segunda-feira, 21 de outubro de 2013

FRUTOS DA CAATINGA: MARACUJÁ DO MATO - DELICIOSA RECEITA DA GELEIA DESSE MARACUJÁ


FOTO DE ANNA PAULA DINIZ 
EDITADA POR VENTO NORDESTE


Das mais de 27 espécies de maracujás encontradas  pelos pesquisadores, uma chamou muito a minha  atenção, inicialmente pela exuberância da  sua flor, depois pelo sabor agradável e perfumado, que o diferencia das espécies mais conhecidas - o maracujá do mato! Faz muito tempo que eu não tenho o prazer de saboreá-lo, mas é inesquecível para quem já provou. Fico triste quando lembro que a destruição irresponsável do nosso bioma caatinga, tenha contribuido para uma sensível diminuição dessa espécie. Felizmente já existe um esforço, mesmo que isolado, de cultivá-lo e trasnsformá-lo numa excelente opção na alimentação do povo, não apenas  nordestino que já o usa há séculos, mas de todo povo brasileiro. Oxalá isso aconteça!



FOTO DO ACERVO DO GRUPO CAVALEIRO DA AMIZADE



O Maracujá da Caatinga, de nome científico, Passiflora Cinvinnata, também conhecido como maracujá do mato, maracujá de boi, maracujá-mochila, maracujá-tubarão é uma fruta nativa do semiárido nordestino, encontrado portanto em em 65% do nordeste brasileiro, principalmente nas áreas denominadas "fundos de pasto" de uso coletivo dos agricultores. Importante por sua natureza perene e sua resistência à seca, pois a planta se desenvove nos mais diversos solos da região semiárida, em condições de absoluta estiagem. É também muito resistente a uma série de pragas que atingem o maracujá comum. O aproveitamento da fruta representa um potencial para o desenvolvimento sustentável da região.


                                                       FOTO DE NEIDE RIGO


O fruto é extremamente saboroso e perfumado, com sabor mais doce, mais denso e mais ácido do que o maracujá comum. Tanto o gosto, quanto o perfume lembram o  mel.
Sua casca é esverdeada e sua polpa branca, onde se encontram dezenas de sementes. Sua flor é belíssima e muito delicada, além de exalar um aroma adocicado que atrai as abelhas.



FOTO DE ELIELMA SANTOS


A planta é uma trepadeira que mede de 2 a 12 metros de comprimento. Seus ramos de aproximadamnete 1cm de largura, são cilíndricos ou subangulosos, possuindo gavinhas espiraladas.



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FOTO DO BLOGO  DO FARNÉSIO



As folhas são simples, mas as flores chamam a atenção por sua beleza. As sépalas são livres, oblongas a lanceoladas, de corola púrpura  a rosea; pétalas também livres, com uma corona de filamentos, multisseriadsa, cerúlea rósea a púrpura. Apresenta floração praticamente o ano inteiro.




FOTO DO SITE: PLANTAS MEDICINAIS 
E FITOTERÁPICAS



O maracujá da Caatinga  é amplamente conhecido élas suas propriedades medicinais, em especial,  por ter efeito calmante e relaxante. É uma rica fonte de potássio, ferro, fósforo, calcio e vitamina A, C e do complexo B. A combinação de nutrição com sabor e aroma faz do maracujá do mato matéria-prima para a produção de produtos como sucos, polpas, geléias e sorvetes.



FOTO DO SITE EMBRAPA SEMI-ÁRIDO


Encontrado em meio à vegetação da Caatinga, o maracujá do mato é produto de extrativismo e geralmente não é cultivado. A maioria das famílias usam o maracujá na alimentação e o excedente é comercializado nas feiras locais. Há exemplos de cultivo em áreas individuais, em plantios agroecológicos, orientados por uma Cooperativa Familliar (COOPERCUC) em parceria com orgãos de pesquisas, nas cidades de Canudos, Uauá e Curacá no interior da Bahia.


FOTO DO CATÁLOGO SLOW FOOD




A fruta in natura é vendida em feiras para a fábrica central dsa Coopercuc e para as mini-fábricas das 16 comunidades dos municípios de Canudos, Uauá e Curaçá, onde é processada e transformada em suco, polpa congelada e pré-cozida. Os produtos são comercializados pela própria Coopercuc em feiras e exposições, e em alguns mercados do Brasil.Também são usados na merenda escolar de vários municípios.



