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Barra de Punaú - por Arilza Soares

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A SURPREENDENTE E BELA FAUNA DA CAATINGA





A singularidade da Caatinga e a sua diversidade de ambientes permitem encontrar uma fauna rica, com várias espécies endêmicas. Já foram registradas 148 espécies de mamíferos, 510 de aves, 223 de répteis e anfíbios que são conhecidas até hoje no bioma.

AS AVES DA CAATINGA






As aves representam o grupo animal com maior número de espécies registradas. São mais de 500 espécies, distribuídas em 62 famílias, das quais 15 são moradoras típicas da caatinga, como é  o caso do carcará, da asa branca e da gralha-cancão.
A lista de pássaros inclui aves como o urubu-rei, gavião, caburé, pica-pau-branco, juriti, jibão de couro, o acauã, cujo canto, segundo a tradição local, anuncia a estação seca; a araponga-do-nordeste, com um canto que se assemelha a um martelo batendo numa bigorna, o galo de campina, a seriema e o arapaçu do nordeste.


                                   Acauã - Galo-de-Campina - Fim-Fim - Quero-Quero - Graúna - Bacurau
                                      Arara-Azul-de Lear - Gavião - Guriatã - Juriti -Jandaia - Jacu

                                     Asa Branca - Urubu-Rei - Pica-Pau Branco- Gibão de Couro 
                                                                         Alma-de-Gato -Seriema
                                 Araponga - Lavadeira - Arribaçã - Bigodinho - Cancão - Casaca de Couro

                                Carcará - Beija-Flor-de-Tesoura - Sabiá - Concriz - Anum Branco - Gavião
                                 Coruja Buraqueira - Mocho Orelhudo - Rasga-Mortalha - Caboré - Caetite 
                                                      Suindara (mesma Rasga-Mortalha)



OS MAMÍFEROS DA CAATINGA



A grande maioria dos mamíferos da Caatinga, são  pequenos, pesam menos de cinco quilos, como o tatu bola, o mocó, o tamanduá e o soim. Além das espécies pequenas a Caatinga abriga também mamíferos de porte maior como o veado catingueiro, a onça pintada e a onça parda. Na natureza, esses animais de grande porte são difíceis de serem avistados. A presença deles na mata é percebida pelos vestígios que deixam, como fezes e pegadas.


                                     Onça-Parda - Raposa - Tamanduá-Mirim - Queixada - Guaxinim - Cotia




Entre as árvores secas e em terrenos pedregosos da Caatinga vivem onças, gatos selvagens, raposas, capivaras, cachorro do mato, macaco-prego e o veado catingueiro entre outros. São 148 espécies registradas, das quais 19 são típicas da região como o gambá, preá, tatu peba e o sagui do nordeste. A caatinga abriga também seis espécies de felinos: onça pintada, a onça parda (suçuarana), jaguatirica, gato-do-mato-pequeno, gato maracajá, gato mourisco e espécies exclusivas como o mocó e o impressionante tatu-bola.


 
                                    Gato-Maracajá - Mico Estrela - Veado Catingueiro - Macaco Guigó  
                                                                    Gato-Mourisco - Morcego                                    
                                Onça-Pintada - Macaco-Prego - Preguiça - Tatu-Peba -Preá - Mocó


De todos esses animais, um apresenta uma característica bem peculiar: o tatu-bola. Para se proteger, quando ameaçado, se curva por inteiro, ficando no formato de bola. Além disso esse animal apresenta um comportamento também muito curioso: faz sua moradia em tocas que ele mesmo cava no solo, e  para despistar o predador, ele troca de toca todos os dias e reutiliza tocas antigas.




OS RÉPTEIS DA CAATINGA




herpetofauna da caartinga nome científico para este grupo de animais, inclui espécies, de anfíbios ( sapo cururu, jias, rãs e pererecas), anfisbenas (cobra cega), uma variedade de lagartos (com destaque para o camaleão, o teju, o calanguinho e o calango verde), quelônios  (cágado e jubuti), uma grande quantidade de serpentes sendo a cascavel a cobra mais vista na caatinga, e uma espécie de jacaré: Jacaré do papo-amarelo, uma das menores espécies de crocodilianos, endêmica da caatinga, que chega a 1,5 m de comprimento e habita as margens dos riachos.



