FOTO DE CAPA

Foto de Capa
Barra de Punaú - por Arilza Soares

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

LENDAS DO FOLCLORE POTIGUAR: AS COBRAS DA LAGOA DE EXTREMOZ





Desde muito criança ouvia  histórias fantásticas ligadas as nossas lendas e mitos populares. Histórias de papa-figos, que saiam para comer o fígado das criancinhas, de almas penadas querendo rezas, de urros de onça pintadas prontas para atacar, de cobras gigantes, pescarias assombrosas... Morria de medo das histórias mas a minha curiosidade era maior e ficava ouvindo até o fim. Uma delas, porém, me aterrorizava: a história das duas cobras gigantes que saiam da Lagoa de Extremoz em busca da Igreja para serem batizadas, Essa história me assustou tanto que passei a ter pavor dessa lagoa, dela só não, qualquer lagoa pra mim era apavorante - temia me deparar com cobras se entrasse nelas.
Até hoje, quando passo pela bela Lagoa de Extremoz lembro da cobra gigante, que segundo a lenda, continua lá, inofensiva. É estranho porque, mesmo tendo consciência de que tudo não passa de lenda do imaginário fértil do nosso povo, nunca teria coragem de mergulhar naquela lagoa!




LAGOA DE EXTREMOZ - NATAL / RN



A lagoa de Extremoz - lagoa de água doce - localizada no município do mesmo nome, no estado do Rio Grande do Norte, ocupa uma área de 4.2 quilômetros quadrados, é responsável hoje, por 70% do abastecimento de água da região Norte da cidade de Natal.
A lagoa, que já se chamou lagoa Tijiru, teve um papel muito importante no processo de colonização do estado. Em torno dela, no local chamado Guagiru, habitavam os  índios tupis e tapuias. Em 1607, os jesuítas da Companhia de Jesus chegam à  localidade e recebem do Capitão-Mor Jerônimo de Albuquerque, cessão de terras para o trabalho de catequese com os índios, estabelecendo a missão de São Miguel do Guajiru.
Com a saída dos jesuítas, por volta de 1760 a aldeia passou a se chamar Vila Nova de Estremoz - a primeira Vila do Rio Grande do Norte.







Da época das missões, os nativos de Extremoz guardam muitas histórias e lendas. Entre outras importantes, como a Lenda do Tesouro, segundo a qual os próprios moradores destruíram a  antiga Igreja de São Miguel do Guagiru em busca de um tesouro enterrado, a lenda das Cobras da Lagoa  se constitui a mais viva tradição local, e continua, portanto, fazendo parte do imaginário coletivo do povo dessa cidade.


AS COBRAS DA LAGOA DE EXTREMOZ





"No tempo dos frades, a lagoa era povoada por duas cobras enormes. Uma, muito feroz e atrevida, devorava os banhistas e quem atravessasse a lagoa devia pedir proteção a São Miguel para não ser agarrado pela cobra. As crianças eram as vítimas preferidas pela cobra maligna. A outra cobra era mansa. Limitava-se a assobiar tristemente nas tardes em que seu companheiro nadava perseguindo os incautos.
Reza a lenda que essas cobras eram duas crianças pagãs que os  índios jogaram dentro da lagoa, a conselho dos "pajés"para que os padres não as batizassem. Viraram cobras e estavam cumprindo cumprindo penitência...





Num domingo, depois da missa, um padre missionário, veio até a margem da lagoa e, em nome de Deus, intimou as cobras a comparecer na igreja, naquela tarde, às horas da benção do Santíssimo Sacramento.
A cobra fêmea, tardinha, saiu da lagoa, arrastou-se, repelente e viscosa, para a vila, espavorindo quem a avistava. Atravessou a praça e enrolou todo o edifício da igreja com seu imenso corpo reluzente, juntando a cabeça e a cauda na soleira da porta principal.Do altar-mor, paramentado, o vigário admoestou-a à santa obediência e, erguendo a mão, abençoou-a. A cobra desenroscou-se, voltou, coleante e terrível, para as águas da lagoa.Nunca mais saiu nem fez mal. Vez por outra veem seu dorso negro, sobrenadando.





