de alho
  • 2 colheres de óleo
  • 1 tomate picadinho
  • 1 pimenta dedo de moça picadinha
  • 1 pitada de colorau
  • Coentro e cebolinha verde picadinhos
  • Sal a gosto


MODO DE PREPARAR


  • Coloque o óleo em uma panela e deixe dourar o alho e a cebola
  • Junte  a pimenta, o colorau, o  tomate e deixe refogar por uns minutos
  • Acrescente  os maxixes, coloque  água suficiene para cobri-los. cozinhar em fogo médio.
  • Coloque o sal, mexa de vez em quando  até que fiquem macios.
  • Quando estiver quase pronto, um pouco antes de retirar a panela do fogo, acrescente o cheiro verde ( coentro e cebolinha)
  • Sirva com arroz






2 - MAXIXE COM COCO 
(PARA ACOMPANHAMENTO



INGREDIENTES


  •  tigela de maxixe verdoso
  • 1 coco grande
  • 1/2 tigela de cheiro verde (coentro e cebolinha picados)
  • 1 cebola da terra (roxa) picada
  • 2 dentes de alho
  • Sal e pimenta-do-reino a gosto
  • 1 pitada de colorau
  • 3 colhers de sopa de nata

MODO DE PREPARAR

  • Lavar os maxixes, raspar e cortar em rodelas.
  •  Raspar o coco e  tirar o leite grosso. Reservar.
  • Colocar os maxixes em uma panela com pouca água fervendo e todos os temperos: cozinhar em fogo baixo. Quando estiverem cozidos, provar o sal e retirar a panela do fogo
  • Depois de cozidos, ou quase seco, colocar o leite de coco, a nata e o cheiro verde.
  • levar ao fogo baixo para dar mais uma fervura.
  • Se quiser acrescente queijo de coalho.
  •  Servir quente.






3 - MAXIXE COM CARNE DE SOL




INGREDIENTES


  • 1 kg de Carne de Sol
  • 1/2 kg de maxixe
  • 2 dentes de alho socados
  • 1 cebola roxa grande cortada em cubinhos
  • 1 colher de sobremesa de colorau
  • 2 tomates cortado em cubinhos
  • 1 pimentão cortado também cotado em cuhinhos
  • 1 ramo de coentro
  • 3 colheres de sopa de nata



MODO DE PREPARAR



  • Limpam-se bem os maxixes e reservam-se.
  • Corta- se a carne de sol em cubos (que já deve estar dessalgada) e tempera-se com o alho, a cebola e o colorau.
  • Leva-se para coxinhar e quando a carne estiver quase macia juntam-se os maxixes para terminarem de cozinhar por igual.
  • Acrescenta-se o tomarte, o pimentão e o coentro.
  • Deixa-se dar mais uma fervura e quando for tirar do fogo junta-se a nata e mexe-se bem.




4 - MAXIXADA NORDESTINA



INGREDIENTES

  • 400 gramas de carne seca
  • 400 gramas de músculo de boi cortado em cubos
  • 1/4 de xícara de chá de  toucinho defumado
  • 3 dentes de alho picado
  • 1/4 de xícara de chá de pimentão picado
  • 1/4 de xícara de chá de cebola picada
  • 1/3 de xícara de chá de tomate picado
  • 2 colheres de sopa de extrato de tomate
  • 1/2 colher de chá de pimenta-do-reino moída
  • 1/2  xícara de chá de hortelã
  • 200 gramas de linguiça calabresa
  • 400 gramas de maxixe cortados em rodelas
  • 1/3 de xícara de chá de camarões secos e descascados
  • Sal a gosto.


MODO DE PREPARAR


  • Deixe a carne seca de molho de um dia para o outro
  • Corte a carne seca em cubos e coloque -os em água fervendo por 10 minutos.
  • Retire a carne da água, junte o músculo, o toucinho, o alho, a cebola, o pimentão, o tomate, o extrato de tomate e leve ao fogo para refogar.
  • Adicione a pimenta-do-reino e o sal, se necessário.
  • Acrescente água suficiente para cobrir a carne e deixe cozinhar
  • Quando a carne estiver quase cozida acrscente a calabresa cortada em rodelas, a hortelã, o maxixe e os camarões.
  • Retire do fogo quando os maxixes estiverem macios e cozidos.
  • Sirva com arroz branco.