ANFÍBIOS E ANFISBENAS


                                             Rã-Pimenta - Perereca - Sapo Cururu - Rã - Jia - Cobra-Cega


LAGARTOS

 
                                          Teju - Calanguinho - Briba - Iguana - calango - Camaleão

                    SERPENTES


                                        Cascavel- Coral - Jararaca - Jibóia - Cobra-Verde -Salamanda 


                   QUELÔNIOS E JACARÉS


                                        Jacaré-do Papa-Amarelo - Cágado-D'Água - Muçuã - Jaboti



O HOMEM E OUTROS ANIMAIS ADAPTADOS À CAATINGA





FONTES:

  •  Pesquisa Google:

- Site Wikipédia- Caatinga

- Site :Répteis da Caatinga -www.repteisdacaatinga.org.

- Site: Grandes Biomas do Brasil -http:/4bp.blogspot.com-Caatinga

- Site: IBAMA - Ecossistemas Brasileiros:Caatinga -www.ibama.gov.br/ecossistemas caatinga.
-Site: Rômulo Cavalcanti Braga - Artigo sobre a Caatinga

- Site: João Ambrósio de Araújo Filho -Potencial Forrageiro da Caatinga Universidade Estadual do Vale do Acaraí (UVA)
-Site: Genan Oliveira - Artigo sobre a Caatinga.

- Site: Mauro Pichorim - Pesquisa realizada pela Fundação Boticário e  FUNPEC ( Fundação de Pesquisa e Cultura) da Universidade Federal do Rio Grande

Site: Meliponário Braz -www.urucueabelhasnativas.blogspot.com
  • Inara Leal - "Ecologia e Conservação da Caatinga" - Editora: universidade Federal de pernambuco (UFP




FOTOS:
  • Imagens Google
  • Edição de Fotos: Site Pic-Monkey



terça-feira, 28 de agosto de 2012

A CARIMBAMBA - UMA LENDA CEARENSE




Amanhã eu vou, amanhã eu vou, amanhã eu vou, amanhã eu vou...


Quando criança cantei muito essa música, composta por Beduíno e Luiz Gonzaga e imortalizada na voz do Rei do Baião. Mas confesso que só há bem pouco tempo, quando pesquisava sobre os mitos e lendas do folclore nordestino,  é que me dei conta de que a letra falava de uma lenda cearense. Eis a letra:
            
                                 Era uma certa vez
                                 Um lago mal assombrado
                                 À noite sempre se ouvia a carimbamba
                                 Cantando assim:
                                 Amanhã eu vou, amanhã eu vou
                                 A carimbamba, ave da noite
                                 Cantava triste lá na taboa
                                 Amanhã eu vou, amanhã eu vou
                                 E Rosabela, linda donzela
                                 Ouviu seu canto e foi pra lagoa
                                 E Rosabela, linda donzela
                                 Ouviu seu canto e foi pra lagoa
                                 A taboa laçou a donzela
                                 Caboclo d´água ela levou
                                 A carimbamba vive cantando
                                 Mas Rosabela nunca mais voltou
                                 Amanhã eu vou, amanhã eu vou 



                                       Lagoa de Opaia - Fortaleza/CR



Segundo a Professora Lourdes Macena, da CEFET/CE, a lenda pertence ao povo da lagoa de Opaia  localizada  no bairro Aeroporto na cidade de Fortaleza. Durante muito tempo essa lagoa era utilizada para lavagem de roupas e banhos de animais. Com uma área de 159.379 m² e uma profundidade média de1,7m, a lagoa de Opaia é hoje utilizada para lazer e pesca, muito embora se encontre bastante poluída. Hoje em dia se a Rosabela, fosse entrar na lagoa, com certeza não sumiria laçada nas taboas, mas se afogaria em meios aos detritos!



A taboa laçou a donzela...