O companheiro, desobediente, não veio à igreja. O padre amaldiçoou-o da porta do templo, em voz alta e em latim.
A cobra excomungada nadou para o outro lado da lagoa, esgueirou-se  pelo mato e bufando como uma locomotiva, derrubando arbustos com o açoite furioso da cauda poderosa. No sítio Jardim, justamente no lugar "Embaíba". estirou-se e morreu. Nessa local, nunca mais nasceu capim e a estreita faixa de areia no meio da vegetação reproduz fielmente o contorno da serpente fantástica".
   (Câmara Cascudo - As cobras da lagoa de Estremoz - RN)




FONTES:
  • Luís da Câmara Cascudo - Geografia dos Mitos Brasileiros - Mitos secundários e locais -  Global Editora - São Paulo - 2002.
  • Pesquisas Google - Sites:
  1. www.rnhistoria.blogspot.com - HIstória do Rio Grande do Norte: Um pouco sobre Extremoz
  2. www.extremoz.rn.gov.br - Site oficial da Prefeitura de Estremoz - RN
  3. www.chaopotiguar.blogspot.com - Chão Potyguar - Estremoz

FOTOS:


  • Imagens Google
  • Edição de Fotos - Sites:
  1. Pic Monkey
  2. Screpee Net



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A MACAU DO RIO GRANDE DO NORTE- TERRA DO SOL E DO SAL




Nessa terceira postagem sobre Macau vamos falar um pouco sobre a história desse nosso Porto de Ama que já nasceu sob a proteção da Deusa dos Navegantes. E falar do sal - o Sal de Macau - tão intimamente ligado ao desenvolvimento desse município. Não tem quem não se encante com as paisagens dos parques salineiros, com suas monumentais pirâmides cujos cenários até hoje continuam inspirando poetas e artistas e emocionando a quem se dispõe a apreciá-las. Macau é isso: terra de muito sol, de muito sal, de gente simples e  generosa como a sua estonteante   e rica natureza. Macau é terra de sonho - sonho que embala o seu povo de continuar sendo, às  custas  de muito esforço essa grande potência econômica do nosso estado.







O nome Macau é uma corruptela da palavra chinesa A-ma-ngao, que significa “Abrigo ou Porto da Ama” deusa dos navegantes, o que terminou em Amacau ou Macau. Na verdade o nome é uma alusão à pequena cidade da China, na província de Cantão, na época, possessão lusitana.

"A ilha de Macau já possuía esse nome velho em maio de 1797, mas seria povoada apenas na década de 1820. Anteriormente seria deserta, por não ter água. Desde a barra do Rio Mossoró, pelo interior à Pendência, estendia-se vida pastoril, fazendas, criação bovina e equina, roçarias de mandioca. Pelo litoral, pescarias, exportação de peixe seco, carne-de-sol. couros, sal, muito sal, trabalho de homens livres e negros escravos., movimentadas e fartas" Já não mais viviam os indígenas quando a terra povoou com aldeias, movimentadas e fartas." - Câmara Cascudo.



ILHA DE MACAU - RN - FOTO DE GETÚLIO MOURA


O município de Macau no Rio Grande do Norte originou-se de uma sesmaria doada pelo pai de Jerônimo de Albuquerque, possivelmente no princípio do século XVII. A primeira Macau localizada numa ilha a noroeste da Ponta do Tubarão foi explorada pelo sesmeiro Manoel Gonçalves. Dessa ilha  partiam carregamentos de peixes, couro e sal. Nesse período ocorreram saques por parte de embarcações de corsários, o que levou os representantes da Coroa a construírem um fortim para defesa. No ano de 1925, aproximadamente, as águas do Atlântico começaram a invadir a pequena ilha de Manoel Gonçalves, que nesse tempo era habitada por portugueses dedicados á exploração e ao comércio do sal. Em 1829, tornando-se impossível a permanência desses habitantes na ilha, decidiram eles transferir-se para outro local, escolhendo então a ilha de Alagamar, na foz do rio Açu.


