FOTO DE CAPA

Foto de Capa
Barra de Punaú - por Arilza Soares

sexta-feira, 31 de maio de 2013

O PEQUENO E VALIOSO MUSEU DE ARTE SACRA DE NATAL / RN





Tenho verdadeira paixão por igrejas e santos, não por devoção, mas pelo o que eles representam de história, de arte, e de fé do nosso povo; dai que estou sempre visitando Igrejas, Santuários e Museus de Arte Sacra nas minhas andanças por esse Nordeste. Aproveitei que estava em Natal e fui rever o nosso pequeno Museu - tive a grata satisfação de ver que ele está sendo reformado e que as imagens serão restauradas. As visitas são guiadas e fotos são proibidas. É na terceira sala que ficam as imagens mais importantes, dispostas em pedestais. Para quem se interessa por essa Arte, vale a pena ir lá e conhecer um pouco mais da nosssa história religiosa.







O Museu de Arte Sacra do Rio Grande do Norte foi criado em 21 de dezembro de 1988 e está localizado na nave lateral da Igreja de Santo Antônio, conhecida também como Igreja do Galo. Tem como objetivo “recolher, inventariar e expor objetos de arte religiosa do Estado, cujo patrimônio, pela sua qualidade e importância histórica, merece ser preservado”. É um museu pequeno, com apenas três salas  que reúne um acervo com imagens de santos do séculos XVII a XX, além de pinturas, alfaias, mobiliário, ourivesaria e prataria utilizados no culto religioso. Contém, ainda, oratórios de camarinha, voltados para a devoção doméstica.


  A PRIMEIRA SALA




Na primeira sala do museu  um quadro de Nossa Senhora dos Prazeres,  do início do século XX, que foi retirado da matriz de Goianinha-RN, nos dá as boas vindas. A devoção a Santa de Maria, um dos nomes sob o qual a mãe de Jesus é venerada pela Igreja Católica, começou em 1590, em Portugal.







Nossa Senhora dos Prazeres também é conhecida, sobretudo pela Ordem Franciscana, como Nossa Senhora das Sete Alegrias* e sua imagem representa a última das sete: a ascensão e coroamento de Maria, por isso ela porta um cetro e está coroada, além da presença, na pintura, das cabeças dos querubins que representam sua ascenção.


SEGUNDO QUADRO DA PRIMEIRA SALA




A segunda grande imagem é de Nossa Senhora da Conceição, cujo culto no catolicismo remonta ao século VII, pelo menos na Península Ibérica. Ela representa a concepção de Jesus Cristo que se realiza sem conjunção carnal e, por isso, na imagem Maria pisa em uma serpente que simboliza o pecado original. Como a concepção, tanto de Cristo, quanto de Maria, são realizadas sem pecado, ela aparece sobre ele. Outro símbolo comum a imagem é a presença de uma lua crescente, a qual representa o ventre feminino que vai crescer e torna-la mãe. A imagem de Nossa Senhora da Conceição é o arquétipo católico principal da maternidade.


0 TERCEIRO QUADRO DA PRIMEIRA SALA




O terceiro quadro é o painel (retábulo)  que foi retirado do teto da Igreja de Santo Antônio dos Militares.
Este retábulo em que vemos Santo Antônio ajoelhado diante do Menino Jesus, que coloca entre eles sua mão estendida no símbolo de sua dualidade como homem e divindade, e da Bíblia numa paisagem extremamente bucólica, o que era comum no estilo renascentista e no neoclassicismo, o que pressupõe que o teto foi decorado pelo menos 50 anos depois da igreja ter sido pronta. Ela também tem a presença dos puttos, que são estes bebês alados que coroam a figura, muitas vezes identificados como querubins.

A SEGUNDA SALA 




A segunda sala do Museu é dedicada aos oratórios de devoção doméstica,  as alfaias e mobiliário utilizados durante o culto religioso.








