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Barra de Punaú - por Arilza Soares

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O MARCO DE TOUROS E A FUNDAÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE



Na última visita que fiz a Fortaleza dos Reis Magos em Natal, pude ver de perto, entre o acervo cultural lá exposto,o monumento conhecido como "Marco de Touros". Já tinha lido algo à respeito dele, mas as pessoas que estavam a minha volta, e que eram norte-riograndenses, nada sabiam!  Fiquei pensando porque um marco de tamanha importância histórica era um desconhecido para todos nós! Realmente conhecemos pouco da nossa história e nos contentamos apenas com as informações que nos foram dadas em sala de aula. Vamos pois conhecer melhor essa história que marca, entre outras coisas, o nascimento do estado do Rio Grande do Norte.
                                               

                                                 


Quando os portugueses, na sua política expansionista, chegavam às terras descobertas, deixavam um marco, oficializando a tomada de posse de territórios que descobriam como sendo exclusivamente de Portugal. Eram colunas de pedra, de altura variável, com uma cruz  e inscrições em português, latim e árabe, que os portugueses passaram a usar como prova de suas descobertas e símbolos de sua fé.
O Marco de Touros é uma pedra calcária de granulação fina, provavelmente de mármore português ou lioz, medindo 1,20m de altura; 0,20m de espessura, 0,30m de largura; 1,05m de contorno.
Na parte superior, contém a cruz da Ordem de Cristo (a famosa Cruz de Malta) em relevo e, abaixo, as armas do rei de Portugal e cinco escudetes em aspas com cinco quinas.



                                                                 
                                                                 
Em 7 de agosto de 1501, uma frota de três caravelas portuguesas chegava á costa do Rio Grande do Norte, no local que posteriormente seria o Município de Touros (razão pelo qual o marco ficou conhecido como "Marco de Touros"), entre São Miguel do Gostoso e Pedra Preta. Sob o comando de André Gonçalves, os tripulantes trataram de fincar o Marco de Posse, estabelecendo o símbolo de dominação portuguesa sobre a nova terra. Com André Gonçalves, estavam também Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio, que viam com a incumbência recebida do Rei D. Manuel de tomar posse da nova terra recém descoberta - o Brasil.
registro da descoberta do Marco  foi feita pelo historiador pernambucano José de Vasconcelos, no final do século passado, em seu livro Dantas Célebres e fatos Notáveis da História do Brasil. O historiador Câmara Cascudo esteve no local, identificou o marco e fez um livro inteiro sobre o assunto.                             


                                     RÉPLICA DO MARCO                      
                
O Marco foi levado por Câmara Cascudo para sua residência em Natal porque estava se deteriorando pela maresia e ação do vento, alem de sofrer a ação dos próprios moradores da comunidade. O marco era cultuado como se fosse santo, e o chamam até de “Santo Cruzeiro”. A cruz inserida no Marco levava a comunidade a crer que esse era realmente divino, vindo diretamente de Deus para eles. Os habitantes dessa comunidade acreditavam que tirar algumas lascas de pedra do Marco para fazer chás não se constituía como uma agressão e sim como uma cura para suas doenças. Anualmente milhares de pessoas realizavam procissão em direção ao Marco.
Desde 1976, o Marco encontra-se nas dependências da Fortaleza dos Reis Magos, quando ele foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural. No local foi construido uma réplica e entregue a comunidade. 



                                 MONUMENTO  DO MARCO
                 
O monumento em homenagem a esse episódio, projetado por Oscar Niemeyer, está localizado em Touros no Km-0 da BR-101. Conta com um arco que se assemelha ao da Praça da Apoteose no Rio de Janeiro, uma lâmina d'água e uma réplica do mais antigo monumento colonial de posse portuguesa encontrado no Brasil. 



