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Foto de Capa
Barra de Punaú - por Arilza Soares

terça-feira, 8 de julho de 2014

O LENDÁRIO MONTE DO GALO E O SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS EM CARNAÚBAS DOS DANTAS NO RN



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Chovia à cântaros quando estive esse ano em Carnaúba dos Dantas. Podia ter sido muito frustrante  pra mim que pretendia fotografar o Monte do Galo em todos os seus detalhes. Mas, tomar banho de chuva em pleno sertão nordestino, depois da tão esperada e desejada chuva, não podia ser melhor. Fiquei feliz demais e me senti a própria mensageira da chuva. Assim, entre uma estiagem e outra, sai para subir o Monte do Galo e percorrer o caminho da Via-Sacra que leva ao topo. Aproveitei para agradecer a Deus aquele momento único e em oração pedir mais chuvas para o nosso sertão.








Cercado de lendas e de algumas polêmicas religiosas o Monte do Galo com seu 115 metros de altura, visto de vários pontos da cidade, é hoje um marco da cultura religiosa do nosso sertão. A pequena Carnaúba dos Dantas recebe milhares de fiéis de todas as partes todos os anos.
Nos últimos tempos com o crescimento do número de evangélicos na cidade, uma grande polêmica se estabeleceu: os evangélicos acusam a igreja católica de ser conivente com a Idolatria - o Culto ao Galo. Mas, indiferentes as polêmicas, romeiros e peregrinos continuam chegando na cidade para professar sua fé à Nossa Senhora das Vitórias.






Na cidade de Carnaúba dos Dantas, município do Rio Grande do Norte, o antigo "Serrote Grande" posteriormente conhecido com "Serrote do Galo" e hoje "Monte do Galo", abriga o Santuário de Nossa Senhora das Vitórias, tido como o maior Santuário Religioso de toda região sertaneja do Seridó, que compreende vários municípios do Rio Grande do Norte e da Paraíba.
O Conjunto Religioso do Monte do Galo, está  localizado no bairro Dom José Adelino Dantas, da cidade referida cidade. O local, onde religiosos, pagadores de promessas e peregrinos de todos os lugares sobem para rezar e agradecer as bênçãos conseguidas, conta com Capela, Cruzeiro, Sala dos Ex-Votos e a Via Sacra ao longo da subida do Monte. No topo do Monte a escultura de um Galo parece saudar a todos que ali chegam. 



 HISTÓRIAS E LENDAS ACERCA DO MONTE









Segundo a tradição oral, nas primeiras décadas de 1800, os vaqueiros da Fazenda Baixa Verde, que pertencia ao Major Antônio Dantas, enquanto cuidavam do gado nas proximidades da região do Serrote Grande escutaram o cantar de um galo vindo do topo do serrote. Isso os deixavam assustados porque não haviam habitantes nas proximidades. A notícia do misterioso fato logo se espalhou, e o Serrote Grande passou a ser conhecido como Serrote do Galo.







Outro acontecimento contribuiu mais ainda para que a população acreditasse que alguma coisa de divino existia no naquele monte. Segundo consta, uma cabra pulou do cume do Serrote, sem  sofrer nenhum dano em consequência da queda. Apesar desses animais terem certa familiaridade com locais íngremes e pedregosos, os 115 metros de altura do Serrote do Galo era uma altura considerável.
Esses dois acontecimentos foram suficientes para os nativos passassem a considerar o serrote como um Monte Santo.




A HISTÓRIA DE UMA DEVOÇÃO






As origens históricas do Santuário, tem a ver com a devoção particular do Senhor Pedro Alberto, para quem Nossa Senhora das Vitórias operou um milagre. Segundo contam, Pedro Alberto Dantas (1878-1960) morava com sua família no sítio Xique-Xique. No início do século XX, durante o Ciclo da borracha, partiu para região Norte com esperança de melhorar de vida,. Trabalhando entre o pará e o Amazonas, ladeando as margens do rio Puruz, foi acometido de berebéri. Ficou entre a vida e a morte. Sua filha, Julia Albertina Dantas, assim relata como se deu o milagre:
..." Ai ele estava lá, ardendo em febre, três dias, era uma febre terrível...dormindo e acordando. No delírio da febre, aparece Nossa Senhora das Vitórias. E ela diz pra ele:
- Se queres viver, volte a sua terra Natal o quanto antes e leva contigo uma imagem minha.
-  E ele pergunta: Quem é a senhora?
- Ela responde: Eu sou Nossa Senhora das Vitórias, sua protetora"
Cessada a grande febre e reviogoradas as suas forças, Pedro Alberto resolveu voltar para sua terra natal. Antes passou em Belém onde comprou a imagem de Nossa Senhora das Vitórias. Embarcou num navio da Loide para Natal, de onde seguiu para o Seridó em um cavalo, conduzindo a  imagem de Nossa senhora na cangalha de um jumento.







