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Barra de Punaú - por Arilza Soares

terça-feira, 24 de abril de 2012

OBA! VAMOS SOLTAR CORUJA? ( PANDORGA, PAPAGAIO, PIPA...DA SÉRIE BRINCADEIRAS INFANTIS


Meminos soltando Pipas - Ivan Cruz


Pipa, papagaio, pandorga, raia,  piposa, arraia, pepeta, califa...
Mas na minha infância em Natal,  a pipa era conhecida cono "coruja" que eu aprendi a fazer usando  três varetas retiradas das palhas do coqueiro e  papel de seda; em uma das extremidades a gente prendia um rabo bem comprido, a "rabiola". Não era difícil fazer uma coruja, mas a armação tinha que ser muito bem feita, senão a coruja  não subia. Na verdade eu nunca empinei uma coruja, ( naquela época só os meninos tinham esse privilégio). Eu  fazia porque achava bonito e continuo achando até hoje! Me encanta ver uma pipa bailando no ar emoldurada pelo céu azul. De vez em quando arranjo um motivo para comprar pipas seja para dar de presente a uma criança, seja para decorar alguma festa infantil. Como professora, como mãe, não perdi nenhuma oportunidade de colorir e dar vida ao ambiente com pipas, muitas pipas!
                        

HISTÓRIA DAS PIPAS

                          Cândido Portinari - Meninos Soltando Pipas/1947


Acredita-se que as pipas tenham surgido na China, há cerca de 200 anos a.C. e que foram usadas inicialmente como dispositivo militar. Os movimentos e as cores das pipas eram mensagens transmitidas à distância entre destacamentos militares.A tradição chinesa atribui a invenção da pipa ao general Hau-sin, que viveu no século 206 a.C. Este general  teria conquistado a cidade, por um túnel por ele construído, após ter calculado por meio de uma pipa, entre o campo onde estava e o palácio Wai-Yano ( do livro "jogos Tradicionais Infantis" de Tizuco Morchida Kischimoto).
Com o passar do tempo as pipas se tornaram populares e foram levadas para países vizinhos como Japão e Coréia. Nos países orientais as pipas adquiriram um forte significado religioso e ritualístico. Até hoje,  continuam sendo usadas para atrair felicidade, sorte, fertilidade e vitória. Assim, as que  tem forma de dragão são empinadas para atrair prosperidade, as tartarugas para atrair vida longa e as corujas para atrair sabedoria. Há ainda símbolos para afastar maus espíritos. para ajudar na pesca e para servir de oferendas dos deuses. 


CURIOSIDADES À RESPEITO DAS PIPAS

                         Cândido Portinari - Meninos soltando pipa/1952.


  • Conta-se que o grande navegador Marco Pólo, ao se encontrar encurralado na China, para se defender, construiu uma pipa carregada de fogos de artifício, que explodiram provocando um bombardeio, afastando seus oponentes
  • Em 1752, Benjamim Franklin realizou uma experiência científica com uma pipa. Prendendo uma chave ao fio da pipa, ele a empinou durante uma tempestade. Percebeu com isso que a eletricidade das nuvens foi captada pela chave e pelo fio molhado, o que o levou a descoberta do para-raio.
  • O 14 Bis de Santos Dumont   pode ser comparado a uma sofisticada pipa com motor.
  • No Japão as pipas são chamadas de "tako" que significa "polvo". Lá a fabricação das pipas tem quase um status de arte. Além das pipas tradicionais, geométricas, existem as pipas com formas humanas, de animais,pássaros que carregam objetos que assobiam no vento.Tem pipas de tamanhos variados que podem ter até cinco metros que precisam de equipes para serem empinadas.
  • Na Malásia as pipas são empinadas por pessoas com graves problemas.As pipas são levadas a grandes altitudes, cortando a linha. Acreditam que assim estão se livrando do problema e começando uma nova vida.
  • Na China, o dia nove do mês nove é o Dia das Pipas. Adultos e crianças do sexo masculino, se dirigem as colinas para empinar suas pipas.
  • No Iraque as pipas são empinadas a noite, com lanternas, para encher a noite com estrelas artificiais.
  • Nas ilhas do Pacífico, as pipas são feitas de folhas de bananeira e usadas para pescar.

