quinta-feira, 19 de julho de 2012

A EXUBERANTE SERRA DE MARTINS- UM OÁSIS NO SERTÃO DO RIO GRANDE DO NORTE



Neta e filha de sertanejos, cresci ouvindo falar das maravilhas e dos problemas do nosso sertão. Mais saudosista que meu pai, meu avô nunca se cansou de descrever as belezas de sua terra natal - a cidade Martins. Falava com tanto entusiasmo e com tanta riqueza de detalhes, que me fazia sentir vontade de ter nascido lá. No meu imaginário infantil a Serra de Martins era um lugar mágico, onde todo mundo podia viver feliz. Não tive oportunidade de conhecê-la enquanto morei em Natal. Só agora tive esse privilégio, e confesso que subir aquela serra foi emocionante demais! Era tudo verdade o que o meu avô descrevia. Por alguns instantes me vi criança, andando por naquelas matas, segurando firme na mão do meu avô, enquanto ele me mostrava as belezas e os perigos do lugar, como tantas vezes fez nas nossas andanças pelos morros de Natal. Não pude conter as lágimas...






A serra de Martins mede 24 kms de extensão por 18 de largura. Sua atitude é de 760 metros acima do nível do mar. É a terceira mais alta do Rio Grande do Norte. (A primeira é a serra de São José,  com 831 metros de altitude, situada entre os municípios de Luís Gomes e São Miguel, e a segunda, a serra das Queimadas com 807 metros, no município do Equador). Por causa da sua altitude a serra do Martins possui clima ameno e salubre. No inverno  é frio e os termômetros chegam aos 15 graus centígrados. Nesses dias uma névoa cobre toda serra e a cidade.




Por toda serra encontramos dezenas de granjas, ali chamadas de sítios, com plantações de milho, feijão e mandioca. Mas o que mais predomina  nesses sítios é a grande variedade de árvores frutíferas: mangueiras, cajueiros, mamoeiros, goiabeiras, bananeiras entre outras. Além das sedes dos municípios de Martins e Serrinha dos Pintos, distribuem-se pela serra, várias localidades: Lagoa Nova, Serra Nova, Canto, Cruz de Almas, Trapiá, Cumbe, Camboa e Umarizeira.

DIADEMA 


INÍCIO DA RODOVIA 13 DE MAIO


O corte inicial da Rodovia 13 de Maio, na cabeça da serra, apresenta uma visão em arco, semelhante a um diadema, que as mulheres usam na cabeça - daí a denominação.  Desse local se tem uma visão espetacular do pôr-do-sol, além de se avistar, ao  longe, algumas comunidades pertencentes a Martina, como o Serrote da Veneza, Pico Branco e Sítio Porção.





A Rodovia foi construída com recursos próprios, pelo Cel. Demétrio do Rego Lemos. Inaugurada festivamente foi entregue ao povo martinense no dia 13 de maio de 1931, data que deu origem ao nome. No projeto inicial da Rodovia, contavam-se 72 curvas, que acompanhavam a base e curvatura dos serrotes, e uma única ponte, com extensão de 5 metros. O objetivo da construção da Rodovia foi o intercâmbio comercial entre Martins e os povoados onde havia estação de trem: Mineiro (hoje Frutuoso Gomes) e Boa Esperança (hoje Antônio Martins).


FORMAÇÕES ROCHOSAS ENCONTRADAS NA SUBIDA DA SERRA

1- SERROTES NO INÍCIO DA SERRA





2 - A PEDRA DO SAPO



3 - A PEDRA RAJADA



Imenso lajedo, numa encosta da serra, a Pedra Rajada tem esse nome por causa das grandes estrias deixadas ali pelas águas pluviais. Algumas dessas manchas formam curiosos desenhos. Segundo Francisco Marcelino Júnior "o que mais chama a atenção é a silhueta de um perfil que se assemelha ao rosto de Cristo, como se estivesse com as mãos postas levantadas à ponta do queixo, elevando ligeiramente à cabeça, num gesto de oração ao Pai".

TENTE ENCONTRAR O ROSTO DE CRISTO





FONTES:
  • Martins a Cidade e a Serra - Manoel Onofre Jr.- Editora Sebo Vermelho - Natal/RN - 2005
  • Pesquisas Google - Wikipédia
  • Site da prefeitura da Cidade de Martins
FOTOS:
  • Imagens Google
  • Edição de Fotos: Site Pic Monkey
VÍDEO
  • Postado no You Tube por TVBalaio em 01/05/2008 - especial Expedição Serra dos Martins - Serra Rajada


  • Para o meu avô, Petronilo Rosa, esse  martinense de coração enorme, que me ensinou desde cedo, a amar essa terra e as coisa do sertão. Saudades vô!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