"Então ele veio pra Carnaúba... trazendo a santinha. diz dona Julia Albertina, continuando a sua narrativa: Quando ele voltou, conheceu o primeiro médico de Carnaúba, Flávio Maroja, paraibano; então ele disse: "Pedro, mas que lugar mais lindo, vamos passear nesse lugar” (o Serrote do Galo). Então eles foram até lá... e o Doutor Flávio falou: "Mas um lugar bonito desse, ninguém nunca pensou aqui em nada... em transformar isso num lugar de turismo?"E meu pai disse: "Aqui é um lugar sagrado, onde o Galo cantou anunciando à meia-noite... aqui é pra ser um local de oração". Então ele se juntou com outros que tinham condições, influência... colocaram o Cruzeiro que está lá até hoje


O CRUZEIRO DO ALTO DO MONTE






O Cruzeiro foi construido pelo artesão José Paizinho, sob a orientação de Mamede Azevedo. O obra religiosa foi assumida pelo senhor Pedro Alberto Dantas. Previsto para ser inaugurado no dia 27 de setembro de 1928, a data teve que ser adiada devido a uma grande tempestade ocorrida no dia. Na nova data marcada, dia 25 de outubro do mesmo ano, o Cruzeiro foi bento pelo Padre Bianor Emílio Aranha, que celebrou na ocasião a primeira missa.




 INAUGURAÇÃO DO CRUZEIRO NO SERROTE DO GALO EM 25/10/1928




A IMAGEM DE NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS






A imagem da Nossa Senhora das Vitórias, que chegou a Carnaúba ds Dantas pelas mãos de Pedro Alberto Dantas, passou inicialmente a fazer parte do oratório da sua família até seu casamento, em 1911. Posteriormente doou a imagem para a Igreja de São José, que lá permaneceu num dos altares laterais da igreja. 
Por ocasião da inauguração do Serrote do Galo, o senhor Pedro Alberto Dantas, acreditando que aquele local era santo, resolve fazer a doação da imagem de Nossa Senhora das Vitórias, para o Cruzeiro. A referida imagem  subiu para o serrote em procissão religiosa. Nascia assim a devoção à  Nossa Senhora das Vitórias, que passou a ser a protetora daquele serrote e da terra carnaubense.




A  CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS






A inauguração da capela, construída no topo do monte data de 1930, numa cerimônia onde acorreu grande número de devotos. A documentação escrita registra que os festejos dedicados a Nossa Senhora das Vitórias é anterior a inauguração da capela, e começaram, sefetivamente, 1929, de 23 a 25 de outubro - sendo o último comemoração do dia da santa, mantidos até hoje dessa forma.



O GALO NO ALTO MONTE






A Estátua do Galo está colocada em cima de uma estrutura rochosa no topo do monte. A placa nele colocada fala das datas : 1927 - 1992. A primeira data provavelmente se refere a intenção dos moradores da região em erguer um galo no topo do monte, para homenagear a tradição dos antepassados e suas lendas do cantar do galo. Mas devido às precárias condições econômicas dos habitantes, resolveu como solução mais viável erguer um Cruzeiro, que representa a fé católica dos habitantes da região que exaltaria a fundação de carnaúba. A segunda data (1992) se refere a construção do Galo que se deu mais recente. 
A estátua do Galo mede 1,55 metros de altura e pesa cerca de cinco toneladas.





A VIA - SACRA NA SUBIDA DO MONTE








Na subida, até o topo do monte foram erigidas as 14 estações que retratam a Paixão de Cristo. A inauguração dessa Via-Sacra ocorreu em 1957.
Nestas estações, os romeiros, devotos, peregrinos, por vezes, até mesmo curiosos, costumam realizar orações e agradecer as bênçãos alcançadas. Procurando testemunhar sua gratidão ou o pagamento da promessa, muitos deles acendem velas sobre as estruturas, ou depositam ex-votos, além de pedras, flores e até mesmo acanhadas quantias em dinheiro. Alguns chegam a escrever na própria estação palavras de agradecimento, misticismo que embora seja desaprovado pelos dirigentes do culto, persiste e se atualiza no espaço do Monte do Galo, como um modo de aproximação com o sagrado






O MUSEU HISTÓRICO E A SALA 
DE EX-VOTOS 






Inaugurado em 06 de janeiro de 1974 pelo tesoureiro do Monte do Galo, Antônio Felinto Dantas. O momento da inauguração contou com a presença do Bispo Dom José Adelino Dantas e do  maestro e compositor Felinto Lucio dantas. O museu, que está localizado logo no início da subida do monte, contém peças doadas pela comunidade e por pessoas de outras regiões. As peças são objetos pessoais, oratórios, moedas, cerâmicas antigas, móveis, entre outros. No ano de 1998, foi feita uma ampliação nas suas dependências. O Museu não é aberto diariamente, funcionando apenas no período da Semana Santa, festas religiosas e com a permissão do tesoureiro do Monte do Galo.