    NOMES DADOS ÀS PIPAS NO BRASIL
     E EM OUTROS PAÍSES*


                            Meninos soltando pipas - Cândido Portinari

    Uma brincadeira universal encontrada nos cincos cantos do mundo. No Brasil chegou com os portugueses na época da colonização, e recebeu denominações regionais diferentes. O nome muda, a forma de brincar sofreu também algumas adaptações locais, mas o princípio é o mesmo: Voar com os pés no chão! Uma brincadeira que sempre encantou e continua encantando adultos e crianças.

    Nomes da Brincadeira No Brasil

    Papagaio - Em todo o Brasil
    Raia - Norte do Paraná até Curitiba
    Quadrado e Papagaio - Interior de São Paulo
    Curica, Cângula, Jamanta, Pepeta, Casqueta e Chambeta - Norte
    Pipa - São Paulo (capital) e Rio de Janeiro
    Arraia, Morcego, Lebreque, Bebeu, Coruja -Tapioca -Barril e Bolacha -  Nordeste
    Estilão e Pião - Sudeste
    Pandorga - Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sul do Paraná
    Cafifa - Niterói
    Maranhão - Minas Gerais e algumas regiões do interior de São Paulo

    Nomes em outros Países             

    Cometa - Espanha, Uruguai e alguns países de língua castelhana
    Papalote - México 
    Barrilete - Argentina
    Papagaio - Portugal
    Kite - Inglaterra, Estados Unidos e todos os países de língua inglesa
    Tayara - Líbano
    Cerfvolant - França e países de língua francesa
    Aetos - Grécia
    Drachen - Alemanha 
    Wau - Malásia
    Aquiloni - Itália e países de língua italiana 
    Sarkany - Hungria
    Takô - Japão 
    Leijani - Finlândia
    Shirosshi e Shiem - China 
    Vliegers - Holanda
    Drak - Tchecoslováquia (em Tcheco) 
    Drakar - Suécia
    Jarkan - Tchecoslováquia (em Eslavo) 
    Didak - Bélgica
    Volantin - Chile e alguns países de língua castelhana
    Wau - Malásia
    Sarkany - Hungria
    Leijani - Finlândia
    Vliegers - Holanda
    Drakar - Suécia
    Didak - Bélgica
    Stell - Em Basco (região de Barcelona - Espanha)
    Atok´er - Língua Maya
    Tchiang - Nepal
    Patang - India , Afeganistão
    Vozdouchnei, Zmiei -Rússia
    Chiriachirou - Sri Lanka
    Caidéu - Vietnam
    Wau - Indonésia
    Yoah - Coréia
    Tairawakia - Iran , Iraque , Baren
                                        *Do Site: www.pipas.com.br

    TIPOS DE PIPAS*

      Meninos soltando pipas -Djanira da Mota e Silva/1966

    • Suru - pipa que não tem rabiola e sua armação é feita apenas com duas varetas em forma de cruz e é totalmente encapada.
    • Raia - não utiliza rabiola e tem formato de losango.
    • Peixinho - semelhante a raia, mas tem rabiola.
    • Morcego - sem rabiola, em formato retangular e não é totalmente encapada.
    • Pião - pipa grande que precisa de muita rabiola para subir .É considerado pião quando a vareta central da pipa ultrapassa a medida de 60cm.
    • Telequinho ou Jerequinho - pipa pequena que precisa de pouca rabiola para subir.
    • Maranhão - pipa com rabiola e muita mobilidade
    • Carrapeta - pipa feita com três varetas em tamanhos diferentes, uma central (de maior tamanho) e duas transversais, formando uma espécie de cruz, com espaço entre si, sendo que a inferior é de tamanho mais curto.
    • Baratinha ou Charutinha  - espécie de pipa com rabiola de formato retangular e com muita agilidade.
    • Pipas de Biquinho - modelo muito conhecido no RJ. com rabiolas imensas; tem capacidade de ir muito longe.
    • Pipa Batata - semelhante a carrapeta, sendo que as varetas transversais não são do mesmo tamanho.
    • Pipa Modelo - são conhecidas pelos formatos variados, e pelo seu tamanho. Muito bonitas são vistas  em  Festivais, como são conhecidas as competições desse estilo.            
                   *Classificação transcrita do Site Wikipédia - Google        


         COMO FAZER UMA PIPA TRADICIONAL


      Material
      • Cola - Tesoura
      • Papel de Seda - Linha
      • Varetas de Madeira


