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Barra de Punaú - por Arilza Soares

quinta-feira, 21 de julho de 2011

CORDEL DESENCANTADO: JESUÍNO BRILHANTE O CANGACEIRO ROMÂNTICO.



                                                                            




Não perco um capítulo de "Cordel Encantado", novela que a TV Globo leva ao ar diariamente às seis da tarde. Produção bem cuidada, elenco afinadíssimo, figurinos impecáveis e uma história bem contada que mexe com o imaginário do povo nordestino. É isso ! gostode ouvir histórias.mesmo na ficção. que de uma maneira ou de outra, fale dos costumes e das tradições do nosso povo. Cordel Encantado me coloca no túnel do tempo e me leva pra junto do meu avô, um sertanejo simples, um grande contador de histórias. Foi dele que ouvi, ainda bem pequena, a história de Jesuíno Brilhante, cangaceiro que nasceu no Rio Grande do Norte.  










  Jesuíno Brilhante





















Jesuíno Brilhante nasceu no sítio Tuiuiú, na cidade de Patu, no Rio Grande do Norte. A data de nascimento é motivo de controvérsia .Para uns, ele nasceu em 02 de janeiro de 1844, outros dizem que foi em março de 1844. Seu nome de batismo era Jesuíno Alves de Melo Calado. 

Filho da aristocracia rural sertaneja, entrou no cangaço em 1871 por vingança, após uma rixa de sua família com a família dos Limões, em Patu.Uma surra dada no seu irmão, pelos valentões da referida família, revoltou o pacato agricultor e o  transformou






 em chefe de bando invencível. Para Câmara Cascudo, "Jesuíno foi um cangaceiro gentil-homem, bandoleiro romântico, espécie matuta de Robin Hood, adorado pela população pobre, defensor dos fracos, dos anciãos oprimidos, das moças ultrajadas, das crianças agredidas".





















                                                         













Jesuíno se diferencia dos demais cangaceiros, por ter procurado intervir em questões sociais como a distribuição para as pessoas necessitadas dos gêneros alimentícios destinados a combater as secas. Subtraía dos coronéis saqueando os comboios de víveres que eram enviados pelo Governo para as vítimas das secas, mas que ficavam nas mãos dos poderosos e nunca chegavam à população. Jesuíno também se destacou por intervir em situações de violência sexual contra as mulheres uma década antes do reconhecimento legal do crime de estupro.
Famílias inteiras chegaram a fazer parte do seu bando como estratégia de sobrevivência.











CASA DE PEDRA 
FORTALEZA DE JESUÍNO BRILHANTE


























 De 1871 a 1879, implantou um “Estado paralelo” nos sertões nordestinos, cujo eixo central era a região do Paatu (“terra alta”, em tupi) e cuja principal fortaleza a chamada Casa de Pedra (caverna encravada na Serra do Lima) de onde Jesuíno tinha uma visão privilegiada da região e total controle de quem estava a caminho da casa. A "casa de pedra" ficava localizada bem no alto da serra e no seu interior tinha umas divisões que serviram de quartos  para acomodar Brilhante e seu bando.















                                                                               
                                                         Fazenda Nova-Caruaru-PE         



















Entre as mais fantásticas de suas ações encontram-se o ataque à cadeia de pombal na Paraíba, em 1874 para libertar seu irmão lucas que ali se encontrava preso, e a resistência à prisão em Martins, no Rio Grande do Norte, em 1876, quando "cercados pela polícia, Jesuíno e seus 10 companheiros abriram passagem por dentro das casa, rompendo paredes, cantando a cantiga Corujinha e desapareceram .(Câmara Cascudo-dicionário do folclore brasileiro)
Jesuíno morreu de emboscada no "riacho dos porcos" em Belém do Brejo da Cruz, na Paraíba, em 1879, atingido por carga de bacamarte, disparada por seu inimigo Preto Limão.
Sua popularidade e prestígio perdura até hoje na memória do povo sertanejo do oeste do Rio Grande do Norte.












                       TV Ponta Negra - SBT - Natal/Mossoró



















           
Essa postagem é dedicada ao meu avô Petronilo Rosa, de quem herdei a paixão pelas coisas do sertão. Ainda guardo de cor muitas das suas histórias contadas com entusiasmo e convicção de quem viveu e conheceu de perto a história do seu povo. hoje me dou conta de quão importante o Senhor foi na minha formação. Obrigada vô. Saudades!


Fontes:

  • Luiz da Câmara Cascudo - Dicionário do Folclore Brasileiro - Publicação EdiOuro/SP
  • Pesquisas Google -  Site: Wikipédia


Fotos:

  • Imagens Google
  • Edição de Fotos: Programa Pic-Nic- Yahoo/BR

Vídeo:
  • Postado no you Tube por williamsvicente em 23/07/2010- TV Ponta Negra - Programa 60 minutos- exibição em 03/06/2010




5 comentários:

  1. Projetos Especiais disse...
    Muito linda essa sua postagem Arilza. Um relato interessante sobre coisas que não podem ser esquecidas de maneira alguma. Continue nos educando e entretendo como tem feito até aqui com tanta competência. Beijos. Nelson
    28 de junho de 2011 17:01

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  2. Fabrine Céu disse...
    Olá, assim cm vc sou apaixonada por Cordel Encantadooo e sua postagem ficou muito, muuito linda e emocionante... Sou da Bahia e já estive aí em Natal ano passado para conhecer e sua terra é muito linda! Já estou seguindo seu blog viu?! Se puder passa no meu bloguinho tmb ok?! Beijos!
    2 de julho de 2011 09:03
    Fabrine Céu disse...
    A senhora é irmã de tia Aldenize??? Fui com ela em Natal ano passado! Que legal, ela mandou o link para meu e-mail mas ñ me falou que era seu... Muito lindo o seu blog tmb, eu ameiii de cara. Beijos!!! Obg pelo elogioo... há, trabalho na Educativa há 5 anos!
    2 de julho de 2011 13:13

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  3. Adoro " Cordel Encantado`` como vc, e mais encantada com a sua postagem, possibilitando conhecer um pouco dessa história emocionante. Bjus. Janete.

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  4. Arilza, uma coisa que é comum a quase totalidade dos líderes do cangaço é que foram inicialmente oprimidos e massacrados pela elite e passaram para "o outro lado". Excelente conhecer a história também desse cangaceiro, que desconhecia completamente. Manda ver que seu blog é sensacional. Beijos

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  5. Nosso avô Petronilo contava umas histórias impressionantes sobre essa figura do cangaço nordestino, quando a gente era moleque, lá na rua Boa Vista´.
    Eduardo de Souza - Rio Branco/Acre - Via E-mail

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