A "taboa" (Typha domengensis) de que fala a música é uma planta  típica dos brejos, manguezais, várzeas e outros espelhos d'água. A sua fibra durável e resistente, é utilizada como matéria prima para papel, pastas, cestas, bolsas e outros itens de artesanato. É uma depuradora de águas poluídas, absorvendo metais pesados.


 A carimbamba, ave da noite...




De acordo com a crença popular a "Carimbamba" é uma ave de rapina, provavelmente uma coruja, que hipnotiza as pessoas com seu canto noturno.
Segundo comentário aqui no Vento Nordeste, de uma pessoa que não se identificou em 20/06/2013), a Carimbamba é uma ave de hábitos noturnos encontrada em quase todo o país, principalmente na região nordeste conhecida como "Bacurau" (Nyctidromus albicollis). Essa ave tem no canto, uma onomatopeia que diz assim: amanhã eu vou, amanhã eu vou...




A CARIMBAMBA E A MÚSICA





Popularizada na voz de Luiz Gonzaga, depois da gravação em 1951 e regravada mais recentemente por Elba Ramalho e Zé Ramalho, a Lenda da Carimbamba foi transformada em livro Infantil com o texto de Elvira Drummond e ilustração de Nice Firmeza.


A CARIMBAMBA - A LENDA





                    Extraído do livro de Elvira Drummond.


Conta na lenda da carimbamba, que toda lua cheia à meia noite um pássaro ia até a lagoa cantar:


"-Amanhã eu vou,amanhã eu vou,amanhã eu vou..."


Perto dessa lagoa morava uma menina muito bonita chamada Rosabela; acontece que Rosabela acordava toda noite para ouvir o canto triste da carimbamba.


A sua familia já estava preocupada com a filha e mandou passar uns dias na casa de sua tia,perto do mar.


Quando voltou para casa,Rosabela conseguia dormir a noite inteira. Mas um dia teve um sonho muito agitado e saiu de casa como uma sonambula em direção a lagoa.


E foi caminhando até sumir dentro da lagoa,até hoje ninguém ouviu falar de Rosabela.


Mas dizem que nas noites de lua cheia,ouvem-se sua voz cantando:


"  Amanhã eu vou,amanhã eu vou,amanhã eu vou" ...



FONTES:

  • Elvira Drummont- A lenda da Carimbamba - Editora Demócrito Rocha - Fortaleza -2006
  • Pesquisa Google: Site Wikipédia
  • Pesquisas Google: Site: Meu Espaço de Rodrigo Silva
FOTOS:
  • Imagens Google
  • Edição de fotos: Site Pic-Monkey
VÍDEO:
  • Música: Amanhã eu vou - Gravação de Luiz Gonzaga - Monumento Nordestino -Volume 3 - Enviada ao You Tube por "Forrobodologia2 - em 01/06/2012.



domingo, 26 de agosto de 2012

O RICO E SURPREENDENTE BIOMA DA CAATINGA




Nessa minha última viagem ao Nordeste saí em busca de minhas origens e parti rumo ao sertão. Da janela contemplando a caatinga um turbilhão de lembranças e sentimentos vieram à tona. Era época de seca, e apesar de nunca ter vivido ali, aquele cenário me era muito familiar. Foram tantas eram as histórias que ouvi do meu avô, tantas as músicas  do mestre Luiz Gonzaga, que ouvi e cantei com meu pai, tantos os relatos que lí sobre os costumes, as crenças e tradições do povo que vive nesse lugar, que literalmente viajei no tempo e no espaço!





O meu imaginário da caatinga é povoado das histórias do cangaço de Lampião, Maria bonita e Jesuíno Brilhante, dos milagres do Meu Padim - Padim Ciço Romão Batista, da Canudos de Antonio Conselheiro, das imagens de Euclides de Cunha em "os Sertões", dos personagens Fabiano e Sinhá Vitória de "Vidas Secas" de Graciliano Ramos,  Diadorim e Riobaldo do "Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Ufa! Ainda bem que tinha muita estrada pela frente, porque as lembranças jorravam...