          5 - CABRITO COM MAXIXE


INGREDIENTES

  • 1 kg de maxixe
  • 3 kg de cabrito com osso
  • 200 g de toucinho picados
  • 2 cebolas grandes picadas
  • 6 dentes de alho picados
  • 6 galhinhos de hortelã
  • 3 folhinha de cebolinha verde picadas
  • 1 pitada de cominho moído
  • 2 pitadas de pimenta-do-reino moída
  • 1 colher de chá de extrato de tomate
  • 2  folhas de louro
  • 1 xícara de vinagre
  • Sal a gosto


MODO DE PREPARAR

  • Corte a carne em pedaços.
  • Raspe os maxixes, corte-os em cubos e nponha para aferventar em água aquecida temperada com sal por 30 minutos.
  • Prepare um refogado seco com os pedaços de cabrito para extrair parte aquosa das carnes, por 10 minutos.
  • Soque os temperos no sal.
  • Frite o toucinho picado e, quando chegar ao ponto de torresmo, refogue junto com os pedaços de carne, mexendo sempre, por 15 minutos.
  • Acrescente o extrato de tomate, metade do tempero socado, as duas folhas de louro e continue mexendo. Ponha água aquecida, prove o sal e deixe cozinhar por 2 horas, ou o  tempo que julgar necessário.
  • Sirva com arroz branco.

FONTES:
  • História da Gastronomia do Rio Grande do Norte - Maria Marluce Nunes - Editora Alternativa - Natal/2004 
  • Arte e rituais do fazer, do servir e do comer no Rio Grande do Norte - Uma homenagem a Cãmara Cascudo - Editora Senac -Nacional/ 2007.
  • Pesquisas Google - Sites:
  1. http://www.caldeiraodeplantadmedicinais.com - Maxixe- Caldeirão de Plantas Medicinais-Ervas Medicinais.
  2. http://www.ancoc.com.br/receita/cabrito-com-maxixe - Receita de Cabrito com Maxixe - Pulicada na Revista Berro Nº 122 - Associção Norte-Riograndense de Criadores de Ovinos e Caprinos.
  3. http://www.receitascomamor.com/ Receita de Refogado de Maxixe com Coco - Saiba como fazer.

FOTOS:
  • Imagens Google
  • Edição de Fotos - Site Pic Monkey






segunda-feira, 18 de março de 2013

FARÓIS DO RIO GRANDE DO NORTE - ILUMINANDO CAMINHOS!






"O homem do mar é quem mais sabe sobre a felicidade de avistar um farol. É como rever um amigo. Na costa desse Brasil continental existem centenas desses amigos feitos de luz, aço, concreto e madeira guiando aqueles que vivem do mar." - Ney Dantas

Sempre tive uma visão romanceada sobre faróis e, vê-los me encanta. Lembro quando criança, indo com meu avô para o Farol de Mãe Luiza, perguntei a ele pra que servia farol, e obtive como resposta uma frase que soou bonito aos meus ouvidos: "serve para iluminar o caminho dos homens que vão pro mar". Com certeza vem daí minha paixão por faróis - benditas torres que iluminam e guiam homens! Uma imagem suficientemente motivadora que me faz querer ver de perto todos os faróis, conhecer seus mecanismos, e principalmente apreciar os lindos cenários que suas varandas descortinam.




FAROL DO CALCANHAR - MAIOR FAROL DO BRASIL
                                                                                                 

Farol é toda armação, torre ou coluna, construída na costa ou ao largo, tendo no alto um aparelho capaz de emitir luz, num alcance de 10 ou mais milhas. A luz pode ser fixa, ou em relâmpagos, com tempos distintos de luminosidade e obscuridade, e com uma potência que varia em função do sistema óptico e da distância do observador.
Durante anos o Farol foi o principal instrumento de auxílio à navegação. Atualmente, muitas embarcações utilizam aparelhos com orientação geoespacial (GPS), mas os barcos de pequeno porte ainda são orientados pelos faróis.