A FESTA DE NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS







Novenas, missa solene no Monte do Galo, missa na Igreja Matriz de São José,  procissão, feirinhas culturais e festas de rua, fazem parte programação da festa em homenagem a Nossa Senhora das Vitórias. A festa qcomeça quase sempre dez dias antes do dia dedicado a Santa, 25 de outubro.
E como é tradição, durante esses 10 dias são esperados em Carnauba dos Dantas, milhares de peregrinos que em caravanas de fé, vem agradecer suas promessas e restabelecer as esperanças, como é comum entre o povo do sertão norte-riograndense e paraibano.



A ENCENAÇÃO DA PAIXÃO DE CRISTO DURANTE A SEMANA SANTA






Durante os últimos dias da Semana Santa, a cidade de Carnaúba dos Dantas se torna um dos pontos turísticos mais visitas da região. Romeiros, filhos da terra ausentes e presentes recorrem à cidade para se emocionar com o Espetáculo da Paixão de Cristo, encenado na Praça do Monte do Galo. A cada ano, o espetáculo ganha mais reforço de luz, som e roteiros que tornam a encenação mais emocionante.
Com a participação de artistas da própria comunidade, o espetáculo tem mais ou menos duas horas de duração, e narra ao vivo desde o nascimento até a morte e ressurreição de Jesus Cristo.



FONTES


  1. Helder Alexandre Medeiros de Macedo: Cernaúba dos Dantas - Históriae patrimônio. Editora Bookess - 2012
  2. Pesquisas Google:
  • Devoção e cura no conjunto religioso do Monte do Galo-Carnauba dos Dsntas-RN - Sylvana Maria Brandão de Aguiar e Edson de Araújo Nunes 

  • http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/religare/article/view8232/4660

FOTOS


  1. Imagens Google encontradas nos sites:
  • Rehttp://www.ferias.tur.br/informacoes/7153/carnauba-dos-dantas-rn.htmlad 
  • more:http://www,feraias.tur.br/informacoes/7153/carnauba-dos-dantas-rn.html#ixzz36RANrTT4
  • http://amigosdesantavitoria.blogspot.com.br/2011/01/santuario-monte-do-galo-um-lugar-cheio.html
  • http://carnaubafotos.blogspot.com.br/2013/10/encerramento-da-festa-de-nossa-senhora.html
  • http://www.panoramio.com/photo/54604555 wilson Alcaras
  • http://www.panoramio.com/photo/37782440 fotos panoramio - Walter Fernandes Leite
  • http://www.panoramio.com/photo/37783136-Walter Fernandes Leite
  • http://www.carnaubadosdantas.rn.gov.br/turismo
  • http://professormarcianodantas.blogspot.com.br/2011/07/conheca-carnauba-dos-dantas.html
  • http://exploradordosertao.blogspot.com.br/2011/06/expedicao-ao-sitio-arqueologico-casa.html 
  • http://www.panoramio.com/photo/20575312mgalo elio rocha
  • http://www.panoramio.com/user/2169010/tags/Monte%20do%20Galo%20-%20RN 
  • http://www.panoramio.com/photo/22097869-Junio Juninho.
  • http://amigosdesantavitoria.blogspot.com.br/20/10/04/monte-do-galo-lugar-santo.html
2 - Acervo do Vento Nordete

3 - Edição de Fotos: Site Pic Monkey





sábado, 28 de junho de 2014

QUENTÃO :SABOR JUNINO - PARA AQUECER O CORPO E O CORAÇÃO






Embaladas pelos ritmos típicos e repletas de deliciosos pratos tradicionais, as bebidas também estão presente nas festas juninas. Em agumas cidades nordestinas, como Piaui e o Ceará a  Cajuína e o Aluá, seja ele de milho ou abacaxi, são as bebidas mais consumidas nos festejos juninos. Entretanto, apesar de não ser uma bebida típicamente nordestina, o quentão ganhou adeptos por esse Nordeste afora.