A CIDADE DE MACAU EM 1940



Os fundadores do povoado desse novo povoado foram os portugueses capitão Martins Ferreira, quatro genros deste, José Joaquim Fernandes, Manoel José Fernandes, Manoel Antônio Fernandes  e Antônio Joaquim de Souza, além de João Garcia Valadão e o brasileiro João da hora. os habitantes dedicaram-se inteiramente a exploração do sal que ainda hoje é a base da economia do município. Em 1847 a povoação tornou-se uma Vila pela Lei n. 158 de 2/10/1847. Em 1875 foi elevada à categoria de cidade.  A Comarca de Macau foi criada pela Lei Provincial nº 644 de 14 de dezembro de 1871 A partir de então a cidade começou a crescer tendo a sua evolução econômica ligada à exploração das salinas. 


O SAL  DE MACAU 




A primeira referência que se tem sobre o sal no Rio Grande do Norte, encontra-se registrado no documento que Jerônimo de Albuquerque escreveu aos seus filhos Antônio e Mathias, em 20 de agosto de 1605, onde fala de salinas formadas espontaneamente a aproximadamente 40 léguas ao norte o que corresponde hoje as salinas de Macau.
Em 1844, tem-se o registro de setenta e oito barcos carregando 59.895 alqueires de sal, em Macau. No entanto, embora o sal extraído no Rio Grande do Norte fosse superior em qualidade, perdia em rudeza como era produzido, de modo que nos anos seguintes perdia mercado para o sal europeu que era mais barato e melhor preparado. Em 1888 é criado um imposto protecionista para tributar o sal estrangeiro. Dessa forma o sal produzido aqui passa a ser mais competitivo, e isso impulsiona o desenvolvimento da nossa indústria salineira.
Hoje  com uma produção de sal em torno de 4,8 milhões de toneladas produzidas numa área de aproximadamente 40.000 hectares, espalhados entre os municípios de Areia Branca, Galinhos, Grossos, Guamaré, Mossoró e Macau,  a indústria salineira tem um importante papel econômico no estado, sendo o Rio Grande do Norte responsável por mais de 95% da produção de sal brasileira.



O PARQUE SALINEIRO DE MACAU


1 - AS SALINAS ARTESANAIS



NEWTON NAVARRO



O sol constante  dessa região e praticamente dez meses sem chuva, além do mar com alto grau de salinidade torna essa região do Rio Grande do Norte, onde Macau está situada, muito propícia à produção do sal marinho. Desde o o início da fundação de Macau  que as salinas artesanais se espalharam pela região e ainda hoje podem ser vistas nos arredores da cidade. Nelas a extração do sal  ainda é feita com métodos rústicos, quase primitivos e exige muito sacrifício do trabalhador, que sofre com problemas da pele exposta ao sol escaldante, e com os olhos que sentem o reflexo dos raios solares  nos baldes ou montes sal cristalizado.








Nas salinas, os operários executavam todo o serviço anualmente desde a colheita, ate o embarque nas barcaças.O processo de obtenção do sal, nessas salinas  se dá quando inicialmente  a água do mar é represada e impulsionada por moinhos de vento,  vai sendo transferida de um tanque para outro - os cristalizadores ( esses tanques são popularmente conhecidos como "baldes"). Aquecida pelo sol a água vai mudando de cor, fica densa, uma grande espuma se forma, até ser evaporada, restando o sal. Em seguida, com o auxílio de uma espécie de picareta chamada "chibanca", os trabalhadores começam a picar o sal dos baldes. Para esse tipo de trabalho são necessários 10 homens trabalhando 3 semanas para extrair o sal de um único balde.
Quando se inicia a colheita nos cristalizadores o sal é recolhidos de balaios, e levados para o aterro, onde era depositado, formando-se pirâmides. Posteriormente, adotou-se o uso de carrinho de mão em vez do balaio, que diminuiu um pouco o sofrimento desses trabalhadores.O embarque do sal nas barcaças, muitas vezes era feito à noite. O caminho do aterro até a barcaça, era então, iluminado por "piracas", umas lamparinas de maior dimensão. Visto de longe, esse trabalho era um verdadeiro espetáculo noturno.