DOCE DE ESPÉCIE ( DOCE DE GERGELIM)- UM DOCE SABOR DA REGIÃO SERRANA DO RN






Nas minhas andanças pela cidade de Martins encontrei uma vendedora de doces desses caseiros, do tipo compota ou geleia. Fiquei com água na boca só de ver a variedade que ela oferecia: doce de leite, doce de goiaba, de laranja, de manga e um de nome muito curioso - "doce de espécie". Segundo ela um doce muito comum naquela região sertaneja. A minha dieta exigia precaução, mas a vendedora, uma senhora muito simpática e falante, que infelizmente não guardei o nome, sabia convencer quem dela se aproximasse e desandou a falar das suas delícias. Esse - dizia apontando para o tal doce de espécie - é de gergelim, e não tem quem não aprecie! É feito com com castanha de caju, cravo, canela, manteiga, mel de rapadura e gengibre. A receita original leva pimenta do reino, mas eu substitui por gengibre". Não pensei duas vezes em mandar a dieta pro escambal e provar o doce, logo de gergelim que eu adoro! Não só aprovei o doce, como descobri que ele é o mesmo usado na região do Seridó, como recheio de um dos melhores doces que já provei na vida - o "doce seco"- delícia rara da nossa gastronomia.






De origem portuguesa,o nome se deve ao fato de ser um doce temperado, à base de especiarias como o cravo, canela, erva-doce e pimenta do reino. Leva ainda o mel de engenho ou rapadura escura, coco ralado, castanha de caju e farinha de mandioca.   
Essas referências de especiarias são associadas à península ibérica, numa clara origem árabe, como o livro “História da Alimentação no Brasil”, de Luís da Câmara Cascudo, refere-se no capítulo sobre a doçaria portuguesa. “espécie para recheio é um doce composto de pão duro ralado, mel, cravo-do-maranhão, etc.” O farelo do pão duro teria sido substituído pela farinha de mandioca aqui no Brasil. Embora não conste o nome doce de espécie no livro,  há o registro da espécie como recheio de receitas de sobremesas.



RECEITA DO DOCE ESPÉCIE  ( DOCE DE GERGELIM)






INGREDIENTES

  • 1 copo de gergelim
  • 1 copo de farinha de mandioca
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • 1 colher de sopa de cravo da índia torrado
  • 1/2  copo de castanha de caju assada
  • 4 copos de mel de rapadura
  • canela em pau



MODO DE PREPARAR

Colocar o gergelim numa panela e torrar. Quando estiver estalando, retirar do fogo e continuar mexendo até esfriar um pouco. Juntar o gergelim, o cravo e a castanha , passar no moinho ( ou liquidificador), Colocar numa panela, juntar o mel e a manteiga, acrescentar a canela em pau e levar ao fogo mexendo sempre. Retirar do fogo quando começar a ferver e colocar numa vasilha de boca larga com tampa.


Importante: o gergelim pode ser moído ou processado no liquidificador. Para não embolar deve-se colocar no liquidificador uma porção do gergelim e uma igual quantidade de farinha de mandioca, pois a farinha "enxuga" o gergelim.




O GERGELIM - ORIGEM E IMPORTÂNCIA NA CULINÁRIA




A origem do gergelim se perde na história:para uns está na Índia, para outros como sendo algumas regiões da África. Esta dificuldade se deve ao fato que desde há muitos séculos esta planta é cultivada e levada de uma região a outra pelos seres humanos. As primeiras citações de cultivo colocam a região da Mesopotâmia sendo depois levada para o Egito. Na verdade esta planta está arraigada na cultura de vários países, mostrando realmente que é de uso muito antigo. Foi introduzida no Brasil pelos portugueses.




A planta que atinge até uns 2 metros de altura, podendo ser de menor porte , se caracteriza por apresentar pequenas vagens aderidas no caule. Quando a planta começa a secar, com muito cuidado corta-se o caule e amarra-se em feixes, colocando de “cabeça para baixo”, em cima de uma lona limpa em pleno sol. Com o término da secagem, as sementes começam a cair e com leves sacudidas todas as sementes se desprendem da vagem e caem na lona. Depois é só peneirar e abanar.






As sementes fornecem óleo rico em ácidos graxos insaturados, além de proteínas, vitaminas do complexo B e de minerais como cálcio, ferro, fósforo, potássio, magnésio, sódio, zinco e selênio. No Brasil,tradicionalmente, as sementes do gergelim são usadas no preparo de alimentos como paçocas, cocadas, tijolinhos, fubá e pé-de-moleque. Mas também pode ser empregada como massa para biscoito, bolachas, bolos, doces, sopas, mingaus, pães e pastas. Na China,no Japão, nos Países Árabes, na  Índia as sementes são utilizadas de maneira intensa, principalmente em forma de óleo extraído delas.