Sua origem não é precisa, não se sabe ao certo onde ele apareceu a primeira vez se, no interior de Minas Gerais ou de  São Paulo. Acredita-se que a bebida foi criada  com o objetivo de esquentar o corpo nos meses frios de inverno. A mistura era originalmente preparada com cachaça, gengibre e especiarias. Com o tempo, e com a adoção do quentão pelas festas juninas, as receitas começaram a variar, incorporando a cachaça, o vinho, canela e até  frutas. 





O quentão é uma bebida bastante calórica - um copo de 200 ml pode chegar a 400 calorias. O teor alcoólico também é elevado, por isso é bom ter cuidado com o seu consumo.
No Nordeste o consumo maior é o quentão feito de forma tradicional com cachaça, água, açúcar, gengibre, cravo-da-índia e canela. Já o quentão preparado com vinho tinto é popular especialmente no sul do Brasil. A receita também leva gengibre, cravo, canela, açúcar, água e o vinho, ao invés da cachaça.o quentão preparado com vinho é o mais apreciado. Há quem acescente laranja e limão à mistura enquanto a bebida ferve. É possível também acrescentar frutas descascadas, como a maçã, o que é geralmente feito no preparo do quentão de vinho.


 Dicas Importantes pra se servir um bom quentão



  •  O sucesso da bebida está em escolher bem  a cachaça, ou vinho. É preciso atenção à origem e propriedades delas. Escolher uma bebida de boa origem, mais envelhecida, pode fazer a diferença entr um quentão sem graça e um drinque memorável da festa junina.
  •  É importante  não fugir da ordem de preparo. No caso do quentão de cachaça, o açúcar vai primeiro para a panela, seguido do gengibre, cravo e canela. A água é adicionada quando o açúcar está derretido, mas antes de ele escurecer. A cachaça vem em seguida – cerca de meio litro de água para cada meio litro de bebida destilada, para que a mistura não fique muito forte.
  •  Utilize uma peneira para tirar os ingredientes sólidos antes de servir.
  • Sirva em copinhos pequenos ( apropriados pra cachaça) ou copinhos de cerâmica; se preferir use canequinhas de ágata.







ALGUMAS RECEITAS DE QUENTÃO



1 - QUENTÃO DE CACHAÇA





Ingredientes:


- 1½ xícara de açúcar
- 1½ xícara de água
- 50 gramas de gengibre em fatias finas
- 3 limões em rodelas
- 4 xícaras de pinga
- 3 cravos-da-índia
- 2 pedaços de canela em pau


Modo de preparar:

Coloque o açúcar em uma panela e aqueça até caramelizar. Em seguida, coloque todos os ingredientes, menos a pinga, deixando que a mistura ferva até dissolver o açúcar. Retire a panela do fogo e acrescente a pinga, mexendo sempre. Coloque novamente a mistura no fogo e ferva por três minutos. Evite servir o quentão em canecas de metal, que tiram o gosto da mistura.



2 - QUENTÃO DE VINHO





Ingredientes:


- 1 garrafa de vinho tinto (cerca de 750 ml)
- a mesma medida de água
- 1 xícara de açúcar
- canela em pau e cravo-da-índia a gosto



Modo de preparar


Coloque a água, açúcar, cravo e canela no fogo, mexendo até dissolver o açúcar. Quando a mistura ferver, deixe-a em fogo baixo por 20 minutos. Depois, acrescente o vinho, deixe ferver por mais cinco minutos e sirva depois de peneirar a mistura. Você pode acrescentar a esta receita raspas de gengibre, laranja ou limão.


3 - QUENTÃO SEM ALCOOL






Ingredientes:


- 1 pedaço de gengibre cortado em pedaços pequenos
- 5 limões cortados em rodelas finas
- 1 xícara de açúcar
- 3 pedaços de canela
- cravo-da-índia a   gosto
- 1 litro de água



Modo de preparar:


Coloque o açúcar em uma panela e mexa até que ele derreta, mas sem deixá-lo escurecer. Acrescente um litro de água e mexa até dissolver a calda. Junte o gengibre, limão, cravo e canela à mistura e deixe ferver por mais alguns minutos. Prove a mistura, se ela estiver um pouco amarga, coloque mais açúcar.