PRINCIPAIS FARÓIS DO RIO GRANDE DO NORTE






Com uma extensão de 410 quilômetros de costa, o Rio Grande do Norte possui ao longo dela, sinais sinalizadores auxiliares à navegação, como faróis, faroletes, balizas, entre outros. Dos faróis, oito se destacam como principais, à saber:


  1.  Farol Ponta do Mel
  2.  Farol Upanema
  3.  Farol  de Galinhos
  4.  Farol Santo Alberto
  5.  Farol do Calcanhar
  6.  Farol São Roque
  7.  Farol de Natal ( Farol de Mãe Luiza) 
  8.  Farol Bacopari

O FAROL PONTA DO MEL EM AREIA BRANCA






O farol de 16 metros de altura, entrou em operação no dia 30 de abril de 1898. A  torre, fincada no topo de uma falésia na praia de Ponta do Mel em Areia Branca, possui três partes em ferro pintado em duas cores: preto e branca.O referido farol tem um alcance geográfico de 21 milhas e, alcance luminoso de 41 milhas. O sinal luminoso é de 30 segundos, ficando 3,5 segundos acessos lampejo longo - e 29,5 segundos de ocultação. Com relação a sua latitude é de 106 metros acima do nível do mar.



FAROL PONTA DO MEL EM AREIA BRANCA



O FAROL UPANEMA EM AREIA BRANCA




Um farol pequeno, bonito que compõe junto com a Igreja Matriz, os dois maiores símbolos da cidade.
Farol da praia de Upanema em  Areia Branca possui característica diferentes do outro farol dessa mesma cidade. Em Upanema o sinal luminoso é vermelho com três lampejos (pisca), a cada intervalo de 15 segundos, com alcance de até 13 milhas.



FAROL DE UPANEMA EM AREIA BRANCA



O FAROL DE GALINHOS





O Farol de Galinhos, no município de mesmo nome foi construído em 1931, no pontal leste onde deságua o  rio água-maré. A primeira torre construída de "treliça de ferro" não agradou a população.Treze anos depois, com a estrutura metálica corroída pela maresia e com as sapatas de sustentação ameaçadas pelo constante avanço do mar, uma nova torre foi construída em  concreto armado, de forma cilíndrica, com faixas horizontais encarnadas e brancas.O farol tem 13 metros de altura, uma altitude de 14 metros e alcance luminoso de 14 milhas náuticas,
Depois de reconstruído um  problema com a luminosidade, que ficou em parte obstruída  pela varanda do farol,  exigia  solução. Os engenheiros sanaram o problema aumentando a altura da lanterna existente. Para isso colocaram sobre a varanda, uma torre cilíndrica de alvenaria, fazendo com que a luz ficasse fora do farol. Essa solução deu ao Farol de Galinhos uma característica muito peculiar e distinta, diferente de qualquer outro encontrado no Brasil.


FAROL DE GALINHOS


O FAROL SANTO ALBERTO 






O Farol de Santo Alberto está localizado entre os municípios de São Bento do Norte e  Caiçara do Norte, no litoral leste potiguar. É tido como o ponto de referência de onde acaba um e começa o outro.Tem 42 metros de altura, alcance luminoso de 20 milhas e alcance Geográfico de 18 milhas náuticas. Emite lampejos brancos de a cada 15 segundos,  acionados automáticamente. Suas cores são preta e branca, pintados em retângulos.