Aquela terra seca a perder de vista, aquela vegetação rala de galhos espinhosos e retorcidos e os poucos animais que avistei, me dava a dimensão do valor do homem sertanejo que sobrevive em área tão adversa e o exato sentido da expressão  "O sertanejo é antes de tudo um forte". Pedi várias vezes para descer do carro, com intuito de fotografar, mas na verdade eu queria pisar aquele chão, para ver e sentir o calor escaldante, o cheiro,as formas e todas as cores  daquele bioma tão peculiar e único no mundo. Me emocionei muito e pude perceber, com muita alegria, que mesmo sendo  bicho do litoral eu era também um bicho do mato, um bicho de  alma sertaneja!


O BIOMA DA CAATINGA





O nome Caatinga vem do tupi-guarani e quer dizer Mata-Branca. Pesquisadores  acreditam que esse nome é uma  referência à cor esbranquiçada dos troncos das plantas durante o período seco.
A caatinga abriga centenas de animais, plantas e invertebrados nos seus 844.000 quilômetros quadrados (  aproximadamente 11% do território nacional) Nele  vivem mais de 25 milhões de pessoas nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais.



A FAUNA E A FLORA DA CAATINGA


1 -  EXEMPLARES DA FAUNA
2 - EXEMPLARES DA FLORA

A  importância  da Caatinga se revela pelo fato de este ser o único bioma exclusivamente brasileiro, com muitas espécies de fauna e flora não encontradas em nenhum outro lugar do planeta. Na flora já foram registradas cerca de 1000 espécies, mas estima-se que a flora desse bioma comporte até 3000 tipos de plantas. Já a fauna é mais pobre, em comparação com outros biomas. Foram identificadas  223 espécies de répteis e anfíbios, 148 de mamíferos e mais de 500 aves, num total de 867 espécies de animais.


A CAATINGA EM DOIS TEMPOS

1 - ESTIAGEM
2- INVERNADA


O clima semi-árido da caatinga apresenta duas estações: uma quente e seca e a outra quente e com chuvas. Muitas vezes a estação da seca se prolonga, o que provoca sérios danos a população. Mas com as primeiras gotas d’água, a paisagem muda rapidamente – as árvores se cobrem de folhas e o solo fica forrado de pequenas plantas cujas flores coloridas e de extrema beleza contrastam com a paisagem seca de antes.


NAS TERRAS FÉRTEIS DO BIOMA


1- Flores cultivadas na Serra da Ibiapaba-Ceará 
2 -Algodão de Fibra Colorida da Paraíba 
3 - Uvas cultivadas na região de Petrolina- Pernambuco



No meio da aridez, o visitante de repente pode se deparar com as terras férteis das chamadas ilhas de umidade e dos brejos, que quebram a monotonia das condições físicas e geológicas dos sertões. Nelas, é possível produzir quase todos os alimentos e frutas peculiares aos trópicos do mundo. Essas áreas normalmente se localizam próximas às serras. No Ceará, por exemplo, boa parte das flores produzidas e exportadas para a Europa e Estados Unidos pelo Brasil é cultivada na região da serra da Ibiapaba. Em Pernambuco, na região de Petrolina, o grande cultivo de uvas, dentre outras frutas tropicais características de climas frios, é o que chama a atenção. Na Paraíba, o algodão que brota da terra vem em diversas cores, graças a uma tecnologia desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa). 



SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DO BIOMA CAATINGA


SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS: 1. LAJEDO DA SOLEDADE/RN 
2´PEDRA DO  INGÁ/PB 3. SERRA DA CAPIVARA/PI 4. SERE CIDADES/PI


Esse rico e desprezado bioma nordestino reserva também registros que remontam à pré-história. Há na região sítios arqueológicos com gravuras (em Ingá, na Paraíba) ou pinturas rupestres (Serra da Capivara e Sete Cidades – ambas no Piauí), Lajedo de Soledade (Rio Grande do Norte) e fósseis de dinossauros e outros animais que viveram antes mesmo do homem (em Souza e São Rafael, na Paraíba, e na Chapada do Araripe, no município cearense de Santana do Cariri). 



