quarta-feira, 19 de março de 2014

O MAJESTOSO E IMPONENTE AÇUDE DO CEDRO, EM QUIXADÁ NO SERTÃO DO CEARÁ - O MAIS ANTIGO AÇUDE BRASILEIRO






Impossível não se encantar com esse açude. Construido entre montanhas e emoldurado por uma natureza fantástica é de uma beleza impar. Com requintes de nobreza o paredão do açude mantém preservado detalhes da arquitetura colonial. Considerado uma das principais atrações turística de Quixadá, o Açude do Cedro dispõe de locais para banho, pescaria e para prática de esportes náuticos, além de ser a fonte de água para uma extensa rede de canais para irrigação, a primeira construída no Ceará. 
Devido à sua importância histórica e sua beleza natural foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1977A. 






A partir de praticamente toda a sua extensão é possível ver a Pedra da Galinha Choca. A composição Açude do Cedro/Pedra da Galinha Choca forma a mais conhecida paisagem turistíca de Quixadá.




Localizado no município de Quixadá, Estado do Ceará, a cerca de 163 km de Fortaleza, o Açude do Cedro foi umas das primeiras grandes obras de combate à seca realizadas pelo Governo Brasileiro. A ordem de construção foi dada por D. Pedro II em decorrência do grande impacto social provocado pela seca de 1877 - 1879.






O Governo Imperial solicitou ao engenheiro Ernesto Antônio Lassance Cunha e a outros técnicos estudos de meios para o combate aos efeitos das secas. Ficou então decidida a construção de barragens nos leitos dos rios para barrar as águas pluviais. o próprio Ernesto Cunha visitou diversos locais no interior da província e indicou o Boqueirão do Cedro como local selecionado. Em 1880, o engenheiro britânico Jules Jean Revy confirmou a indicação.






Após modificações no projeto realizadas em 1889 pelo engenheiro Ulrico Mursa, da Comissão de Açudes e Irrigação(atualmente DNOCS), as obras foram finalmente iniciadas em 15 de novembro de 1890. Sua conclusão, após várias interrupções, ficou a cargo do engenheiro Bernardo Piquet Carneiro, em 1906.






A grade de ferro que compõe a varanda, sobre a barragem principal foi totalmente importada da Inglaterra e a cerâmica desta foi importada de Portugal.
O Açude Cedro foi construído sobre o leito do rio Sitiá, com o emprego de mão-de-obra dos flagelados da seca. Sua capacidade é de 126 milhões de metros cúbicos, o que o posiciona como o 7º maior reservatório de água do Ceará.


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O Açude possui quatro barragens: a Principal, a do Sul,a da Lagoa do Forges e a do vertedouro.
A principal é de alvenaria e forma circular. Há duas barragens auxiliares, construidas de terra com revestimento de pedra e cimento, tendo uma delas, a austral, 300 metros de extensão. A outra, a boreal, 250 metros.Finalmente uma quarta barragem, de terra, denominada Forges, localizada na parte meridional da represa, tendo apenas dois metros de altura, sendo assim de menor importância.
Estas barram as águas do rio Sitiá e dos riachos: Macambira, Verde, do Socorro, do Cabo, Guaribas, Caracol e entre outros riachos da região.

O açude dispõe de dois sangradoros, um dos quais medindo 11,50 metros de extensão. construido de terra com revestimento de pedra e cimento. 
O atual proprietário é o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), órgão federal que substituiu a Comissão de Açudes e Irrigação.






A imensa barragem em relação ao potencial da bacia hidrográfica faz com que as sangrias sejam raras. Em toda sua história ocorreram apenas 6. A primeira registrada foi em 1924, depois 1925, 1974, 1975, 1986 e 1989. Outra causa apontada para as poucas sangrias está no fato de que um grande número de pequenos açudes construídos à montante impedem que a água chegue até a barragem. Em contrapartida só secou totalmente nas secas de 1930, 1932, 1950 e de 1999.


