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Barra de Punaú - por Arilza Soares

terça-feira, 16 de agosto de 2011

FOLCLORE BRASILEIRO: O MONSTRO LABATUT




Como eu gostava de trabalhar esse tema com as crianças, quando ainda atuava em sala de aula. Esse imaginário fantástico e tão rico na nossa cultura me fascina e me leva de volta à infância, onde as histórias mágicas parecem se misturar à realidade: bicho papão, papa figo, caipora, cabra cabriola assombravam a todos. Mais tarde Monteiro Lobato, me transportou para o Sítio do  Pica Pau Amarelo a conviver com Cucas e Sacis. Mas foi lendo Câmara Cascudo, que tomei conhecimento de outros personagens. Um deles, o Labatut, habita a mente dos moradores das cidades e povoados da região da Chapada do Apodi, nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte.


                                              

A Chapada do Apodi é uma formação montanhosa localizada na divisa dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará.
No Rio Grande do Norte está distribuida em quetro municípios: Apodi, Baraúna, Felipe Guerra e Governador Dix-Sept Rosado. No Ceará abrange cinco municípios: Alto Santo, Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Quixeré e Tabuleiro do Norte. E foi nessa região, no alto sertão nordestino, que um personagem da nossa história virou lenda de assombração.
Segundo Câmara Cascudo a lenda é uma reminiscência do militar francês Pedro Labatut, que em 1831 veio para o Ceará reprimir a Insurreição iniciada no sertão cearense, conhecida como a Revolta de Pinto Madeira. O movimento era uma reação às mudanças políticas causadas pela abdicação de D.Pedro I. Dizia-se que o general Labatut era extremamente violento e cruel. Fuzilou muitos negros e surrou muitas pretas. Em virtude da sua incontrolável crueldade acabou virando monstro na boca do povo.


General Pedro Labatut
O MONSTRO LABATUT

Martins de Vasconcelos, no seu livro "Histórias do sertão" escrito em 1918, relata o que ouviu do povo: "Labatut é  um bicho pior que o lobisomem, pior que a burrinha, pior que a caipora, e mais terrível que o Cão-Coxo. Ele mora, como dizem os velhos, no fim do mundo, e todas as noites percorre as cidades para saciar a fome, porque ele vive eternamente esfaimado. Anda a pé. Os pés são redondos, as mãos compridas, os cabelos longos e assanhados, corpo cabeludo,como o porco espinho, só tem um olho na testa como os cíclopes da fábula e os dentes são como as presas do elefante! Ele gosta muito mais de meninos, porque são menos duro que os adultos! Ao sair a lua, ele que anda ligeiro, entrará pelas ruas num trote estugada, pairando às portas para ouvir quem fala, quem canta, quem assobia e quem ressonar alto e zás! Devorar!... Os cães dão sinal. latindo-lhe atrás!"
   


Fontes: 

  • Câmara Cascudo - Dicionário do Folclore Brasileiro -Ediouro Publicações/SP
  • Pesquisas Google: Wikipédia
Fotos:
  • Imagens Google
  • Edição de Fotos: Programa Pic-Nic - Yahoo/BR


                                             
                                                             

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