FAROL SANTO ALBERTO



O FAROL DO CALCANHAR EM TOUROS




O Farol do Calcanhar ou Farol de Touros está localizado estrategicamente numa região onde o litoral brasileiro faz um ângulo agudo - a chamada "esquina do continente" ou a curva do Rio Grande do Nortre como querem alguns.
A construção data de 1912, mas a torre foi passou por algumas transformações ao londo do tempo até ser  substituida por uma nova no período das Segunda Guerra Mundial, inaugurada pelo então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, em 1943.
A torre cilíndrica em concreto armado, pintada com faixas horizontais brancas e pretas, tem 62 metros de altura - o equivalente a um  prédio de 16 andares - e uma escadaria de 298 degraus. O farol emite um facho luminoso que avança no mar até uma distância de 70 quilômetros da costa. A lâmpada responsável por isso tem 1000 watts de potência
O Farol do calcanhar é considerado o maior farol do Brasil e está relacionado como um dos mais altos do mundo, ocupando a 26ª colocação no ranking mundial.


FAROL DO CALCANHAR


O FAROL SÃO ROQUE NA PRAIA DAS GAMELEIRAS





O Farol de São Roque foi  inaugurado em 1011. Localizado no Cabo de São Roque, mais precisamente na praia das Gameleiras,município de Maxaranguape, possui uma estrutura quadrangular de vigas de concreto armado e alvenaria, com faixas horizontais encarnadas e brancas, Tem 32 metros de altura com  alcance geográfico de 17 milhas  e  alcance luminoso de 21 milhas náuticas.
A localização desse farol chama a atenção por se  o ponto mais próximo do continente africano


FAROL DO CABO DE SÃO ROQUE


O FAROL DE MÃE LUIZA EM NATAL




Erguido em 1949, foi inaugurado dois anos depois, em 15 de agosto de 1951. Oficialmente recebeu o nome de Farol de Natal, mas é conhecido como Farol de Mãe Luiza por se encontrar localizado no morro, hoje bairro, com o mesmo nome.
Consiste numa torre de alvenaria branca com 37 metros de altura, e está a 87 metros acima do nível do mar (altitude) e com um alcance de de 39 Milhas Nauticas. O Farol de Natal é o principal auxílio aos navegantes que demandam o Porto de Natal, devido a sua posição privilegiada, possibilitando uma segura aproximação à barra do Rio Potengi. É idestificado por um grupo de cinco lampejos brancos a cada 25 segundos.


FAROL DE MÃE LUIZA


O FAROL DE BACOPARI EM BAÍA
FORMOSA




O Farol de Bacopari, no município de Baía Formosa, recebeu esse nome por está situado na praia do mesmo nome.Inaugurado em 1919 consta de  uma Torre octogonal de alvenaria, com retângulos brancos e pretos. Tem uma altura de  17 metros com alcance luminoso de 15 milhas náuticas e alcance geográfico de de 16 milhas. Sua altitude é de 30m. De acordo com a Secretaria de Turismo do município, as cores pretas do farol significam pedras e as cores brancas as dunas. É mantido sob os cuidados da Marinha do Brasil.


FAROL DE BACOPARI



OUTROS SINALIZADORES ENCONTRADOS NA COSTA DO RN



O FAROL DA PANÇA EM MARACAJAÚ



               

O Farol da Pança de Maracajaú foi construído no final da década de 30, batizado em lembrança ao naufrágio de um navio italiano de nome “Tereza Panci” ocorrido no local. É de Propriedade da Marinha do Brasil, fazendo parte do Serviço de Sinalização Náutica do Nordeste. Localiza-se no litoral norte a uma distância de 1,8 milhas náuticas da costa. 
Trata-se de uma edificação mista de alvenaria de tijolo maciço/estrutura de concreto armado, com 1,20 metros de diâmetro interno, espessuras das paredes de 55cm e 12 metros de altura, fundada sobre um anel metálico fixado em afloramento de rocha (arrecifes). Na sua parte superior localiza-se a plataforma protegida por guarda corpo em concreto armado.



FAROL DE MARACAJAÚ



FAROL NOS PARRACHOS DE RIO DO FOGO




Rio do Fogo tem suas formações de corais, mais conhecidos como parrachos, distantes oito quilômetros da costa e que são sinalizados por um pequeno farol, que avisa o perigo para as grandes embarbacações. A torre quadrangular de concreto armado, nas cores branca e encarnado, tem  12 metros de altura , um alcance geográfico de 10 MN  e alcance luminoso de 11 milhas náuticas, emitindo lampejos em períodos de seis segundos.