  DETALHES DO AÇUDE DO CEDRO











OUTRAS IMAGENS  DO AÇUDE DO CEDRO




Estrada de acesso ao Açude

 Na entrada  do Açude e a vista da Pedra da Galinha Choca 

Quisque dentro da área do Açude e a imensa árvore 
com raizes à mostra
Armazem dentro da área do açude 


FONTES

PESQUISAS  GOOGLE:


  • AÇUDE DO CEDRO - Wikipédia a enciclopédia livre
  • AÇUDE DO CEDRO - DNOCS

www.dnocs.gov.br/ barragens/cedro/cedro.ht
  • RETALHOS DE QUIXADÁ
http://retalhosdequixada.blogspot.com.br/2013/04/um-passeio-historico-pelo-acude-do-cedro.html



FOTOS

  • ACERVO DO VENTO NORDESTE
  • IMAGENS GOOGLE:
  • http://crisantoteixeira.blogspot.com.br/2012/07/obras-do-museu-de-quixada-em-compasso.html
  • http://www.panoramio.com/photo/70360595  
      Fotos de Hamarito
  • Ficheiro: Cedro e galinha choca quixada ce.JPG
  •  Quixadá - CE/ Facebook https://pt-br.facebook.com/Quixadá Ceara 






terça-feira, 18 de março de 2014

BRINCADEIRAS DO MEU TEMPO DE CRIANÇA - MEMÓRIAS DE AUGUSTO LEAL


             
                                       
            
"Lendo os jornais, revistas, ouvindo entrevistas e os jornais falados nos últimos dias, vejo uma enxurrada de notícias ruins que nos deixam abismado com os acontecimentos. A população perdeu a crença na justiça e na polícia, isto é péssimo. As escolas e o ensino público por estes “Brasis” afora fazem vergonha até a mais perversa das criaturas, a saúde outra barbaridade, enquanto isso os “donos” do nosso Estado e da Nação se reunindo em diversos grupos para escolher o grupo que vai se habilitar a continuar mandando, e nós os “idiotas” é que vamos escolher essas pessoas. Pensei, “penso, logo existo” não é lógico? Meu Deus será que estamos todos perdidos? Parece que sim.
Trim, trim, trim, toca o telefone, é minha neta – Vô você está bem? – agora estou, pois vovô estava meio triste, pensando em coisas ruins.

- Vô não pensa nestas coisas, pensa em coisas boas, no tempo que você era criança, você não era feliz?






Resolvi seguir o seu conselho e quando a noitinha pensei nas brincadeiras das crianças do meu tempo. Brincávamos pelas ruas, pelas calçadas, existiam poucos carros, as ruas não eram calçadas, ou quando eram, dava para brincar. Brincávamos nos quintais, nas arvores, era a criançada solta, cheia de alegria. Os meninos, mas afoitos. As meninas mais tranquilas brincavam de boneca, faziam suas casinhas, com pequenos moveis em miniaturas.







Mas existiam brincadeiras em conjunto. Brincávamos de rodas, “Pai Francisco entrou na roda/tocando seu violão, O Cravo brigou com a Rosa” e muitas outras cantigas. Bom barquinho, ou Bom barqueiro, que a meninada fazia uma fila e saía cantando, passava por baixo dos braços das outras crianças. Eram brincadeiras simples, cheias de alegria. 







*Telefone de cordão, a gente serrava as latas ou caixas de talco, colocava um grande cordão com uma distancia de dez ou quinze metros, e falávamos um com o outro.

*Brincadeira de imobilizar, todos se escondiam e depois de um tempo ia procurar e quando encontrava gritava - parado, a pessoa ficava parada naquele lugar sem se mexer.

 *Jogo de Pega varetas, era vários palitos ou varetas de várias cores o jogador (a) colocava o grupo de palitos na mão, fechada e abria de vez, do jeito que caia a pessoa ia tentando tirar sem balançar as outras com auxilio de uma vareta de cor preta, cada cor tinha a sua pontuação.