ECORREGIÕES PROPOSTAS PARA O BIOMA DA CAATINGA*


1.  CAMPO MAIOR- 2.2 CHAPADA DE IBIAPABA E 2.3 CHAPADA DO ARARIPE
 -3.DEPRESSÃO SERTANEJA SETENTRIONAL - 4. PLANALTO DA BORBOREMA 
- 5.DEPRESSÃO SERTANEJA MERIDIONAL- 6.DUNAS DO SÃO FRANCISCO - 
7. CHAPADA DIAMANTINA - 8. RASO DA CATARINA

  1. Região do Campo Maior:  localizado quase integralmente no Piauí e sudoeste do Maranhão. Essa região sofre inundações periódicas nas planícies sedimentares.
  2. Região composta pelas Chapadas do Ibiapaba e do Araripe.
  3. Depressão Sertaneja Setentrional:  vai da  fronteira norte de Pernambuco, estende-se pela maior parte dos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará e prolonga-se até uma pequena faixa ao norte do Piauí. É a área mais seca da Caatinga.
  4. Planalto da Borborema:  abrange partes do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. O relevo com altitudes superiores delimita a região.
  5. Depressão Sertaneja Meridional: corresponde à maior parte do bioma. Representa a paisagem típica do Sertão Nordestino. Distingui-se da Depressão Sertaneja Setentrional por apresentar maior regularidade de chuvas e maior ocorrência de corpos de água temporários.
  6. Dunas de São Francisco: localiza-se no centro-oeste do bioma. É caracterizado pelas dunas de areias quartzosas.
  7. Região da Chapada Diamantina: localiza-se no centro-sul do bioma e corresponde à parte mais alta da Caatinga. É a região de menor temperatura.
  8. Raso da Catarina: localiza-se no centro-leste do bioma. Caracteriza-se pela caatinga arbustiva de areia muito densa.

*Divisão proposta para o Bioma Caatinga - lançado por ocasião do 53º Congresso Brasileiro de Botânica.



A CAATINGA 




Vídeo produzido pela TV Educativa de Alagoas sobre esse importante bioma. Aqui a história de amor de uma família que lutou para construir a primeira reserva de Caatinga em Alagoas.



S.O.S. CAATINGA!


A Caatinga, esse patrimônio brasileiro, e por que não dizer mundial, encontra-se bastante ameaçado. Segundo estimativas do Ministério do Meio Ambiente, cerca de 70% da caatinga já foi alterada pelo homem e menos de 1% de sua área está protegida em unidades e parques de conservação. Esses números conferem à caatinga a condição de ecossistema brasileiro menos preservado e um dos mais degradados do mundo.


FONTES:

  • Pesquisas Google : Site Wikipédia
  • Inara Leal -"Ecologia e Conservação da Caatinga" - Editora: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
  • Site: www.acaatinga.org.br -Associação da Caatinga
  • Mauro Pichorim - Pesquisa realizada pela Fundação Boticário e  FUNPEC ( Fundação de Pesquisa e Cultura) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
FOTOS: 
  • Imagens Google
  • Edição de fotos: Site Pic Monkey
VÌDEO:
  • TV Educativa de Alagoas - Enviado ao You Tube por
    "chrischrisduat" em 22/05/2009




sábado, 25 de agosto de 2012

LENDAS E MITOS DO FOLCLORE NORDESTINO : A CORUJA RASGA-MORTALHA ( LENDA DA SUINDARA)



FOTO ADICIONADA POR RAFAEL NOLÊTO
 NO SITE FANTASTIPEDIA
EDITADA POR VENTO NORDESTE



Sempre fui apaixonada, desde muito pequena, pelas histórias contadas pelas pessoas mais velhas sobre as lendas e mitos que faziam parte do imaginário popular. Lembro da minha alegria de sentar na calçada da casa do meu avô e ouvir dele as mais fantásticas histórias sobre aves que dão azar, meninas que se transformam em sapos ou cobras, morcegos que chupam o sangue humano, corujas que anunciam morte. Era de arrepiar- mas eu gostava de ouvi-las e muito! 
Muitas dessas lendas e mitos nascem da pura imaginação, outras a partir de fatos históricos. A maioria foram criadas para passar mensagens ou apenas para assustar as pessoas. Mas todas as histórias que ouvi sobre esses bichos, a que eu mais temia era de um dia  me deparar com uma coruja - essa ave para nós tão agourenta! Quando penso nisso hoje dou gargalhadas, embora para muitos a má fama da pobre corujinha resista ao tempo.