FONTES 


PESQUISAS GOOGLE  -  SITES:

  • http://blog.deville.com.br/blog/gastronomia/218-quentao/
  • Yoki  Junina: http://www.festajunina.com.br/Home?gclid=COKnkoTFnL8CFWQQ7Aodwz8A1A
  • http://colunas.globorural.globo.com/picadinho/tag/quentao/
  • http://receitas.ig.com.br/tudo-sobre-quentao/n1237535073934.html

FOTOS


IMAGENS GOOGLE - SITES:


  • http://www.sobrevinho.net/elaboracao/vinho-quente-quentao
  • http//www.artedamarcinha.com.br/quentao-e-bolo-de-milho/
  • http://www.linkatual.net/receita-quentao.html
  • http://colunas.globorural.globo.com/picadinho/tag/quentao/

EDIÇÃO DE FOTOS: Site Pic Monkey






sexta-feira, 27 de junho de 2014

FESTAS JUNINAS - A MAIS BRASILEIRAS DE TODAS AS FESTAS





Nada mais nostálgico para um nordestino que reside numa cidade grande, do que essa época de festas Juninas. Tenho lembranças de momentos bem marcantes vivenciados nesse período, desde fazer a fogueira,  cortar bandeirinhas de papel de seda e colar num barbante, trançar a palha do coqueiro para fazer arcos e  enfeitar a rua. Esperar a noite chegar para acender a fogueira; ver meu pai sintonizar o rádio procurando músicas de Luiz Gonzaga; me juntar aos   amigos para fazer as "adivinhações" (que aqui no Sudeste chamam de "simpatias"); soltar fogos, daqueles permitidos às meninas como do tipo "bombinhas" "traques" "peido de véia" "estrelinhas" "mijões" ".estalinhos". "espanta coió"; correr dos "rojões" e "foguetes"  usados pelos meninos; Ir para a rua 2 de novembro ver a quadrilha do bairro, brincar de "pescaria" ou "gato no pote". Tudo isso sem contar com os batizados em volta da fogueira. Ainda hoje tenho o maior respeito pela minha madrinha de fogueira, sacramentada pelas palavras:  São João disse, São Pedro confirmou, que você fosse minha madrinha, que Jesus Cristo mandou"...
Sem dúvida essa sempre, foi pra, mim a melhor festa do ano



                                    

TELA  -  ARRAIÁ DE SÃO JOÃO - 2012 - ASSIS COSTA



A Festa Junina, considerada hoje, a mais brasileira de todas as festas não nasceu em solo nacional. Sua origem está associada as festas que os europeus prestavam em  homenagem a São João no dia 24 de junho. Originalmente, o evento era uma festa pagã que comemorava a chegada do solstício de verão no Hemisfério Norte. Transportada para o Hemisfério Sul, a data foi associada ao solstício de inverno.
Com a evangelização da Europa, na Idade Média o ritual pagão foi incorporado ao calendário cristão. O 24 de junho passou a comemorar  o nascimento de São João Batista.  o dia 13 é dedicado a Santo Antônio; o dia 29, a São Pedro e São Paulo.





Muito dos nossos costumes foram introduzidos no Brasil pelos Jesuítas. Para atrair a atenção dos indígenas difundiram várias festas religiosas, em especial as Festas Joaninas, comemoradas com fogueiras, rezas e muita alegria. Esse ritual coincidia com o período em que nossos índios realizavam seus rituais de fertilidade. A fartura dos alimentos era considerada por eles uma benção e devia ser comemorada com danças, cantos, rezas e muita comida. A coincidência de comemorações fez com que as festas joaninas ficassem entre as preferidas pela população nativa da época.







Os rituais trazidos principalmente por portugueses desse o início da colonização, mas também por espanhóis, holandeses e franceses, deram origem a diversos tipos de celebrações nas diferentes regiões do país. A miscigenação étnica entre índios, africanos e europeus fez brotar no país uma série de belas expressões artísticas, como cantorias de viola e cordéis; emboladas de coco e cirandas; xote, xaxado e baião, sem falar nas quadrilhas e forrós.
Ao longo do tempo vários elementos foram se agregando aos festejos juninos, e atualmente, na maioria das regiões brasileiras, o São João é festejado com fogos de artifício, fogeiras, muita comida e bebida e danças, como a tradicional qudrilha, e outras danças típicas de cada localidade.



ARTE NAIF -FESTA JUNINA



A Festa Junina chegou ao Brasil com a aristocracia portuguesa, e foi usada inicialmente pela igreja para disseminar suas crenças religiosas. Ganhou características próprias por conta da influência da cultura indígena e africana, transformando-se em manifestação popular, sobretudo na região Nordeste do Brasil, onde o sentido da festa e da celebração aos santos tem uma importância quase vital para a população.