2 - A MECANIZAÇÃO DAS SALINAS




O processo de produção de sal no Rio Grande do Norte até a metade do século XX era arcaico e antieconômico.Só a privilegiada localização das salinas é que podia sustentar essa manufatura artesanal. Poucos melhoramentos foram feitos e o  sistema produtivo das salinas potiguares trabalhava na dependência da natureza - as marés e os ventos para mover as pás dos moinhos.Além disso  eram os altos custos de carregamento dos navios, transporte e desembarque nos portos do Centro-Sul, mercado consumidor do produto. A situação era delicada. Na visita que vez ao estado, o então Ministro de Minas e Energia, Mário Thibau, declarou que a industria salineira do Rio Grande do Norte poderia sofrer um grande abalo ou mesmo desaparecer, em virtude do seu baixo rendimento econômico, ao lado dos altos custos de carregamento  e transporte. A solução veio com a Mecanização das Salinas e a criação do Porto- Ilha  na vizinha cidade de Areia Branca.
As salinas mecanizadas contam com grupos de bombas para movimentação da água dentro da salina. tratores, colhedeiras, lavador de sal, esteiras transportadoras para movimentação na área de estocagem e embarque, além de outros equipamentos. Graças a essas novas técnicas implantadas  nas empresas do Rio Grande do Norte é que o estado consegue se manter como o maior produtor de sal do país.



A MECANIZAÇÃO DAS SALINAS E O DESEMPREGO

ANTIGO TRABALHADOR DE SALINA 
UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO


Se por um lado o processo de mecanização das salinas, possibilitou grandes resultados na produção e comércio do sal, colocando o estado do Rio Grande do Norte como o maior estado produtor de sal do país, por outro lado, essa mecanização  provocou um nível absurdo de desemprego. Um pequeno exemplo pode nos dar a ideia de como o efeito modernizador do processo produtivo do sal atingiu os antigos trabalhadores das salinas: a colhedeira mecânica é uma máquina puxada por um trator de esteira que tem como objetivo afofar e colher o sal dentro dos cristalizadores. Essa máquina é controlada por apenas "um operário". Na salina tradicional essa tarefa era feita por aproximadamente "mil" trabalhadores.
Ficaram desempregados quase dez mil trabalhadores, ligadas principalmente ao transporte do sal: arrumadores, alvarengueiros, conferentes etc. "O incrível desemprego provocado por essa mecanização levou esta população, que se viu repentinamente desempregada, a migrar para outros portos do sul ou a simplesmente manter-se nas cidades quase fantasmas, encostados ao INPS ( Professora Clotilde Tavares )




FONTES:


  • Câmara Cascudo -In Nomes da Terra - Editora Sebo Vermelho - Natal-RN - 2ª Edição / 2012 
  • Aristides Siqueira Neto - História dos Municípios  -  2ª Edição - 2001 - Imprensa Oficial do RN
  • Clotide Tavares - O precário equilíbrio, renda e condições de vida no município de Macau - Cadernos Funpec -ano II  -nºs 2 e 3 maio/1983



Pesquisas Google - Sites: 

  1. www2.uol.com.br/omossoroense/.../ Jornal o Mossoroense.  Macau, tradição de sal, sol e carnaval 
  2. www.grandeponto.blogspot.com -  Grande Ponto: O sal de Macau - Texto do Jornalista Alex Gurgel
  3. www.macauemdia.blogspot.com -Macau em dia. 12 lugares para visitar em Macau - Texto do Jornalista Alex Gurgel
  4. www.chaopotiguar.blogspot.com - Chão Potyguar- Macau -Sal, Sol e Carnaval no Porto de Ama - Texto do Jornalista Alex Gurgel
  5. www.samesame.com.br - Sama Same - A Descoberta da Costa do Sal
  6. www.obaudemacau.com - O Baú de Macau - Das últimas salinas artesanais
  7. www.obaudemacau.com - O Baú de Macau - Salinas Mecanizadas
  8. www.obaudemacau.com - O Baú de Macau - Moinho das salinas...
  9. www.obaudemacau.com - O Baú de Macau - Nas salinas de Macau antes das esteiras...