Fontes:
  • Luiz da  Câmara Cascudo - História da Alimentação no Brasil - Editora Globo/SP
  • Pesquisas Google - Wikipédia
  • Jornal Tribuna do Norte -Natal/RN
Fotos:
  • Imagens Google
  • Acervo Pessoal de Arilza Pereira
  • Edição de Fotos: Site Pic-Monkey

Receita do Doce de Espécie:
  • Fornecida pela vendedora de doce da cidade de    Martins/RN em 08/07/2012


terça-feira, 3 de julho de 2012

ETERNAMENTE LENÍCIO QUEIROGA!



Vir  à Natal e não encontrar Lenício, ainda é muito doloroso pra mim. Sinto falta dos nossos encontros, dos nossos bate papos, sempre regados de muita alegria, de muito carinho. Lenício era um amigo querido que conheci ainda moleque, quando morou  na minha rua. Adolescente foi meu aluno no Instituto Padre Monte, onde dividia sua vida de estudante e a de funcionário da Fundação José Augusto. Tempos depois nos encontramos nessa mesma Fundação, eu como estudante do curso de  Sociologia, ele como Secretário da Faculdade. Nos aproximamos muito nessa época e partilhamos muitas alegrias e muitas tristezas. Anos difíceis aqueles, anos duros marcados pela ditadura. Lenício nessa período agia como meu anjo protetor, me aconselhando e me dando dicas importantes sobre a presença dos militares infiltrados na faculdade. Como eu sou grata a ele, hoje à sua memória, pelos cuidados que tinha comigo!




Voltamos a nos encontrar no Rio de Janeiro quando ele foi cursar Artes Cênicas pela Escola Superior de Teatro da Universidade do Rio de Janeiro. Nem preciso falar da minha alegria de ter novamente o meu amigo perto de mim. Acompanhei sua trajetória nessa cidade e toda a sua luta para se tornar um grande ator. E com certeza, tudo o que ele conseguiu nessa cidade, com muita garra, coragem e determinação, foi muito importante para a sua projeção no cenário nacional.
Artista por vocação e sempre carregando o teatro na alma, Lenício se orgulhaca muito do que fazia, desde que voltou para Natal. Hoje quando releio tudo o que se diz sobre ele e tudo o que ele fez pela cultura da sua cidade, sinto também muito orgulho de ter tido o privilégio da sua amizade.
Essa postagem no Vento Nordeste é a minha homenagem a esse amigo querido, essa pessoa generosa, esse ator maravilhoso, que saiu de cena de forma tão precoce. Fico na torcida para que seu nome nunca seja esquecido e seja gravado para sempre entre aqueles que fizeram a cultura desse estado. Saudades amigo!...







"Quando o ator Lenício Queiroga se retirou dos palcos da vida, no dia 21 de fevereiro de 2009, aos 58 anos de idade, era, por ironia ou fatalidade, um sábado de carnaval. A data se esboroou nas névoas do tempo. Lenicio, porém, deixou na memória de uma geração de natalenses as lembranças mais vividas do que fora a dramaturgia nos tempos da cólera "manu militari". Sua encarnação antológica da professora histriônica e autoritária na peça "Apareceu a Margarida" de Roberto Athayde, na ribalta do TAM, alçaria voo para outros palcos em sentido descendente na geografia do país, conquistando prêmios e consagração popular" (elson Patriota - Crônica "Chão dos Simples"- do livro ao palco)





Natural de Natal o ator, diretor e crítico de teatro professor e dramaturgo Lenício Queiroga, era formado em História pela UFRN. Trabalhou em diversos órgãos e setores ligados a educação, entre os quais a TV universitária. Formado também em Artes Cênicas pela Escola Superior de Teatro do Rio de Janeiro, onde morou por muitos anos. Participou e coordenou diversos festivais e premiações nacionais, tais como "Troféu Mambembe", "Concurso Nacional de Dramaturgia" e Prêmio Estímulo de Teatro". Recebeu 12 prêmios nacionais por sua atuação na peça "Apareceu a Margarida".


              LENÍCIO QUEIROGA POR ELE MESMO
 (Fragmentos da Entrevista Concedida ao Correio da Tarde em 2008)





"Comecei a fazer teatro em 1971 no Teatro Novo Universitário ( TONUS) pelas mãos do diretor Carlos Furtado. Nessa época  cursava História na UFRN. Minha primeira montagem foi "Inspetor Geral" de Nikolai Gogol e fui aplaudido de pé quatro vezes em cena aberta. Dasí passei a ser visto e vi que aquilo era o que eu queria para a ,minha vida."