A TERCEIRA SALA




A terceira sala, que fica no primeiro andar, é dedicada a ourivesaria e prataria, além das importantes esculturas barrocas, neoclássicas e ecléticas.
Alguma imagens perteceram a antiga Igreja de Extremoz ( Missão Jesuíta de São Miguel de Guajiru ) que foram restauradas pelo SPHAN. Essas imagens, datadas dos séculos XVII e XVIII são preciosas do ponto de vista histórico, uma vez que nada mais existe daquele templo, além delas. 




IMAGENS DO SÉCULO XIX


SANTO ANTÕNIO DE PÁDUA

SÃO FRANCISCO DE ASSIS



IMAGENS DO SÉCULO XVIII


NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO


IMAGEM DO SÉCULO XVII

SÃO JOAQUIM


Museu de Arte Sacra: Rua Santo Antonio s/n Centro - Natal RN. Horario de visitas 8:00 às 17:30 de terça à domingo. 



FONTES:

  • Lenine Campos - Natal das Antigas - Um passeio pela história de Natal - http://nataldasantigas.wordpress.com/
  • Universo Católico - As Sete Alegrias da Santíssima Virgem Maria - Elizabete S. C. Garcia/RJ -http://www.universocatolico.com.br/index.php?/as-sete-alegrias-da-santissima-virgem-maria.html

FOTOS:
  • Acervo do Site Natal das Antigas publicado por Lenine Campos
  • Acervo do Fotógrafo Potiguar Cláudio Abdon
  • Acervo do Vento Noreste
  • Outras imagens disponíveis no Google
  • Edição de imagens - Site Pic Monkey



quinta-feira, 30 de maio de 2013

ALGODÃO COLORIDO - SONHO DE UMA NOVA ERA DE OURO QUE EMPRAPA TORNOU POSSÍVEL






O Artesanato Brasileiro ficou mais rico, diferenciado e ganhou espaço no mundo dos ecologicamente corretos. A variedade dos produtos feitos com o algodão de fibra colorida encanta. Eu fico mesmo maravilhada com  as  camiseras, os vestidos, as  bolsas, os acessórios, as redes, os brinquedos e roupinhas de criança. E como a primeira coisa que faço no Nordeste é percorrer as lojas de Artesanato, volto sempre com algum desses produtos, com certeza de que fiz a melhor opção de compras. E se presentear é preciso  não penso duas vezes: é com algodão colorido que faço a festa!







Historicamente, no Nordeste o algodão chegou a ser comparado ao ouro branco, pela riqueza que gerava. Sendo cultura estritamente do semiárido e de origem tropical, adaptou-se muito bem a alta radiação solar, com alta capacidade de resistência à seca e reprodução com pouca água. O algodão foi um dos principais produtos de maior potencial no Brasil até meados da década de 80 e teve o estado  Maranhão como grande produtor desta semente, seguido de todos os outros estados nordestinos. O Nordeste passou a ser então a grande região algodoeira do país até quando a praga do bicudo baixou o nível de produção e, consequentemente, a sua importância.






Atualmente, a principal alternativa para o cultivo de algodão na região semiárida brasileira é o algodão colorido. A cidade de Campina Grande (PB) tornou-se  o segundo maior parque industrial têxtil do Brasil, A cidade foi local escolhido pela  Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, para  atuar no desenvolvimento e na pesquisa da produção de algodão na região.







O algodão colorido existe na natureza há muitos anos. Mas esse tipo de algodão tem as fibras curtas e fracas e não resistem a fabricação de fios e tecido. Os pesquisadores da Embrapa, então, depois de muitas pesquisas melhoraram a resistência e o seu comprimento. Esse melhoramento genético possibilitou a sua comercialização e com isso o surgimento de inúmeros produtos com  fibra ecologicamente correta.







Os benefícios do cultivo do algodão colorido desenvolvido pela EMBRAPA são enormes: como as fibras nascem coloridas não há necessidade de se usar corantes para tingir os fios. Economiza-se água e gás, já que para o  tingimento, enormes caldeiras de água fervente são necessárias. O meio ambiente também agradece, pois  o resíduo que sobra quando se tinge os fios é muito poluente, se não for tratado, contamina as fontes de água potável. Além disso, como o tecido de algodão colorido não tem corantes, é hipoalergênico e isso significa que as roupas fabricadas com esse tecido são ideais para o uso de pessoas alérgicas.