 Luiz Gonzaga - Lenda de São João (Forró)



SÍMBOLOS E RITUAIS DAS FESTAS JUNINAS BRASILEIRAS


 A FOGUEIRA








Um dos grandes símbolos das Festas Juninas é a fogueira. No inicio da nossa colonização quando os padres Jesuitas trouxeram a tradição de São João para o Brasil, e os indios que já adoravam dançar ao pé do fogo aprovaram. Para eles a fogueira simboliza a proteção dos maus espíritos. que atrapalhavam a prosperidade das plantações e a festa realizada em torno da fogueira é para agradecer pelas fartas colheitas.Para muitos a fogueira serve para aquecer, já que a festa é realizada num mês frio e unir as pessoas ao seu redor

Segundo a tradição Junina cada Santo tem uma fogueira, assim a de Santo Antônio tem uma base quadrada, a de São João tem uma base redonda e a de São Pedro a base é triangular.

 FOGUEIRA DE SANTO ANTÔNIO

FOGUEIRA DE SÃO JOÃO


FOGUEIRA DE SÃO PEDRO



A ORIGEM DA FOGUEIRA SEGUNDO A 
TRADIÇÃO CATÓLICA





Para a crença Católica a fogueira surgiu na noite do nascimento de São João, quando sua mãe Isabel, teria mandado ascender uma fogueira nas montanhas da Judéia para anunciar a chegada do filho. Reza a tedição que a historia se passou da seguinte maneira:
Santa Isabel era muito amiga de nossa Senhora e por isso costumavam visitar-se. Uma tarde Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora e aproveitou para contar-lhe que dentro de algum tempo nasceria seu filho que se chamaria João Batista. Nossa Senhora então perguntou:
- Como poderei saber do nascimento dessa criança?
- Vou ascender uma fogueira bem grande, assim você poderá vê´la de longe e saberá que João nasceu. mandarei também erguer um mastro com uma boneca sobre ele.
Santa Isabel cumpriu a promessa. Certo dia Nossa Senhora viu de longe a fumaça e depois umas chamas vermelhas. Foi à casa de Isabel e encontrou o menino João, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da igreja Católica. Isso se deu no dia 24 de junho.




PADRINHOS E MADRINHAS DE FOGUEIRA


FOTO ORIGINALMENTE POSTADA POR CLAUDE BLOC 



Outro ritual ligado aos festejos juninos é a relação que se estabelece com os padrinhos ou madrinhas de fogueira, para muitos tão importantes quanto os de batismo. Esse costume chamado pelos estudiosos de "relação de compadrio" vem desde o Brasil colônia e era comum em qualquer região do país servia  servia para integrar outras pessoas à família, estreitando assim os laços entre vizinhos e entre patrões e empregados. Até mesmo os escravos podiam ser apadrinhados pelos senhores de terra.
Nas festas de São João, os homens, principalmente, formavam duplas de compadres de fogueira: ficavam um de cada lado da fogueira e deveriam pular as brasas dando-se as mãos em sentido cruzado enquanto recitavam versos como este:

São João dormiu / São Pedro acordô,
Vamo sê cumpadre / que São João mandô.

Para as Madrinhas ou Padrinhos recitavam-se versos assim:

São João disse / São Pedro confirmou,
Que você fosse minha madrinha (ou padrinho)
Que Jesus Cristo mandou




OS BALÕES


Olha pro céu meu amor / vê como ele está lindo / olha praquele balão multicor/ que lá céu vai sumindo...


TELA DE MILITÃO SANTOS


Embora ainda sejam considerados símbolos das festas juninas, os balões foram proibidos, no Brasil, por causa do risco de incêndio que  oferecem, caindo em lugares perigosos, destruindo a natureza. Quando foram criados tinha a função de referenciar os santos da festa, agradecendo pelas realizações dos pedidos, normalmente relacionados ao namoro ou casamento.






Os versos da música "O balão vai subindo", de dominio público, registram a sobrevivência desses costumes nas festas juninas brasileiras. A canção faz referência também à pratica de soltar balões para sinalizar o início das festas.  Hoje, devido as proibições os balões tem uma função meramente decorativa na ornamentação da festa.



OS FOGOS DE ARTIFÍCIO





Os fogos tem origem na China e também eram usados como forma de agradecer aos deuses pelas colheitas. Eram tidos como elementos de proteção, pois espantam os maus espíritos.
Nos festejos juninos de acordo com o folclore, São João é considerado um Santo festeiro, por isso deve ficar adormecido no seu dia para não cair em tentação de descer  à terra e brincar com os homens. Se isso ocorresse, o mundo poderia acabar no fogo da sua grande alegria. Essa lenda  justifica o hábito de soltar pequenos explosivos e fogos de artifícios no dia de São João, como rojão, cartucho, buscapé, espadas de fogo, cabeça de nêgo, traque e estrelinhas.Tal lenda é lembrada na cantiga Capelinha de Melão: Capelinha de Melão é de São João / É de Cravo é de Rosa é de Manjericão / São João está dormindo / Não acorda não / Acordai, acordai João.