FOTO DE SÉRGIO GONÇALVES


O aproveitamento dessa fruta representa portanto,um potencial para o desenvolvimento sustentável da região. Mas isso está longe de vir acontecer, apesar de todo esforço da COOPERCUC no interior da Bahia. Por tradição, os cultivos comerciais em quase todo país basicamente são realizados com o maracujá - amarelo ou azedo. A facilidade para compra desse tipo de maracujá está transformando aq preferência dos consumidores, e tem levado o maracujá da caatinga ao esquecimento. Além disso, todas as espécies silvestres do semiárido do nordeste estão ameaçadas  pela perda da diversidade genética que está ocorrendo  no nosso bioma Caatinga.


O SUCO E A GELEIA DO MARACUJÁ DO MATO


                                                        FOTO DE NEIDE RIGO


Para fazer  o suco nenhum  mistério. Basta bater a polpa do maracujá no liquidificador com  água , coar, adoçar à gosto, colocar gelo e servir.


RECEITA DA GELEIA - DE NEIDE RIGO

FOTO DE NEIDE RIGO



INGREDIENTES

  • 6 Maracujás
  • Água suficiente para a polpa ficar bem macia
  • 1 xícara de açúcar
    
COMO FAZER

  • Lave bem os maracujás e corte-os ao meio
  • Coloque-os numa panela e cubra com água
  • Deixe cozinhar até a polpa ficar bem macia
  • Se  precisar junte mais água, para sobrar um pouco.
  • Passe tudo por peneira, retendo a pele e as semente.
  • Reserve algumas dessas sementes para juntar depois á geleia
  • O conteúdo peneirado deve render  1 xícara
  • Coloque o açúcar numa panela com  a polpa peneirada.
  • Mexa, de vez em quando, para não grudar no fundo até ficar com a consistência de creme espesso
  • No último momento acrescente as sementes que estavam reservadas,
  • Espere amornar e despeje num pote de vidro.
  • Guarde fechado na geladeira
  • Sirva com queijo, biscoitos ou pães.


FONTES:

Pesquisas Google:

  • http://www.slowfoodbrasil.com/arca-do-gosto/produtos-do-brasil/440-maracuja-da-caatinga
  • http://www.cerratinga.org.br/maracujadacaatinga/
  • http://seresvivosdorn.blogspot.com.br/2012/05maracuja-d0-mato-passiflora-cincinnata.html
  • http://come-se.blogspot.com.br/2011/01/maracuja-da-caatinga-geleia.html
  • http://quersaberpolitica.com.br/maracuja-da-caatinga-apresenta-vantagens-para-comunidades-extrativistas/
  • http://www.cpatsa.embrapa.br8080/noticia/noticia79.html

FOTOS:


  • Imagens Google
  • Acervo do Blog: Come-se de Neide Rigo
  • Acervo da Embrapa Semiárido
  • Galeria de fotos da COOPERCUC - Bahia
  • Acervo de Elielma Santos
  • Acervo do gupo "Cavalheiros da Amizade-São José do Belmonte - Pernambuco
  • Catálogo do Slow Food com produtos brasileiros ameaçados de extinção
  • Acervo do blog:Arca do gosto - Produtos do Brasil
  • Acervo do Site: Plantas Medicinais e Fitoterápicas
  • Fernando Pulcino Gastronomia Blogspot.com
  • Edição de Fotos: Site Pic Monkey


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

CIC - 110 ANOS DE UMA HISTÓRIA QUE CHEGA AO FIM - QUE SERÁ FEITO DO IMENSO PRÉDIO ONDE FUNCIONOU O COLÉGIO?



Foto de Junior Santos



O fechamento do CIC é um fato consumado desde o ano passado. Foram 110 anos de uma história que chega ao fim. Nada mais a fazer! Agora ficam as interrogações: que destino será dado ao prédio onde funcionava o Colégio? Será vendido, arrendado, alugado? Será demolido para dar lugar a um prédio modermo, como se tem feito em Natal? Essa é uma hipótese provável, já que não existe uma preocupação de se conservar o patrimônio arquitetônico da cidade - o próprio colégio já demonstra isso - sua fachada externa já está bem descaracterizada.