FOTOS:


  • Arquivo fotográfico do Jornalista Alex Gurgel
  • Arquivo fotográfico do Site -o Baú de Macau
  • Imagens Google não identificadas
  • Edição de fotos: Site Pic-Monkey


sábado, 16 de fevereiro de 2013

MACAU/RN - SOL, SAL, ENCANTO E MAGIA DE UMA CIDADE







Impossível não se apaixonar por Macau - basta um olhar mais atento para se encantar com bela natureza dessa ilha privilegiada. Logo na entrada o Catavento Azul - velho guardião da cidade -símbolo de uma época em que reinava absoluto nas salinas artesanais, parece nos dá  boas vindas. Mais adiante o cenário da ponte sobre o rio Piranhas-Açu, enche as nossas retinas de beleza. E o que dizer da imagem da Virgem da Conceição nos recebendo do alto de sua torre? A cidade cercada por ilhas, praias, mangues, gamboas e salinas realmente encanta - é no mínimo emocionante chegar em Macau.



                                                  O MAJESTOSO CATAVENTO



Com essa natureza generosa, a cidade tem muito a oferecer na área de eco-turismo: passeios de barco, mergulho, manguezais, caminhadas ecológicas e passeio nas dunas. Na rica  gastronomia o destaque vai para a culinária marinha com cardápio a base de camarões, lagostas, sururus, ostras, búzios, siris e uma variedade  de peixes para todos os gostos.



A ENTRADA DA CIDADE E A PONTE 
SOBRE O RIO AÇU



Macau é uma cidade alegre e festiva. Prova maior dessa alegria do macauense é o seu Carnaval, considerado o melhor do estado. Outras atividades festivas comprovam essa vocação do poco dessa cidade para grandes eventos:a Festa de São Sebastião, em janeiro; o Festival de Música Carnavalesca em Fevereiro; a Festa das Flores ( que comemora a coroação de Nossa Senhora dos Navegantes), em maio; a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, em agosto, com sua belíssima procissão de barcos; As Festas do Sal e do Reencontro, no mês de setembro, realizada   durante os festejos comemorativos do aniversário da cidade, e a tradicional Festa da Padroeira, Nossa Senhora da Conceição, no mês de dezembro.


CONHECENDO UM POUCO MAIS DA CIDADE DE MACAU


PRÉDIOS, MONUMENTOS  E RUAS DA CIDADE
O CRUZEIRO


O CRUZEIRO DE MACAU





O cruzeiro de Macau é um marco na história da cidade. Foi fincado pelos fiéis  no  local onde começaria a nova cidade, depois que abandonaram a antiga ilha de Manoel e Joaquim, quando essa foi invadida pelas águas do Atlântico,


A IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO





A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição tem o mesmo nome da santa que denominava a capela da extinta ilha de Manoel Gonçalves. Com a transferência dos habitantes para a ilha de macau, por volta de 1825, construiu-se uma capelinha que permaneceu até 1838. Em seu lugar , ergueu-se a igreja atual ( entre 1838/1854), que ainda mantem suas linhas originais em estilo gótico e barroco. A imagem barroca da padroeira é do século XVII, vinda da Itália.


A PRAÇA DA CONCEIÇÃO E O OBELISCO DA INDEPENDÊNCIA




A Praça da Conceição foi inaugurada no início dos anos 20, na gestão do Presidente da Intendência do Município, o Coronel João Gonçalves de Melo. No centro da praça foi colocado o Obelisco para comemorar o primeiro centenário da Independência do Brasil. 


O MUSEU DO CARNAVAL

O CARNAVALESCO CHIQUINHO CATAPIRRA


O Museu Carnavalesco Colô Santana surgiu com o propósito de resgatar e preservar a história do carnaval de Macau, com mais de mil peças no seu acervo entre fotos, fantasias, adereços e troféus. Fundado em 25/05/2000, recebeu o nome de Colô  Santana em homenagem a mais antiga carnavalesca da cidade.Atualmente o museu funciona numa garagem, localizado próximo ao Mercado Público e tem como responsável Chiquinho Catapirra.