O CASAMENTO MATUTO



FOTO: GALDINO OTTEN


O casamento matuto aborda de forma bem-humorada a instituição do casamento e as relações pré-nupciais e suas consequências. Seu enredo com alguma variações regionais é a seguinte: A noiva fica grávida antes do casamento e seus pais obrigam o noivo a se casar com ela. Como ele tenta fugir, o pai prde a interferência do delegado. Em algumas localidades, o casamento civil é realizado depos da cermõnia religiosa, sob  a vigilância do delegado e seus ajudantes.
Depois do casamento os noivos comemoram dançando a quadrilha.







A QUADRILHA BRASILEIRA


SÃO JOÃO DE CUSTÓDIA - PAULO PETERSON - 2011



A quadrilha brasileira tem origem numa dança de salão francesa para quatro pares, "a quadrille", em voga na França entre o início do século XIX e a Primeira Guerra Mundial. Foi introduzida no Brasil durante a Regência e fez bastante sucesso nos salões brasileiros do século XIX, principalmente no Rio de Janeiro, sede da Corte. Depois desceu as escadarias do palácio e caiu no gosto do povo, que modificou suas evoluções básicas e introduziu outras, alterando inclusive a música.





Para a prática da dança é importante a presença de um mestre "marcante" ou "marcador" pois é que determina as figurações diversas que os dançadores debvem desenvolver. Termos de origem francesa são ainda utilizados para cadenciar a dança. A dança executada aos pares, vestidos de matuto ou caipira como se diz no Nordeste, executam diversas evoluções. Em geral o par que abre o grupo é o noivo e a noiva, já que a quadrilha pode encenar a comemoração de um casamento fictício.





Entre os Instrumentos musicais para acompanhar a quadrilha encontram-se o acordeom, pandeiro, zabumba e o triangulo . Não existe uma música específica que seja própria da quadrilha. A música é aquela comum nos bailes de roça, que favoreçam o cadenciamento das marcações e animação da festa. no Nordeste o forró dá suporte a dança, além de contribuir para a definição de uma identidade regional.




MESTRE VITALINO -CARUARU/PE




EVOLUÇÃO DOS TRAJES TÍPICOS

No fim do século XIX as damas que dançavam a quadrilha usavam vestidos até os pés, sem muita roda, no estilo blusão, com gola alta, cintura marcada, mangas "presunto" e botinas de salto abotoadas do lado. Os cavalheiros vestiam paletó até o joelho, com três botões, colete, calças estreitas, camisa de colarinho duro, gravata de laço e botinas.




Hoje em dia, as roupas usadas para dançar a quadrilha variam conforme as características culturais de cada região do país, mas regra geral os trajes mais comuns são: para os cavalheiros, camisa de estampa xadrez, com imitação de remendos na calça e na camisa, chapéu de palha, talvez um lenço no pescoço e botas de cano; as damas geralmente usam vestidos com estampas florais, de cores fortes, com babados e rendas, mangas bufantes e laçarotes no cabelo ou chapéu de palha.









 MÚSICAS TRADICIONAIS DOS FESTEJOS JUNINOS






O forró dita o ritmo das músicas dos festejos juninos em todo país. Mas algumas delas, muitas de domínio público, se tornaram marcas registradas dessas festas, de forma  ser quase impossível ouví-las sem associá-las aos festejos do mês de junho.
Embora o número seja bem maior, listamos algumas dessas músicas tão conhecidas de todos nós:

 - Antônio, Pedro e João         -  Capelinha de Melão 
 - Cai, Cai, Balão                     -  Chegou a hora da Fogueira
 - Festa no Arraiá                    -  Isso é lá com Santo Antônio
 - Noites de Junho                  -  Pula Fogueira
 - Quadrilha Brasileira            -  Olha pro Céu
 - Sonho de Papel                  -  Mulher Rendeira





A DELICIOSA CULINÁRIA DOS FESTEJOS JUNINOS



Uma das principais atrações das festas juninas é  a culinária. Festa junina que se preza tem que ter muita comida. E como o mês de junho é tempo da colheita do milho no Brasil, os pratos mais comuns durante os festejos de junho são feitos a partir desse delicoso cereal. Apreciado cozido, assado, o milho é usado como base para inúmeros pratos como, canjica, pamonha, munguzá, cuscuz, pipoca e uma variedade de bolos.