Nesse sistema de cultivo desenvolvido pela EMBRAPA não é permitido utilizar produtos químicos indistrializados, como adubos, inseticidas, herbicidas, fungicidas e outros capazer de poluir o solo e a água. Os adubos químicos são substituídos por adubos naturais, como pó de rocha, esterco de curral, esterco de frango e outros. O controle de insetos e doenças é feito utilizando-se extratos vegetais, por meio de cultivo de plantas como o gergelim que são capazes de atrair formigas e outros insetos e ainda, catando o botão floral atacado pela praga do bicudo e outros. Assim, esse sistema de cultivo de aumenta a biodiversidade e a segurança alimentar do homem do campo.








Segundo a EMBRAPA Algodão genético foi feito assim: a planta do algodão é hermafrodita, ou seja tem orgãos masculinos e femininos na mesma flor. Um dia antes da flor abrir, é retirado com ajuda de uma tesoura, tudo que é macho na flor, sobrando apena a parte fêmea; colheu-se a flor macho de outra planta e foi levada para juntar à flor fêmea. Esse processo se chama cruzamento
Essas flores cruzadas se transformam em frutos e, dentro dos frutos, cresceram as sementes. Essas sementes resultantes dos cruzamentos foram plantadas, avaliadas e selecionadas para dar origem às plantas de algodãio colorido que conhecemos.



O RESULTADO POSITIVO DAS 
PESQUISAS DA EMBRAPA ALGODÃO








Foi na década de 80, através de estudos realizados pela EMBRAPA, que foi originada a primeira variedade de algodão de fibra colorida no Nordeste, que se chama BRS200, de cor marrom claro. Entretanto, é a partir da década de 90 que houve uma intensificação destes estudos para o melhoramento genético e obtenção de novas cores de fibra. Portanto com as pesquisas e experiências, a EMBRAPA conseguiu as variedades - cultivares, que chamou de: BRS 200 Marrom - BRS Verde - BRS Rubi - BRS Safira e BRS Topázio.


BRS 200 MARROM





As fibras dessa variedade cultivar são de cor marrom-clara e é o resultado do melhoramento de plantas selvagens encontradas no interior do Nordeste. Por isso é ideal para ser plantada no Sertão e Seridó nordestino.


BRS VERDE




Variedade de fibra verde resultante do melhoramento de algodão estrangeiro de cor verde com uma variedade de fibra branca criada pela EMBRAPA  Algodão.


BRS RUBI




A BRS Rubi é uma variedade que possui cor marrom- escura ou avermelhada. Ela é o resultado do cruzamento de plantas de fibra marrom-escura estrangeiras com plantas de fibra branca.

BRS SAFIRA





A variedade safira é de cor marrom-escura ou avermelhada. É o resultado do cruzamento entre o algodão estrangeiro de fibra marrom-escura co algodão de fibra branca.



BRS TOPÀZIO






A BRS Topázio é uma variedade de fibras marrom-clara, derivada do cruzamento entra plantas estrangeiras de cor marrom com plantas de fibvra branca. Por ter fibras fortes é considerada a melhor variedade  de fibra colorida criada pela EMBRAPA.


O ALGODÃO COLORIDO DA PARAÍBA







A busca por produtos ecologicamente corretos vem crescendo nos últimos anos em decorrência de maior consciência ambiental que os consumidores vem demonstrando, optando por empresas que oferecem produtos que não agridem o meio ambiente. 







O algodão colorido desenvolvido pela EMBRAPA no interior da Paraíba vem sendo utilizado em várias peças produzidas pela CoopNatural, cooperativa que envolve uma série de parceiros que trabalham a cadeia produtiva do algodão colorido orgânico, e que também utilizam o artesanato local em suas peças. Desta forma, a CoopNatural se destaca no mercado por oferecer produtos diferenciados e com forte apelo ecológico.