O MUSEU JOSÉ ELVIRO




O museu José Elviro, localizado no centro da cidade e funciona na precária  edificação que foi sede da antiga companhia de Navegação, na rua Augusto Severo. Possui um acervo de aproximadamente 6.000 peças. Parte da história de Macau , entre objetos como louças, oratórios pertencentes as antigas famílias,  fósseis milenares, ferros de escravos e documentos que contam a história do município, podem ser encontrados no grande galpão onde funciona o museu. Vale a pena ir até o museu e conhecer um pouco da história do Rio Grande do Norte, e apreciar os  objetos  colecionados por João de Augino  há mais de cinquenta anos.


AS PRINCIPAIS FESTAS DA CIDADE


1 - A FESTA DO SAL E O ANIVERSÁRIO DA CIDADE




Na Festa do Sal  várias atrações são programadas para acontecer no Largo Cultural, no início do mês de setembro, data, em que os macauenses comemoram sua emancipação política. O evento geralmente começa com o hasteamento da Bandeira ao som da alvorada executada pela orquestra Filarmônica da cidade. Outras atrações culturais são destaque como Shows de grupos musicais de renome , Desfile Cívico, Feiras de Negócios etc. A Festa do Reencontro também faz parte  das atrações para comemorar o aniversário da cidade.



2 - A FESTA DO REENCONTRO




A "Festa do Reencontro de Macauenses" é um grande evento na cidade. Seus  organizadores estimam o comparecimento médio de três mil pessoas que podem desfrutar de inúmeras atrações desde Exposições, apresentações  de Cordelistas, Poetas e Shows com artistas da terra e outros convidados. O prazer de encontrar velhos amigos e matar a saudade dos bons momentos vivenciados  na cidade faz da festa do Reencontro um evento com gosto de "ano que vem tem mais"



 3 - A FESTA DE NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES




O dia dedicado a Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira dos marítimos é bastante festejado pelos fiéis católicos macauenses e é marcado pela realização das tradicionais procissões marítima e terrestre.



4 - A FESTA DA PADROEIRA - NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO



As comemorações da Festa da Padroeira da Cidade, Nossa Senhora da Conceição, tem início no final do mês de novembro e se estende até o dia 8 de dezembro - dia dedicado a Santa. A programação elaborada pela paróquia, inclui missas, benção do Santíssimo e uma procissão pelas ruas da cidade, encerrando o festejo em grande estilo.


5 - O CARNAVAL DE MACAU



Macau se orgulha de ter o melhor e maior Carnaval do Rio Grande do Norte. Em 2013,a Prefeitura colocou a disposição dos foliões,oito bandas quatro trios elétricos, quatro palcos, 40 camarotes. Com o Com o slogan: “Mais que Paixão. É tradição”, o Carnaval de Macau fez a alegria do macauense e dos turistas que invadiram a cidade nessa época. 



PELOS ARREDORES DA CIDADE


PORTO DE PESCARIA




Porto de Pescaria é uma das comunidades mais antigas de Macau..Essa comunidade pesqueira com seus trapiches é local de embarque e desembarque do pescado. É também ponto de partida para as ilhas da Casqueira, Presídio, Paraíso e Pontal dos Anjos, através do rio Conceição



O PARQUE SALINEIRO - SALINOR




Ele já foi Cirne, Alcalis e hoje é Salinor (Salinas do Nordeste) o maior parque salineiro do Brasil. Tem uma área de aproximadamente 350 hectares de Cristalizadores, e  é controlado pelo Grupo Fragoso Pires desde de 1978.  A produção do sal do parque  Salinor responde por mais de 40% da produção de Sal Marinho do Brasil. Amonumentais pirâmides de sal marinho formam um belíssimo e inesquecível cenário, que encantam turistas e inspiram artistas e poetas.