FAROL DE RIO DO FOGO


SINALIZADORES NA BOCA DA BARRA DO RIO POTENGI


SINALIZADORES NA BARRA DO RIO POTENGI



FONTES:

  • Praias Potiguares - Miguel Dantas - Editora Foco - Natal / 2001
  • Pesquisas Google - Sites:
  1. http://faroisbrasileiros.com.br -Faróis Brasileiros
  2. http://diariodoavoante.worppress.com - Farol de Santo Alberto
  3. http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisa escolar - Semira Adler(pesquisadora) - farol de Galinhos
  4. http//papjerimum.blogspot.com.br - Farol de Mãe Luiza e Farol de Bacopari
  5. http://www2.ufersa.edu.br/portal/noticias/3500 - Universidade Federal Rural do Semi-Arido-Portal de Noticias - Farol da Ponta do Mel e Farol de Upanema
  6. http//www.brasilrn.com - Brasil Rn Turismo - Farol do Cabo de São Roque
  7. http://pt.wikipedia.org/wiki/Farol_do_Calcanhar - Farol do Calcanhar
  8. http://www.psengenharia.com.br - Farol da Pança em Maracajaú
  9. http://riodofogo.blogspot.com.br - Farol de Rio do Fogo


FOTOS:

  • Imagens Google
  • Fotógrafos:
  1. Esdras Rebouças Nobre
  2.  Mario Dantas Alex Uchôa
  3. Cláudio Abdon

  • Edição de Fotos: Site Pic Monkey





terça-feira, 5 de março de 2013

REDES - NO DOCE EMBALO DA VIDA!






"Tu embalaste, em eras transmontadas, frutos, inda imaturos, de três raças!" 
                                                           (Jayme dos G. Wanderley)



Ela não só embalou muita gente, como foi berço de tantas outras, inclusive  o meu! Não lembro de nenhum outro objeto ou utensílio doméstico que esteja tão enraizado na minha vida como a rede. Nela acalentei meus sonhos, dividi minhas tristezas, cantei minhas mágoas e alegrias. Não consigo viver sem uma rede por perto. É o meu refúgio preferido pra tudo, principalmente pra descansar o corpo cansado do dia a dia. Também não consigo imaginar uma casa, uma varanda sem uma rede - tenho várias! E mesmo morando em apartamento sempre encontro um espaço ter uma ao meu dispor para que eu possa continuar vivendo nesse doce embalo! 






"O leito obriga-nos a tomar seu costume, ajeitando-se nele, procurando o repouso numa sucessão de posições. A rede toma o nosso feito, contamina-se com os nossos hábitos, repete, dócil e macia a forma do nosso corpo. A cama é hirta, parada, definitiva. A rede é acolhedora, compreensiva, coleante, acompanha, tépida e brandamente, todos os caprichos da nossa fadiga e as novidades imprevistas do nosso sossego. Desloca-se, incessantemente renovada, à solicitação física do cansaço. Entre ela e a cama, há a distância da solidariedade à resignação".
            Câmara Cascudo no seu ensaio "Rede de Dormir" 



A ORIGEM DO NOME





Quando Colombo descobriu a América, a "hamaca" como era conhecida a rede, já reinava no México, nas ilhas do Caribe, no Paraguai, na Colômbia. No Brasil os nossos índios chamavam de "ini".






A palavra rede foi empregada pela primeira vez pelo escrivão da frota de Pedro Alvares Cabral — Pero Vaz de Caminha, em carta à Portugal, onde descrevendo a povoação dos Tupiniquins, seus hábitos e costumes daqueles indígenas, escrevia: 
(...) eram de madeira, e das ilhargas de tábuas, e cobertas de palha, de razoável altura; e todas de um só espaço, sem repartição alguma, tinham de dentro muitos esteios; e de esteio a esteio uma rede atada com cabos em cada esteio, altas, em que dormiam. 