Com a pluma do algodão colorido hoje na Paraíba, são fabricados mais de 400 produtos: roupas, calçados, bolsas, bonecasm redes, almofadas, que disputam aqui e no exterior o mercado de produtos orgãnicos, Todos os produtos são produzidos de forma artesanal por pequenos produtores da região de Campina Grande e João Pessoa.



BOLSAS SAPATOS E ACESSÓRIOS


ROUPAS MASCULINAS E FEMININAS


BRINQUEDOS E VESTUARIOS INFANTIS


CASA E DECORAÇÃO



FONTES:
  • Algodão - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) - Brasília / 1981
  • Breve História do Algodão no Nordeste do Brasil - EMBRAPA Algodão - Brasília / 2003
  • Algodão - Semira Adler Vainsencher -  Fundação Joaquim Nabuco- Recife/PE
  • Pesquisas Google - Sites:

  1. http://www.aedb.br/seget/artigos12/7416825.pdf
  2. http://wwwbiotecnologia.com.br/revista/bio09/algodao.pdf
  3. http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/algodão/apresentacao.html
  4. http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id28594
  5. http://www.cnpa.embrapa.br./publicacoes/2003/DOC117

FOTOS:


  • Imagens disponíveis nos Sites da EMBRAPA Algodão
  • Imagens Google
  • Edição de Fotos  - Sirte Pic Monkey



    terça-feira, 28 de maio de 2013

    ALGODÃO - A SUPREMACIA DO ALGODÃO MOCÓ DAS LAVOURAS SERIDOENSES





    "Ouro branco que faz nosso povo feliz / Que tanto enriquece o país / um produto do nosso sertão"

    A minha curiosidade de saber um pouco mais sobre algodão foi aguçada na minha infância, de tanto ouvir meu pai cantar a música Algodão - era uma das suas preferidas do nosso Rei do Baião. A música é uma crònica sobre o dia-a-dia do sertanejo na lida com o algodão. Meu pai fazia questão de frisar: Algodão Mocó - é o melhor algodão produzido no Brasil e é plantado aqui nas lavouras do Seridó. Tem outros tipos de algodão, dizia com orgulho de bom sertanejo que era: "Mocozinho", "Quebradinho", "Rim de Boi", mas bom mesmo é o Mocó - esse sim é o Ouro Branco que o Luiz Gonzaga fala na música!."
    Essa postagem é  dedicada a você meu pai, pois sei que esteja na dimensão que estiver o senhor vai estar comigo, continuando nossas conversas sobre o Ouro branco - esse produto do nosso sertão de que o senhor tanto se orgulhava. Saudades!







    Planta   da família das Malvaceaes, espéceis nativas  das áreas tropicais da África, Ásia e Américas. O algodão é a matéria fibrosa que envolve as sementes  algodoeiro, e embora macia, suas fibras apresentam boa resistência a esforços de tração, o que permitiu sua utilização na confecção de tecidos.
    A palavra algodão deriva de  al-qu Tum, na língua árabe, porque foram oa árabes que, na qualidade de mercadores, difundiram a cultura do algodão pela Europa. Ela gerou os vocábulos cotton, em inglês, coton em francês e cotone, em italiano.








    O algodoeiro é uma planta dotada de raiz principal cônica, profunda, e com pequeno número de raízes secundárias grossas e superficiais. O caule herbáceo ou lenhoso, tem altura variável e é dotado de ramos vegetativos  e ramos frutíferos
    As folhas são pecioladas, inteiras ou recortadas (3 a 9 lóbulos). As flores são hermafroditas,. Elas se abrem a cada 3-6 dias entre 9-10 horas da manhã. Os frutos (chamados "maçãs" quando verdes e "capulhos" pós abertura) são capsulas de abertura longitudinal, com 3 a 5 lojas cada uma, encerrando 6 a 10 sementes.
    As sementes são revestidas de pêlos mais ou menos longos, de cor variável, (creme, branco, avermelhado, azul ou verde) que são fibras (os de maior comprimento) e linter (os de menor comprimento e não são retirados pela máquina beneficiadora. As fibras provém das células da epiderme da semente e tem, como características comerciais, comprimento, finura, maturidade, resistência, entre outras.