Fotos de Arilza Soares e Junior Santos



E a Capela? A minha capelinha linda, aconchegante, o que o destino lhe reserva? Nem gosto de pensar nisso! A garganta trava e os os olhos marejam - mas fazer o que? Agora só resta rezar e pedir a Virgem Imaculada que interceda para que as imagens e o Santíssimo dessa capela encontrem um lugar de acochego e carinho, caso essa venha a ser demolida.



Foto de Valdir Julião



Não sei em que pé estão as negociações nesse momento. A última informação que tive, data ainda do mês de abril, quando li o artigo publicado no Novo Jornal, pela jornalista Larissa Moura cujo texto repasso na íntegra, intercalada com algumas fotos. Se alguem tiver informações mais recentes peço que publique-as nos comentários que atualizarei os dados. Eis o texto da Larissa Moura:


A solidão do CIC



FECHADO NO FINAL DO ANO PASSADO, IMÓVEL DO COLÉGIO MAIS ANTIGO DE NATAL AINDA NÃO FOI NEGOCIADO E ESTÁ OCIOSO.



Foto  Kallyna Kelly



A casa de 17 cômodos da Congregação Irmãs de Santa Doroteia é o único espaço que ainda funciona no antigo Colégio Imaculada Conceição (CIC), o mais antigo de Natal, que foi fechado no último dia 31 de dezembro de 2012, após 110 anos de funcionamento. Desde então, três das oito irmãs que trabalhavam na instituição ainda moram no local e apenas dois funcionários cuidam da manutenção e segurança do imóvel, que ainda continua em processo de negociação com outras instituições.



Foto de Ney Douglas/NJ



Segundo Maria CachoBelquior, diretora do CIC entre os meses de março e dezembro de 2012, foram utilizados pelo menos 18 armários para armazenar toda a documentação dos estudantes que passaram pela escola. Toda papelada será encaminhada para a Secretaria Estadual da Educação e da Cultura (SEEC). Além de registros de matrícula, atas e questões orçamentárias estão destinadas à sede da congregação em Recife (PE). 
De acordo com a subcoordenadora de organização e inspeção escolar do estado, Auxiliadora Albano, a documentação já tem local para ser destinada, mas aguarda na fila para passar pelo processo de digitalização antes de ser arquivado. E como se trata de um grande acervo, ainda não tem prazo para conclusão.



                                            Arthur Seabra



    A negociação do prédio colocado à venda ou para alugar tem sido o maior ponto de discussão entre as irmãs e ex-alunos, que acompanham de perto o processo. Por opção da diretoria local, as questões burocráticas estão sendo coordenadas pela irmã Maria do Carmo Santos, que é coordenadora da congregação em toda Região Nordeste e que mantém o processo em sigilo.
    Ainda segundo a irmã Maria CachoBelquior, algumas instituições de ensino ofereceram propostas de alugar a estrutura da escola por apenas um turno, o que possibilitaria que o prédio fosse locado para outros estabelecimentos em outros horários. A proposta, porém, foi recusada pelo conselho superior, por julgar ser negativo haver mais de uma diretoria institucional para dialogar sobre a vigência dos contratos.
    Um aviso de chamamento público foi publicado no Diário Oficial do Município pela Secretaria Municipal de Educação (SME) no  dia 17 de abril, solicitando a locação de imóveis na Região Central de Natal que atenda a alguns critérios pré-estabelecidos pela pasta, como área total de 7 mil metros quadrados, rede elétrica adequada e climatização.
    A titular da SEEC, Justina Iva, informou por meio da assessoria de impressa que não pode informar quais as escolas concorrem ao chamamento público. Garantiu, porém, que não houve negociação com o CIC desde o encerramento de suas atividades.







    Como se trata de um prédio construído pela própria ordem, a verba arrecadada no local após o fim das negociações irá para a congregação, que também sustenta outros 12 colégios em Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Rio de Janeiro(RJ), Minas Gerais (MG), São Luiz (MA) e Manaus (AM), além de duas faculdades e uma fundação em Recife, com foco no serviço social.




     OUTRAS IMAGENS DO CIC

    Fotos de Junior Santos












    FONTES