      Modo de Fazer
      1. Amarre perpendicularmente as varetas de 32cm na vareta de 54cm.
      2. Passe a linha em volta de todas as pontas das varetas para fazer a armação para dar o formato de pipa.
      3. Colar a armação de varetas e linha sobre o papel de seda.Lembre-se de deixar a parte superior da armação de fora do papel.
      4. Corte o papel usando a armação como molde, lembrando de cortar um pouco maior que a armação para ter espaço para a colagem.
      5. Passe cola nos pedaços de papel de seda em volta da armação e dobre-os para colá-los nas varetas.
      6. Espere alguns minutos para a cola secar e envergue um pouco ( para dentro da pipa) a vareta maior (central) e dê uma volta a mais com a linha na extremidade da pipa.
      7. Agora é só colocar o cabresto e a rabiola.


      Se tiver dúvidas veja o Vídeo preparado pela EquipeArtCeu. Bem didático ele ensina, passo a passo, como fazer uma pipa.





      BRINCANDO DE SOLTAR PIPAS



        O objetivo é manter a pipa no ar pelo maior tempo possível. Para os menos experientes, o ideal é contar com um ajudante, que ficará à frente do empinador a uma distância de 20 metros, segurando a pipa em uma inclinação de mais ou menos 60°, enquanto o empinador segura o carretel com a linha bem estendida. Quando perceber um vento bom, o ajudante fará um sinal para o empinador, que deve recolher a linha com as mãos, em movimentos constantes.
        Uma vez no ar, é hora de fazer manobras, com golpes de linha, até a pipa "imbicar" no solo, isto é, "mergulharem em direção ao solo. Desse mergulho, a pipa só levanta quando se solta mais linha. Assim o bom empinador é aquele que consegue fazer a pipa quase bater no chão, para só aí "dar linha" fazendo ela subir novamente.
        Outra manobra muito usada, mas muito perigosa, é a de cortar a linha de outras pipas. Para isso as linhas são preparadas com "cerol", uma mistura de vidro moído e cola, tornando-se verdadeiras navalhas. Acidentes são comuns com o uso do cerol e em muitos lugares são proibidos.


        DICAS DOS BOMBEIROS



        • Não solte pipa nos dias de chuva, pois se tiver relâmpagos, você pode receber uma descarga elétrica e morrer
        • Muito cuidado com as antenas e os fios elétricos das residências
        • O ideal é brincar em áreas livres ou parques. Se estiver empinando sua pipa em local movimentado preste atenção aos carros, motos e bicicletas para não ser atropelado.
        • Preste atenção aos buracos e obstáculos à sua volta para evitar acidentes.
        • Não use linha metálica ( fio de cobre ou bobinas) nem papel laminado para usar em sua pipa.
        • Evite soltar pipa de cima de lajes. telhados ou qualquer outro lugar sem proteção.Brincar é bom, mas está vivo e saudável é mais importante.

        Fontes:

        • Revista Almanaque Brasil Cultura-Artigo: Pandorgas, Papagaios,Pipas-Publicado em Maio/2009.
        • Pesquisas Google -  Sites:

        1. www.jogos antigos.nom.br/pipa.asp - Pipas e Papagaios - Jogos Antigos 
        2. www.pipas.com.br/home.htm - Equipe Silvio Voce. Portal de pipas e papagaios.
        3. www.mapadobrincar.folha.com.br/projeto/ - Folha.com- Mapa do Brincar- Projeto-Histórico.
        4. Wikipédia - Papagaios, Pipas.
        Fotos:
        • Imagens Google
        • Edição de fotos: Site Picmonkey
        Vídeo: Enviado ao You Tube por: desireefg em 27/07/2008





        4 comentários:

        1. Eu nunca aprendi nem a fazer nem a soltar coruja kkkkk vc é jeitosa heim Arilza?
          Marilda Nascimento-São Bernardo do Campo/SP
          há 3 horas no Facebook

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        2. Todo ano levo os meninos da escola para o Guaibim finalizando o projeto pipa! É massa!
          há 53 minutos ho Facebook
          Aldenize Reis - Valença/BA

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        3. Realmente é uma brincadeir das coisas que mais lembram a infância de muita gente....eu "ajudava" meu irmão cortando as tiras da rabiola e prendendo-as a linha,achava o máximo ver a pipa subindo....quando aparecia outra por pert gritava logo:"-Corta!Corta!!"E era uma festa!!Ah!Doce tempo que não volta mais.....
          Maria Luiza Nolasco - Rio de Janeiro -Via Facebook

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