 *Cobra ou Cabra cega amarrava um lenço nos olhos da pessoa e esta tentava com os olhos vendados pegar as outras crianças - ei, ei, cobra cega nem me pega, gritavam todos.



Era tempo bom, da inocência, da pureza. Às vezes saia uma briga de bofete ou – tô de mal, e coloca-se os dedos iguais das duas mãos e dizia – corte aqui, estou de mal. Depois as pazes eram feitas e ficava tudo bem.




 *Uma das brincadeiras que dava muita confusão era Cama de gato, geralmente, bom, eu disse geralmente, era brincadeira de menino, um ficava atrás do outro de quatro pés e um terceiro vinha e empurrava, era queda na certa e quando o que caia se levantava, não gostando o “pau cantava".
 *Brincar de tica, um corria atrás do outro e batia com a mão ou o dedo e gritava – tiquei.
 *Fazíamos um riscado na calça, com vários quadrados e chamava de Academia, depois mediante regra estabelecida jogava uma pequena pedra e ai pulava-se esse quadro em uma perna só e seguia pulando.




*Brincadeira de meninos eram as bolas de gudes, jogava-se biloca, triangulo ou tila, jogo de botão, futebol no meio da rua, as famosas peladas que era também “batida” no quintal dos nossos pais.




*Brincávamos de call money, ou mãos para o alto, me passa o dinheiro, com os revolveres de brinquedo o Xerife rendia os bandidos ou os bandidos rendiam o Xerife
*Brincávamos de carrinho nos quintais, construíamos estradas, pontes, lagos, fazendas onde os animais eram pequenos ossos, ou mamãzinho verde, que a meninada colocava as pernas e pescoço com palitos de dente, passávamos horas e horas brincando.




*Tinha a brincadeira de Passa o anel, onde as crianças fechavam as mãos “como em prece” e outra ia passando o anel, aquela que ela gostasse mais deixava o anel, sem os outros saberem, aí iam adivinhar que mãos estava o anel
*Tô quente, tô frio, era uma brincadeira em que escondia um objeto e o outro ia procurar, e perguntava - to quente? De acordo com a proximidade do objeto os outros gritavam tá quente ou tá frio.
*Soldadinho de chumbo, índios apaches, fazíamos verdadeiras batalhas imaginárias com os soldados, os pobres dos índios sempre perdiam.




*Guerras de baladeiras, onde a munição escolhida era a mamona ou carrapateira, que quando batia no corpo ardia muito. 
*Brincar de Bandeirinha, dividia o campo em duas partes e cada jogador tentava roubar a bandeira do outro time que ficava no final de cada campo, o objetivo é o jogador tirar a bandeira do adversário sem ser pego, o jogador que fosse pego ficava paralisado.





Não é a toa que o poeta cantou; “Eu daria tudo que tivesse/Pra voltar aos tempos de criança/Eu não sei pra que a gente cresce/Se não sai da gente essa lembrança.. (Meus Tempos de Criança/Ataulfo Alves)



Texto de Augusto Leal publicado no Facebook. A ilustração é uma adaptação às postagens do Vento Nordeste.
Augusto Leal é engenheiro e escritor nas horas vagas. Seus textos são pérolas extraídas de uma memória privilegiada, que nos faz mergulhar num passado de doces lembranças. Sempre me emociono a cada texto que publica. Conterrâneo e contemporâneo,suas memórias são as minhas mémórias.
Obrigada Augusto, meu bom amigo Guga, por me permitir usar os seus textos. Vento Nordeste agradece, o povo potiguar também.




FONTES:


  • Augusto Leal - "Brincadeiras do meu tempo de criança" - publicado no Facebook em  16/03/2014
  •  https://www.facebook.com/augusto.leal.750          

FOTOS:


  • Garimpadas no Google Imagens
  • Acervo de Helenita Monte de Holanda
  • Facebook -https://www.facebook.com/augusto.leal.750
  • Edição de Fotos: Programa Pic-Monkey