    HISTÓRIA DO ALGODÃO NO MUNDO




    As primeiras referências históricas do algodão estão no Código de Manu, do século VII a.C., considerado a legislação mais antiga da Índia.Há cinco mil anos antes de Cristo  escavações arqueológicas feitas no Paquistão, encontraram-se vestígios de tecidos de algodão. No Peru, na mesma época foram encontrados vestígios da cultura e utilização do algodão para suprir as necessidades humanas. Os escritos antigos, de antes da era Cristã, apontavam que as Índias eram a principal região de cultura e que o Egito, o Sudão e toda a Ásia menor já utilizavam o algodão como produto de primeira necessidade.





    Na Europa, o algodão se tornou conhecido através dos árabes. Foram eles os primeiros a fabricar tecidos e papeis com essa fibra. Em 1736 iniciou-se na Inglaterra a manufatura de fios de algodão com linho. No século XVIII, com o desenvolvimento de novas maquinas de fiação, a tecelagem passou a dominar o mercado mundial de fios e tecidos.
    Nos Estados Unidos, quando Eli Whitney inventou os descaroçadores de serra deflagrou-se uma verdadeira revolução na industria de beneficiamento de algodão, tornando então os Estados Unidos o maior produtor mundial de algodão.Tempos depois, outros paises, aproveitando as novas técnicas de plantio e beneficio, passaram também a ser grandes produtores em escala comercial, como Rússia, China, Índia, Paquistão, Egito e Brasil.



    HISTÓRIA  DO ALGODÃO NO BRASIL



    No Brasil, na época do descobrimento, os indígenas já cultivavam o algodão e usavam os fios na confecção de redes e cobertores. Usavam também o caroço esmagado e cozido para fazer mingau e com o sumo das folhas curavam feridas. Os primeiros colonos chegados ao Brasil, logo passaram a cultivar e utilizar o algodão nativo. Os jesuítas do padre Anchieta introduziram e desenvolveram a cultura do algodão (confecção de suas roupas e vestir os índios).





    Nessa época o algodão tinha pequena expressão no comércio mundial. A lã e o linho dominavam como tecidos. A cultura era feita em pequenas “roças” em volta das habitações, e o artesanato têxtil era trabalho de mulheres (índias e escravas). Foi só pelos meados do século XVIII com a revolução industrial, que o algodão foi transformado na principal fibra têxtil e no mais importante produto das Américas.


    LAVOURA DE ALGODÃO


    A cultura de algodão no Brasil começou no Norte e no Nordeste. O primeiro grande produtor foi o Maranhão que em 1760 exportou para a Europa suas primeiras sacas do produto. Ao Maranhão seguiu-se todo o Nordeste tornando-se a primeira grande região produtora do pais com as produções do Rio Grande do Norte, Piauí, Ceara, Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia que se dedicavam ao plantio do algodão arbóreo perene, de fibras mais longas.



    ALGODÃO HERBÁCEO



    Mais tarde, São Paulo se firma como grande centro produtor. Imigrantes norte-americanos que se localizaram na região de Campinas e Santa Bárbara D`Oeste, trouxeram com eles sementes de algodão herbáceo, de fibra mais curta que os do Nordeste, porém, muito mais produtivos e que são plantados anualmente. De São Paulo o algodão expandiu para o Paraná, Mato Grosso e Goiás formando a zona meridional, responsável pela grande produção algodoeira do Brasil.




    LAVOURA DO ALGODÃO


    Hoje o centro algodoeiro brasileiro é composto, principalmente, por Mato Grosso, Goiás e algumas partes da Bahia. Essa nova fronteira algodoeira possibilitou o ressurgimento do algodão no nosso pais, quase que por verdadeiro milagre, pois, de grande exportador o Brasil passou a ser importador de grandes quantidades oriundas dos Estados Unidos Rússia e África. Atualmente voltamos a exportar, e a nossa Industria Têxtil vem tendo a opção de se abastecer tanto no mercado interno quanto no mercado externo.