            REDE UM IMPORTANTE LEGADO
                                 INDÍGENA    





Por mais de quatro séculos, a rede foi um elemento presente e indispensável na vida dos brasileiros e de suma importância para a sociedade  nos primeiros anos do descobrimento e durante toda a época colonial. europeu recém-chegado ao Brasil aceitou o costume indígena sem relutância. A presença de redes de dormir ou descansar era comum em quase todas as habitações da época.
Os negros de senzala nunca se adaptaram à rede, dormiam no chão. Senhoras brancas tentavam convencer a negra a usar a rede, principalmente após a maternidade, quando a usavam desde meninos, mas os negros resistiam.Era comum dizer-se que "negro que não zela sua rede, não zela seu amo", além disso acreditava-se que o uso da rede amansava o escravo.




Meio século depois do descobrimento a rede já era usada por colono agricultor e pela maior parte dos jesuítas. No Brasil Colonial a rede foi muito usada também como meio de transporte para longas viagens. Eram colocadas nos ombros dos escravos que a sustentavam, por meio de uma vara. Este tipo de rede era chamada de serpentina.
Fácil de serem transportadas as redes foram cada vez mais usadas nas vilas, povoados e engenhos de  de açúcar. Bastava enrolá-las e colocá-las  às costas, visto que as camas de madeira eram mais pesadas e até então não eram fabricadas no Brasil.
Nas áreas mais pobres da região Nordeste, era costume o morto ser transportado em redes, então chamadas de rede de defunto.


A CONFECÇÃO DAS REDES 






As redes eram feitas, inicialmente, pelas mulheres indígenas -  tecidas em cipó e lianas bem  resistentes, de fiação simples e malhas grandes que faziam lembrar a rede de pescar. As mulheres dos colonos portugueses adaptaram a técnica indígena passando a fazer redes em tecido compacto, substituindo assim o tucum pelo algodão. A vinda dos teares (aparelhos para tecer) possibilitou a confecção de tecidos mais compactos, de redes com franjas, varandas, tornando-as mais confortáveis e ornamentais.


REDES INDÍGENAS





  1.  Detalhe da rede de buriti feita por  índios Waurá
  2.  Detalhe da rede de fibra feita por índios Tikuna
  3.  Detalhe da rede de algodão feita por índios Pareci
  4.  Detalhe da rede de algodão feita por índios Kayabi
  5.  Detalhe da rede de algodão feita por índios Yudjá
  6.  Detalhe da rede de algodão feita por índios Kaxinawá
  7.  Detalhe da rede de tucum feita por  índios Tikuna






  1. Rede feita por índios Parakanã
  2. Rede de fibra de tucum feita por índios Tikuna 
  3. Rede de fibra de buriti e  linha de algodão feita por índios Yawalapiti
  4. Rede de fibra de buriti e linha de algodão feita por índios Kuikuro
  5. Rede feita por índios Tikuna
  6. Rede de fibra de tucum feita por índios Tukuna
  7. Rede feita por índios Waimiri Atroari


COMPOSIÇÃO DE UMA REDE

1 - O TECIDO



2 - AS VARANDAS


3 - OS PUNHOS



4 - O PROTETOR DO PUNHO




A REDE USADA COMO OBJETO DE DECORAÇÃO




Nos grandes centros urbanos a rede é mais um objeto de decoração de residências e serve como ponto de referência aos costumes regionais. São armadas em terraços, alpendres e varandas de casas e apartamentos, casas de praia e de campo, geralmente para descansar, mas quase nunca para dormir à noite.




É na indústria particular que se tecem as redes de encomenda de feitura bem cuidada , bordadas em relevo, franjadas de crochê ou macramê. São obras primas de paciência e acabamento primoroso. O artesanato é o produtor e mantenedor destas redes, chamadas redes de presente.