FOTO DO SITE: ANIMAIS -CULTURA MIX

                                                 


Na mitologia greco -romana as corujas estão associadas à Deusa Minerva ou Atena, simbolizando a sabedoria e o dom da clarividência. Hoje, entre nós, ela é o sÍmbolo da Filosofia.Na Europa as corujas eram vistas como bruxas e, para espantar o mal que supostamente pudessem causar, eram amarradas em árvores pelos pés e assim abandonadas para morrer.No norte do Brasil, para alguns, elas representam sorte, para outros, trata-se de almas humanas castigadas pelo mal que fizeram, condenadas a vagar pelas florestas na forma animal, sem que ninguém ouse delas se aproximar ou cruzar seu caminho.



                                                           MINERVA E A CORUJA 
                                                    FOTO DO SITE PHILOESOCIO




Dentre as 19 espécies de corujas brasileiras, uma das mais conhecidas é a Suindara ou Rasga- Mortalha. (Tyto alba).
Para Luís da Câmara Cascudo, a Rasga-Mortalha é "uma pequena coruja alvacenta, de voo pesado e baixo. O atrito das asas lembra um pano resistente que fosse rasgado bruscamente. Os supersticiosos dizem que a coruja está resgando mortalha. Atraída pelas luzes acesas dos aposentos dos doentes, a rasga-mortalha insiste nos seus voos e rumores, assustando a todos, com um aviso de morte inevitável e próxima."





FOTO: WIKIMEDIA COMMONS






A coruja Suindara, a Tyto Alba, pertence a família dos Titonídeos. É uma das aves com maior destribuição no planeta, podendo ser encontrada em diversas partes do mundo, exceto na Antártica. Vivem em cavernas, telhados de celeiros, prédios e em torres de igreja mas podem ser encontradas também em lugares abertos, como terrenos agrícolas e pastagens. Quando acasalam, tornam-se parceiros para toda vida. O macho inicia a corte fazendo um voo de exibição, com fortes batidas de asas. Se encontram um lugar para o ninho, o elege também para o resto da vida. A fêmea põe ovos em uma cavidade escura e incuba-os. Cada ovo é posto com dois ou três dias de diferença.





FOTO CORUJAS - COMUNIDADE DO FACEBOOK




Os pais sempre caçam em turnos, evitando deixar os filhotes sozinhos. As crias mais velhas são alimentadas primeiro e por vezes as mais novas morrem de fome, passando depois de mortas, a servir de alimento para as mais velhas. As Suindaras ganham peso até o quinto ou sexto mês de vida, quando começam gradualmente a perder peso e reduzir o apetite, chegando então na fase adulta.






FOTO: LÉO ARTES  DIGITAIS



As corujas amedrontam pelos seus gritos e olhares fixos. Mas quem pensa que ela faz isso para assustar, se engana. "O grito da Suindara, que é um dos mais assustadores, tem um motivo: avisar o companheiro para proteger os ninhos e espantar os intrusos"  é o que  relata Garcia Pereira do Zoo de São Paulo. Outro mito é achar que as corujas tem visão aguçada. As corujas caçam à noite e tem sensibilidade à luz, mas não enxergam bem; durante as caçadas orientam-se pela audição, essa sim apuradíssima. "Elas possuem olhos grandes, como lunetas com um osso ao meio. Isso dificulta a visão periférica. Para compensar ela gira a cabeça aproximadamente 270 graus", explica o especialista.
E quem quiser se livrar delas é bom pensar duas vezes nas consequências. "Elas são ratoeiras sobre asas" acrescenta Garcia Pereira. "Consomem em média 3 a 4 camundongos por dia, um grande favor que prestam nos centros urbanos  e nas áreas agrícolas"




A LENDA DA SUINDARA




FOTO: LEFT-HAND
EDITADA POR VENTO NORDESTE



Diz a lenda que se uma coruja Rasga- Mortalha pousar no telhado ou na sacada de sua casa e piar, um som semelhante ao rasgo de seda é sinal de que alguém da casa logo falecerá.