A FUNDAÇÃO DO ESTADO
DO RIO GRANDE DO NORTE

                             7 de Agosto - Aniversário do RN                         



O dia 7 de agosto data em que aconteceu a fixação do  primeiro Marco no Brasil, foi escolhido para ser a data do aniversário do Rio Grande do Norte. Para muitos historiadores a fixação do Marco representa o registro de nascimento do Brasil  e, como não poderia deixar de ser do Rio Grande do Norte também. 
Mas o Rio Grande do Norte comemora, na próxima semana seus 510 anos de fundação em meio ao de desconhecimento  dos potiguares sobre a sua história. A data foi instituída pela lei 7.831 de 31 de maio de 2000, de autoria do deputado Valério Mesquita, num reconhecimento e alusão à fixação do Marco de Touros.


HINO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE


Letra de José Augusto Meira Dantas e Música de José Domingos Brandão

O Hino do Estado do Rio Grande do Norte tem como autor José Augusto Meira Dantas, compondo a letra e José Domingos Brandão, responsável pela música, ambos naturais da cidade de Ceará-Mirim. Foi oficializado pela Lei Estadual 2161 de 3 de dezembro de 1957 na gestão do Governador Dinarte Mariz. É composto por três estrofes, cada uma contendo doze versos e um estrbilho (refrão)

LETRA DO HINO DO RN
José Augusto Meira Dantas


Rio Grande do Norte esplendente 
Indomado guerreiro e gentil, 
Nem tua alma domina o insolente, 
Nem o alarde o teu peito viril ! 
Na vanguarda, na fúria da guerra 
Já domaste o astuto holandês ! 
E nos pampas distantes quem erra, 
Ninguém ousa afrontar-te outra vez! 
Da tua alma nasceu Miguelinho, 
Nós, como ele, nascemos também, 
Do civismo no rude caminho, 
Sua glória nos leva e sustém!

Estribrilho 
A tua alma transborda de glória! 
No teu peito transborda o valor! 
Nos arcanos revoltos da história 
Potiguares é o povo senhor!

II 
Foi de ti que o caminho encantado 
Da Amazônia Caldeira encontrou, 
Foi contigo o mistério escalado, 
Foi por ti que o Brasil acordou! 
Da conquista formaste a vanguarda, 
Tua glória flutua em Belém! 
Teu esforço o mistério inda guarda 
Mas não pode negá-lo a ninguém! 
É por ti que teus filhos descantam, 
Nem te esquecem, distante, jamais! 
Nem os bravos seus feitos suplantam 
Nem teus filhos respeitam rivais!

III 
Terra filha de sol deslumbrante, 
És o peito da Pátria e de um mundo 
A teus pés derramar trepidante, 
Vem atlante o seu canto profundo! 
Linda aurora que incende o teu seio, 
Se recama florida e sem par, 
Lembra uma harpa, é um salmo, um gorjeio, 
Uma orquestra de luz sobre o mar! 
Tuas noites profundas, tão belas, 
Enchem a alma de funda emoção, 
Quanto sonho na luz das estrelas, 
Quanto adejo no teu coração


FONTES

  • História do Rio Grande do Norte - Luis da Câmara Cascudo - MEC - 1955
  • Gildson Oliveira - "Câmara Cascudo - Um Homem Chamado Brasil. Ed. Brasília Jurídica - 1999.
  •       Pesquisas Google -  Wikipédia
  •      Jornal Tribuna do Norte - Natal/RN

FOTOS:
  • Imagens Google
  • Edição de Fotos: Programa Pic-Nic -Yahoo/BR

    2 comentários:

    1. Já conseguí acessar seu
      blog e aprendí um pouco da nossa história Potiguar e fiquei com água
      na bôca com as imagens da nossa terra.
      Comentário de Marquito -Rio Branco/Acre - via email.

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    2. Parabenizo a equipe do Vento Nordeste , por ampliar o meu conhecimento sobre esse importante marco histórico do Rio Grande do Norte!!! Permita-me compartilhar para outros amigos Norteriograndenses. - Neire Dantas - Natal/RN

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