    HISTÓRIA DO ALGODÃO NO
     RIO GRANDE DO NORTE

    FLOR DO ALGODÃO MOCÓ




    A partir de 1905 cultivo do algodão ocupa lugar de destaque na economia do Rio Grande do Norte. Embora prioritariamente voltado para o mercado interno, em favor das indústrias têxteis nacionais, o algodão norte-rio-grandense também encontrava colocação no mercado estrangeiro, principalmente o algodão "mocó", de fibra longa,  posto que se destinava à confecção de tecidos finos.




    ALGODÃO HERBÁCEO - MOCÓ 



    Duas variedades de algodão eram plantados no RN: o arbóreo ("mocó" ou "Seridó") e o herbáceo. O algodão "mocó" foi a variedade que melhor se adaptou aos sertões: por suas raízes profundas, era mais resistente às secas; por seu vigor, era uma variedade mais infensa às pragas e ,por outro lado, produzia até por 8 anos. Em suma, era muito mais vantajoso que o herbáceo, que tinha um ciclo vegetativo muito curto - geralmente um ano e, além disso, mais suscetível a pragas. O cultivo do algodão arbóreo "mocó" alimentava um grande número de usinas de beneficiamento. Além da fibra de excelente qualidade, tinha como subprodutos óleo vegetal e ração animal ( torta de algodão). Por ser na época fonte segura de renda para o produtor foi chamado de "ouro branco"








    Durante muito tempo o algodão do Seridó deteve a reputação de algodão de primeira qualidade. O Dicionário Gerográphico do Brasil em 1922 registrava:" O produto é de ótima qualidade. Na exposição Nacional de 1908,o da zona do Seridó obteve o grande prêmio e o de toda região sertaneja alcança sempre cotações superiores nos mercados internos e externo"




    DESCAROÇADOR DE ALGODÃO DO SERIDÓ



    No entanto, o algodão nordestino foi perdendo paulatinamente,  sua posição hegemônica como principal matéria-prima consumida pela indústria têxtil brasileira. As crises de oferta da fibra nordestina estariam ligadas, por um lado, às devastadoras secas que atingiam impiedosamente as lavouras sertanejas. Por outro lado, com a chegada do bicudo ( nos anos 80), praga de difícil controle e depois com a abertura do mercado nacional às importações subsidiadas de países da Ásia nos anos 90, a cultura, que  nos anos 80 chegou a ser plantada em mais de 2 milhões de hectares no Nordeste, entrou em declínio e hoje a área cultivada está em torno de 1.300 hectares.




    INSETO BICUDO - PRAGA DEVASTADORA



    OS PLANTADORES DE ALGODÃO ETERNIZADOS POR LUIZ GONZAGA





    Esse baião foi gravado originalmente em 1953 pelo próprio Luiz Gonzaga, num disco de  78 rotações, que trazia no verso outro baião  " A letra I"-  da mesma parceria com Zé Dantas. Em 1959 a música foi regravada no LP "Luiz Gonzaga canta seus sucessos com Zé Dantas".





    FONTES:

    • Antonio Fagundes - Leituras Potyguares - Editora Sebo Vermelho-Natal/2009 ( Edição original/1933)
    • Algodão - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) - Brasília / 1981
    • Breve História do Algodão no Nordeste do Brasil - EMBRAPA Algodão - Brasília / 2003
    • Algodão - Semira Adler Vainsencher -  Fundação Joaquim Nabuco- Recife/PE
    • Pesquisas Google  - Sites:        
    1. http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/algodão/apresentacao.html
    2. http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=28594
    3. http://www.cnpa.embrapa.br./publicacoes/2003/DOC117.PDF
    4. http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar
    5. http:??noticiasdeontem.net/materias/anoIV/XXVII/0_algodao_moco_do_serido.html

    FOTOS:
    • Imagens Google
    • Site: Caicó, minha Terra, minha Gente (decaroçador de algodão do Seridó)
    • Edição de fotos: Site `Pic Monkey    
    VÍDEO:

    • Luiz Gonzaga - Algodão - postado no You Tube  por Carlos Alberto M. em Abril de 2010