O PETRÓLEO EM MACAU





A revista Veja, de 10 de abril de 1974, noticiou a descoberta de uma jazida na Bacia Potiguar Marítima, em Macau. "(...) recentemente localizada, poderá, sozinha, dobrar o volume de reservas nacionais conhecidas." O primeiro poço foi o RNS-1, campo de Ubarana, costa de Macau, que naquele mesmo ano, apresentou sinais de óleo e gás, porém em quantidade não comercial. Já em 1975 o poço marítimo funcionava com boa produção.As perfurações de poços terrestres foram intensificadas a partir  da década de 80.
Hoje o campo marítimo de Ubarana apresenta um declínio na produção, mas a Petrobrás planeja novos investimentos para aumentar a produção marítima. Mas apesar dessa queda de produção marítima, o Rio Grande do Norte lidera a produção brasileira de Petróleo em terra. O estado responde por 20% da produção terrestre brasileira.



A USINA EÓLICA NA PRAIA DA SOLEDADE





Fundada em 2004, o parque de Macau é a primeira usina eólica implantada pela Petrobras. O campo de produção dispõe de três aerogeradores com potência de 600 kW cada. A energia total gerada neste empreendimento é de 1.8 MW de potência, suficiente para alimentar uma cidade de 10 mil habitantes. 
A energia produzida é utilizada pela Petrobras em suas unidades operacionais no local, transferida para as duas Plataformas de ARATUM, através de um cabo elétrico submarino. O projeto piloto em Macau é o primeiro de uma série de projetos que estão sendo desenvolvidos pela gerência de energia renovável, da área de Gás e Energia da Petrobras




FONTES:

  • História dos Municípios Aristides Siqueira Neto -  2ª Edição - 2001 - Imprensa Oficial do RN
Pesquisas Google - Sites: 
  1.  www2.uol.com.br/omossoroense/.../regional14.htm - Macau, tradição de sal, sol e carnaval -Jornal o Mossoroense.
  2. www.canindésoares.com/page/10?s=MACAU/ Resultados da pesquisa/Canindé Soares/ page 10
  3. obaúdemacau.com/ - O Baú de Macau 
  4. www.grandeponto.blogspot.com/2010/.../osal-de-macau.ht -  Grande Ponto: O sal de Macau - Texto do Jornalista Alex Gurgel
  5. www.macauemdia.blogspot.com/.../12-lugares-para-visitar - Macau em dia. 12 lugares para visitar em Macau - Texto do Jornalista Alex Gurgel
  6. www.macauemdia.blogspot.com/.../museu-jose-elviro-resiste - Macau em Dia: Em Macau, o Museu José Elviro rrsiste ao tempo -Texto do Jornalista Alex Gurgel.
  7. www.macauemdia.blogspot.com/.../museu-do-carnaval-mac -Macau em Dia: Museu do Carnaval macauense com as portas... Texto do Jornalista Alex Gurgel
  8. www.chaopotiguar.blogspot.com/2008/10/macauhtml - Chão Potyguar-Macau -Sal, Sol e Carnaval no Porto de Ama - Texto do Jornalista Alex Gurgel

FOTOS: 

  • Acervo do Jornalista Alex Gurgel
  • Acervo do Fotógrafo Canindé Soares
  • Imagens Googles não identificadas
  • Edição de Fotos -Site Pic Monkey








terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

BATE-BATE DE MARACUJÁ - SABOR SAUDADE -SABOR DOS ANTIGOS CARNAVAIS EM RECIFE





"Neste Carnaval / Quá, quá, quá, quá / O prazer é gargalhar / E com bate-bate de maracujá / A nossa vitória / Vamos festejar"


Nesse clima momesco é impossível não lembrar de Recife, onde passai memoráveis carnavais. Como não lembrar então de bate-bate de maracujá? Esse nunca faltou na casa de de dona Joaquina, uma foliã de 83 carinhosamente chamada de Vó Joaquina por todos nós. Lembro de um filtro de barro que ficava num cantinho da varanda, com o bate-bate  que ela oferecia a todos que  adentrasse à sua casa. Eu  gostava do sabor, mas bebia de forma moderada porque era uma bebida forte. Vó Joaquina não está mais entre nós, mas sua neta Alice continua fazendo o bate-bate de maracujá a cada carnaval ou outros festejos familiares, do jeito que a avó ensinou.