NOVAS TENDÊNCIAS DA DECORAÇÃO INSPIRADAS NAS REDES



REDES CADEIRAS


MÓVEIS SUSPENSOS


DICAS IMPORTANTES 


1 - SOBRE A INSTALAÇÃO DOS ARMADORES




Os armadores podem ser instalados tanto em paredes opostas, uma de frente  pra outra, como também em paredes vizinhas, uma ao lado da outa, desde que faça um ângulo de pelo menos 90 graus.
As redes deverão ficar armadas mantendo uma distância aproximada de mais ou menos 3,75 m, entre os armada, a uma altura mediana de 2,00 m do solo, de forma que depois de estendida ela forme um arco distando 0,50 cm do chão.
Nem sempre o tamanho da rede é compatível com a distância necessária entre os ganchos. Para garantir o uso adequado da rede, é preciso seguir as recomendações. Elas são importantes pois, se instalados de forma muito diferente do recomendado a rede perde o que ela tem de melhor a oferecer - a sensação de conforto.





Para maior segurança dê preferência aos armadores de rede que sejam chumbados na parede. Os que são apenas aparafusados são menos resistentes. Há também, no mercado, uma variedade de suportes para redes, de madeira, ferro ou aço, que podem ser colocados em terraços, jardins ou outro lugar ao ar livre.



2 - SOBRE O TAMANHO DA REDE E O ESPAÇO 

O NÓ TRADICIONAL E O ANJO DE REDE



Há alguns recursos para adequar as medidas da rede ao local onde se pretende instalá-la. O mais popular, quando se quer reduzir o tamanho da rede  é  o "nó" que de maneira nenhuma deve ser o "nó cego", pois esse além de danificar os punhos, deixa a rede torta, causando desconforto para quem a usa.
Um produto criado pelo designer Jorge Sá tem feito sucesso entre os cearenses - o Anjo de Rede. O designer resolveu investir em um produto para evitar  os famosos "nós" e diminuir as cordas da rede sem problemas, deixando os punhos presos evitando também que a rede fique torta.






Mas, se o que se pretende é aumentar o tamanho, uma variedade de recursos podem ser usados, desde o uso de cordas muito comum no interior do Nordeste  ao uso de correntes,  molas, prolongadores e extensores, todos disponíveis à venda no mercado.



DANDO UM NÓ NA REDE 




3 - SOBRE A LAVAGEM DAS REDES 





É recomendado não utilizar a máquina de lavar. O efeito centrífuga aumenta o atrito das peças entre si, ocasionando desbotamento e desgaste do tecido. No caso das redes, podem danificar as varandas e puir os punhos.
Dê preferência a sabão neutro como o de coco ou o de lanolina. O uso do sabão em pó ou em pedra tradicionais podem provocar manchas em peças com tingimento artesanal.
Lave as peças de cores escuras ou com peças contrastantes com água em abundância, para garantir a eliminação de excesso de corantes que se desprendem naturalmente nas primeiras lavagens. Não é aconselhável deixá-las de molho por tempo prolongado e recomenda-se extrair o máximo de água após o último enxágue.
Vale lembrar que as peças listradas devem ser estendidas nos varais  com as listras no sentido vertical para evitar migração das cores mais escuras para as mais claras durante a secagem.




FONTES:


  • Luis da Câmara Cascudo - Rede de Dormir: Uma Pesquisa Etnográfica Editora Global - São Paulo - 2003
  • Luis da Câmara Cascudo - Dicionário do Folclore Brasileiro - Ediouro Publicações /S.A -São Paulo
  • Enciclopédia Mirador - Rede de dormir- São Paulo - 1995
  • Andrade, Maria do Carmo. Rede de dormir. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em:http//basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar
  • www.assimsefaz.com.br/sabercomo/Como tecer rede de dormir 
  • www.redesvitorias.com - Redes Vitória / Artesanato do Brasil
  • www.land.com.art.br landé - Rede de Dormir Samka / Índios braileiros.
  • http://nataldeontem.blogspot.com/2009/03/rede-de-dormir.html


FOTOS:
  • Imagens Google
  • Edição de Fotos: Site Scrapee.Net

VÍDEO:
  • Nó de Rede - Postado no You Tube por George Leandro em 07 / 09 / 2011