Além dessas alimentos as festas  juninas são marcadas por um cardápio variado e com tradições que remontam ao interior do país: arroz doce, amendoim, paçoquinha, cocada, pé de moleque, melado, batata doce assada, bolo de macaxeira, de carimã, bolo preto. Em algumas cidades a maçã do amor é indispensável.






Os quitutes salgados ficam por conta dos churrasquinhos com faroda, da tripa assada, do salsichão assado e passado na farinha, do queijo de coalho também assado e outros salgadinhos  típicos de cada região. A bebida também varia de um lugar pra outro , mas há quem não dispense o Aluá ou uma boa dose de quentão, que ninguém é de ferro.







AS ADIVINHAÇÕES OU SIMPATIAS





Outra tradição ligada às festas juninas são as adivinhações feitas em nome dos santos. As mais populares são as associadas a Santo Antônio, que ajudam na escolha do futuro pretendente, como enterrar uma faca virgem na bananeira para que o instrumento forme a letra inicial do nome do futuro noivo; colocar papeizinhos enrolados com nomes masculinos dentro da água e esperar que o primeiro se abra para apontar
 o nome do prometido; ou encher a boca de água e ficar atrás da porta, esperando que alguém diga o nome de um homem, revelando, assim, a identidade do futuro marido.



 BRINCADEIRAS TRADICIONIAS
DAS FESTAS JUNINAS  





As brincadeiras nas festas juninas fazem parte da tradição cultural do nosso povo, pricipalmente dos que vivem na área rural. Nos grandes centros urbanos algumas, embora conhecidas, são raras de acontecer como é o caso do pau de sebo que requer uma estrutura apropriada para garantir a segurança dos participantes. As demais podem sser facilmente adaptadas à realidade de cada local, a patir de objetos de uso costumeiro e materiais recicláveis, para incrementar a festa e garantir diversão dos convidados. Tais brincadeiras podem ser divididas em duas partes: as das barracas tradicionais e as brincadeiras de terreiro que incluem jogos e danças típicas.





As brincadeiras nas barracas tradicionais: Pescaria, Jogo de Argola, Bola na Lata, Boca do Palhaço, Estoura balão e Cadeia entre outras. Isso sem contar com as barracas  das comidas típicas.





Já no terreiro as brincadeiras podem conter jogos como corrida de saco, corrida do ovo na colher, colocar o rabo no burro, o pau no pote, pau de sebo, e danças como a dança da laranja, a dança do chapéu ou da vassoura além de danças folclóricas tipicas da comunidade como é o caso do Pau de Fitas. Em alguns locais o Correio do Amor diverte a mantém a interação entre os participantes



FONTES

  1. Dicionário do Folclore Brasileiro - Luis da  Câmara Cascudo - Ed. Ediouro Publicações S.A. - São Paulo - 1998. 
  2. Festas e Utopias no Brasil Colonial Mary del Priori - Ed. Brasiliense - São Paulo - 1994
  3. Festas e Tradições Populares no Brasil - Alexandre José Melo Moraes Filho - ed, Itatiaia/Edusp - Belo Horizonte/ São Paulo - 177i9
  4. Pesquisas Google - Sites:
  • http://ww2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/e_tempo_de_sao_joao.html
  • http://www.festajunina.com.br/Tradicoes-e-Historias/Brincadeiras-Tipicas#sthash.prhjRNhn.dpuf
  • http://www.festajunina.com.br/tradiçoes-Historias/Livro/Jogos- Juninos:-Jogos- de- terreiro#sthask
  • http://culturainfantilearte.blogspot.com.br/2013/05/cultura-popular-brasileira-festa-junina.html 

FOTOS
  1. Imagens Google
  2. Imagens Google identificadas nos sites:
  • http://blogdosanharol.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html
  • http://www.canalminassaude.com.br/blog/?p=4221
  • ttp://www.misterfestas.com.br/Fest  as-Tematicas/Festa-Junina/fogueira-painel-festa-junina-com-6-und-21cm-5291___354991-SIT.html 
  • http://www.fashionbubbles.com/festas-tmáticas/sao-joao-2011-trajestioicos-para-quadrilhas-e festas-juninas/attaghment/festa-junina-11/
3 - Edição de Fotos: Programa Pic Monkey


VÍDEOS:


  1. https://www.youtube.com/watch?v=nDzaykm0npI - Lenda de São João.Vídeo  postado no You Tube em 04/05/2011 por Forrobodologia
  2. https://www.youtube.com/watch?v=F2DwSuxJhzs - São João na Roça - Mastruz com Leite -Postado no You Tube em 03/06/201 - Por Danilo Veras