BLOCO DA VITÓRIA - NELSON FERREIRA




RECEITA DE BATE (BATE TRADICIONAL)




  • 1/2 Garrafa de cachaça de boa qualidade
  • 1 Copo de suco de maracujá concentrado, feito com a própria fruta.
  • 1/2 Copo de mel de engenho

MODO DE PREPARAR



Juntar todos os ingredientes em um recipiente, bater bastante com uma colher de pau até que tudo fique muito bem misturado. Coloque em um filtro de barro. Está pronto para servir.



BATE-BATE COM MEL DE ENGENHO OU AÇÚCAR?



A receita acima me foi dada pela avó de uma amiga pernambucana Dona Joaquina de Oliveira. Descendente de escravos ela dizia que a receita era a mesma usada pelos seus avós e que foi passada, de geração à geração, pela tradição oral. Vó Joaquina tinha fama de fazer o melhor bate-bate da redondeza. Ela defendia com entusiasmo sua receita e dizia que o bate-bate original era feito com mel e não com açúcar. "Maracujá com cachaça e açúcar  eu conheci depois - é isso que vocês mais novos chamam de batida de maracujá" -  afirmava
Já Câmara Cascudo define o bate-bate  como "um coquetel de aguardente, açúcar e limão, revolvido com um misturador elétrico ou a mão.Substituiu-se o limão pelo maracujá, abacaxi ou outro sumo de fruta, tomando a bebida o nome dessa última, bate-bate de maracujá etc. O mesmo que bastida, sempre gelado".


ORIGEM DA BEBIDA BATE-BATE 




Não se sabe precisar o momento em que  se misturou cachaça, mel e maracujá. É bem possível que a mistura tenha surgido entre os negros escravos dos grandes engenhos pernambucanos que se alastravam por todo Nordeste Mas isso é apenas uma hipótese.  O próprio Câmara Cascudo, um mestre no assunto sobre a História da Alimentação no  Brasil  (Título de um dos seus livros,) ao se referir a bebida, no seu dicionário do Folclore Brasileiro, não faz nenhum comentário sobre a origem do bate-bate.


SOBRE O MARACUJÁ




O maracujá é uma planta trepadeira  da família das Passifloráceas conhecida como maracujazeiro, originária da América Tropical sendo muito abundante em todo Brasil. O fruto pode apresentar uma coloração amarela ou vermelha. A bela flor, considerada por muitos exótica  é conhecida como "flor da paixão". Suas folhas e raízes contém uma substância semelhante à morfina - a passiflorina, empregada como calmante. A polpa, parte comestível do maracujá, é formada  por sementes amarelas pretas coberta de uma substância amarela e translúcida, ligeiramente ácida e de aroma acentuado. Além de possuir alto valor nutritivo,  é  rico também em  vitamina C, vitaminas do complexo B e alguns minerais como Ferro, Cálcio e Fósforo.
A fruta pode ser consumida ao natural ou em sucos, sorvetes. mousses  e bebidas com teor alcoólico como licores, batidas, caipirinhas e o famoso "bate-bate" pernambucano.



FONTES:


  • Luís da Câmara Cascudo - História da Alimentação no Brasil-Editora Global - São Paulo/ 2011
  • Luís da Câmara Cascudo - Dicionário do Folclore Brasileiro -Ediouro Publicações - São Paulo
  • Mário Souto Maior e Rúbia Lóssio - Dicionário do Folclore para Estudantes - Editora Massangana - Fundação Joaquim Nabuco - PE / 2004
  • Joaquina de Oliveira - Recife/PE - Receita de Bate-bate

FOTOS:     
  • Imagens Google
  • Edição de Fotos: Site Pic Monkey   

VÍDEO:
  • Bloco da Vitória -Nelson Ferreira - Postado no You Tube por "joseivaniomorais" em