"Em 1976 criei o Grupo Aquarius de Teatro e montei o espetáculo de maior sucesso na minha carreira "Apareceu a Margarida" de Alberto Athayde. Considero essa a minha maior obra. Ganhei 12 prêmios nacionais, entre eles o Grande Otelo. Mambembe e Moliére. Foi o primeiro espetáculo da história dio Rio Grande do Norte a percorrer o país de 1977 a 1883. Fiz 1.438 apresentações. Montei outros espetáculos também como "Os Andantes" de Jobel Costa, Dirigi "Ponto de Partida" de Gianfrancesco Guarnieri,No elenco estavam grandes atores da nossa terra, como Fernando Athayde e Kinha Costa"







"Quando fui morar no Rio de Janeiro, tive oportunidade de conhecer outras coisas além de atuar. Fiz o curso de bacharelado e mestrado em teatro na Escola Superior de Teatro da Unirio. A minha turma tinha nomes como o de Moacyr Góis e Marco Nanine. A partir daí passei a lecionar, fiz concurso e passei a trabalhar na Fundacen do Minc, hoje Funarte,coordenando o departamento de teatro".






"No Rio, naquela época, era bem mais fácil entrar na TV Globo. Fiz muitos trabalhos lá: "Eu prometo" - última novela de Janete Clair e "Bandidos da Falange" - a primeira de Aguinaldo Silva. Mas televisão nunca foi minha praia, ao contrário do teatro e do cinema".





"Augusto Ribeiro Júnior, diretor do filme "Boi de Prata" entrou no meu camarim no Teatro Princesa Isabel no Rio, onde eu estava em temporada, e me convidou para fazer o filme.Achei que seria uma pontinha e acabou sendo o personagem principal. Inicialmente eu iria contracenar com Rejane Medeiros, grande atriz do cinema do nosso estado, porém acabei atuando com Luiza Maranhão, que veio diretamente da Itália. Filmamos em Caicó e no Rio de Janeiro. A crítica dizia que eu era a grande promessa do cinema nacional. Foi nesse momento que eu conheci o sucesso - estava com um filme em cartaz,uma temporada de sucesso do espetáculo "Apareceu a Margarida" e ainda participações em produções na Globo. Entendi que o sucesso é uma nuvem que passa e você tem que saber aproveitar.Ninguém mantém o sucesso para sempre. O que você faz é uma manutenção do nome. Eu posso dizer que tive meus quinze minutos de fama"






"Em 2006, Dácio Galvão e Olga Aranha me convidaram para o Auto, com o texto do meu amigo Ney Leandro de Castro. Topei o desafio de dirigir esse espetáculo tão grandioso.Criei uma concepção cênica de um Auto que destacasse o regional e o urbano, tornando-o leve e com uma hora de duração, para não cansar o publico, com sequências de cenas de beleza plástica e cronometrada. Tudo isso casando imagens e perfomances de atores com músicas que tenha a ver com o contexto. A repercussão foi a altura do que eu esperava. Até hoje se comenta que foi um dos melhores de todos os tempos".



Lenício Queiroga - O Dramaturgo





"Chão Simples" - única experiência "autoral" conhecida de Lenício Queiroga, é uma adaptação dos contos do escritor Manoel Onofre Jr. Levada aos palcos do Teatro Alberto Maranhão, com o mesmo nome do livro, no dia 27 de julho de 1977, com boa resposta do público. No ano seguinte a peça voltou a ser montada no mesmo teatro, sempre sob a direção de Lenício Queiroga.
A peça transformada em livro foi publicada por iniciativa do próprio escritor. "Ao publicar esse texto, Manoel Onofre Jr. dá uma contribuição singular ao repertório da dramaturgia potiguar, ao mesmo tempo em que retribui o esforço intelectual de Lenício, retirando-o de detrás das cortinas do olvido para o centro do palco, onde os holofotes podem projetá-lo como protagonista, sem demérito para o seu papel de diretor do espetáculo e, eventualmente, de ator e narrador". ( Nelson Patriota)


Lenício Queiroga e o TAM




Quando saiu de cena, Lenicio coordenava o Teatro Alberto Maranhão, e se sentia muito orgulhoso por isso. "Fico feliz das pessoas da minha terra me reconhecerem e a imprensa e os políticos me prestigiarem" - disse em entrevista. Sempre muito preocupado em ajudar os grupos de teatro da cidade, criou um fundo de auxílio montagem. Segundo ele , a ideia surgiu quando fazia parte da Comissão do Centenário do Teatro Alberto Maranhão (TAM) e a trouxe da Funarte, para dar vida a produção teatral da cidade que estava um marasmo. Era um auxílio a fundo perdido e não um patrocinio. Fizemos duas edições e foram montados  38 espetáculos. Hoje a Fundação José Augusto está operacionando o projeto.

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Fontes:

  • Jornal Tribuna do Norte-Natal/RN
  • Diário de Natal -Natal/RN
  • Jornal Correio da Tarde - Mossoró/RN
  • Nelson Patriota - Crônica publicada na Tribuna do Norte
Fotos:
  • Imagens Google
  • Edição de Fotos: site pic-Monkey