Há muitos anos atrás, entre as carpideiras ( mulheres com mais de trinta anos que eram pagas para chorarem em velórios e cemitérios) havia uma moça de trinta e cinco anos, obesa e de pele muito branca chamada Suindara. Era filha de Eliel, um feiticeiro perigoso que sempre se vingava de quem fazia mal para sua família. Muito inteligente e culta, Suindara recebeu o apelido de coruja branca na aldeia onde morava.





FOTO DO AGÊNCIA DE NOTÍCIAS "ANDA"



O problema é que Suindara começou a namorar escondido Ricardo, filho de Ruth, uma condessa preconceituosa que nunca permitiria que o rapaz se envolvesse com uma carpideira, ainda por cima filha de um curandeiro. Um certo dia, Ruth descobriu o romance de Ricardo com a filha do feiticeiro e bolou um plano diabólico. Depois que Suindara chorou no enterro de uma pessoa Margarida, a empregada da condessa, passou um bilhete par a carpideira dizendo que que contrataria seus serviços e para isto seria necessário que as duas se encontrassem atrás de uma cripta azul, que ficava no local mais afastado e escuro do cemitério.Quando Suindara chegou no local combinado, foi assassinada por um empregado de Ruth.




FOTO DE JUANJO SEGURA


Toda população se comoveu com a morte da moça. Por isso a carpideira foi enterrada num mausoléu luxuoso e no meio de sua tumba foi esculpida uma enorme estátua de coruja branca em sua homenagem. Seu pai Eliel, através das cartas, descobriu que a verdadeira assassina de sua filha era a condessa da aldeia. Assim ele jurou vingança; foi até onde Suindara estava enterrada e executou um ritual poderoso. Então o espírito da moça penetrou  para dentro da estátua da coruja branca que criou vida.




FOTO:KAIO CÉSAR - SITE BIOLOGIA ATIVA


Naquela mesma noite, a coruja foi até a sacada da janela do castelo onde dormia Ruth e começou a piar um canto estranho - como se alguém estivesse resgando  alguma roupa de seda.Toda a aldeia ficou assustada com aquele som que vinha de uma das janelas do castelo.No dia seguinte descobriram que a condessa estava morta e que todas as suas roupas de seda estavam rasgadas dentro do armário.
A partir da estranha morte de Ruth, um fato estranho passou a acontecer naquela aldeia: sempre quando alguém estava prestes a falecer, uma coruja branca pousava em frente a janela da vítima e piava aquele mesmo som estranho para avisar que a pessoa iria falecer em breve. Por causa dessas histórias a coruja branca recebeu o apelido de rasga-Mortalha.



FONTES: 

  • Luís da Câmara Cascudo -  Dicionário do Folclore Brasileiro - Ediouro Publicações - SP
  • Pesquisas Google - Wikipédia
  • Garcia Pereira  - Especialista do Zoológico de São Paulo

FOTOS:
  • Imagens Google - Sites:
  • pt.fantasia.wikia.com/wiki/suindara_(Rasga-Mortalha)
  • http://philosocio.wordpress.com
  • http://biologiativa3555.blogspot.com.br
  • http://wwwfotonatura.org/galerias/aves - Juanjo Segura
  • http://www.anda.jor.br- Agência de Notícias de Direitos dos Animais (ANDA)
  • http://animais.culturamix.com.informacoes/aves/corujas
  • http//postmania.org/fotos-no-flickr- Left-Hand
  • http://leoartesdigitais.blogspot.com.br -coruja no telhado
  • http://pt,wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Tyto_alba_1_Luc_Viatour.jpg
  • https://www,facebook.com/www.claudinha.motociclista
  • Edição de fotos : Site Pic Monkey